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A última semana registrou o maior número de casos de toda a pandemia. No Brasil, no estado do Rio e em Niterói. Na cidade, foram mais de 2 mil testes positivos num único dia. O rápido avanço da Ômicron também pode ser notado nas filas de teste, na falta de kits nas farmácias e no aumento nas internações, que já ocupam 60% dos leitos reservados para doentes de Covid na rede do SUS. Depois de chegar perto de zerar casos no fim do ano e de três semanas sem mortes, a cidade já registra duas mortes em 2022.
De acordo com o Painel da Covid da Secretaria de Estado de Saúde, exibido neste sábado (22), o Rio teve 163.595 novos casos de Covid notificados na última semana, a Semana Epidemiológica 3. Para ter uma ideia do rápido avanço da doença, na SE 50 do ano passado, antes das festas de fim de ano, o estado registrava apenas 79 casos.
Na semana do Natal, passamos a 1.183. No Ano Novo, 29.632. Na primeira semana de 22, 56.227. Agora, 163.595. Em quatro semanas, o mapa de risco saiu da cor verde para o estágio de alerta laranja, aumentando a demanda sobre a rede hospitalar.
Leia mais: Em ação de fiscalização, Procon-RJ encontrou aumento de até 108% em teste de Covid
Apagão de dados em Niterói
A situação de Niterói não é diferente. Porém, as estatísticas não correspondem ao que se vê nas ruas. A Prefeitura deixou de publicar os boletins epidemiológicos e informa com atraso dos dados sobre a doença. Na semana passada, a SE 2, notificou 960 casos à Secretaria de Estado de Saúde. Mas, numa propaganda do trabalho da Prefeitura na testagem, divulgou que em apenas um dia, fez mais de 5 mil testes, com mais de 2 mil resultados positivos, em apenas um dia. A confiabilidade dos dados passou a ser questionada depois que a Prefeitura divulgou, no ano passado, de uma só vez, a existência de 9.056 casos da doença que estavam “represados”, ou seja, não foram informados a seu devido tempo, ao longo da pandemia e representavam 25% do total de casos informados até então.
No Painel da Covid, os números de Niterói apontam a mesma tendência das estatísticas do estado. Antes das festas de fim de ano, a SE 50, a cidade chegou a documentar “zero” casos. Na sequência, foram 82, 116, 176, 960 e, na última semana, 1.250. A subnotificação fica evidente também no aumento dos casos de internação. Na rede do SUS, 60% dos leitos estão ocupados. A boa notícia é que poucos casos exigiram internação em UTIs. Mesmo assim, o relatório da Prefeitura aponta a ocorrência de duas mortes este ano.
O pico da doença
Um estudo divulgado recentemente pela Universidade de Washington prevê que o Brasil poderá ter um milhão de novos casos da doença por dia, nas próximas semanas. Os pesquisadores calculam que o número real de doentes seja pelo menos o dobro do que aparece nas estatísticas oficiais.
O efeito da doença pode ser notado no cancelamento de eventos e no fechamento de lojas e repartições. Na última semana, pelo menos 10 agências bancárias de Niterói fecharam por falta de funcionários. O mesmo problema também pode ser sentido no comércio.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde é para que as pessoas mantenham os cuidados sanitários e especialmente o uso de máscaras. E cuidem de manter a vacinação em dia, a melhor defesa contra a doença.
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