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Vereadora retira nome de português escravocrata de escola municipal de Niterói

Por Redação
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Unidade se torna a primeira escola a mudar de nome no município, que presta homenagem à professora Maria Felisberta ,militante das lutas sociais, como a educação pública de qualidade e a luta contra o regime ditatorial do Brasil
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A professora Maria Felisberta. Foto: Reprodução/Internet

Uma indicação legislativa da vereadora Benny Briolly (PSOL) permitiu que o nome da Escola Municipal Infante Dom Henrique fosse alterado para Escola Municipal Maria Felisberta. A mudança partiu do desejo das professoras de alinhar as iniciativas da escola ao nome da instituição, já  que Infante Dom Henrique foi um torturador português reconhecido como patrono da escravidão. Com a medida, a unidade se torna a primeira escola a mudar de nome em Niterói.

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Segundo Benny, o novo nome presta uma homenagem a Maria Felisberta, que era formada em pedagogia e fez de sua vida a entrega para o avanço da educação em Niterói. Ainda de acordo com a vereadora, Maria Felisberta tem um legado que inspira a busca por uma educação revolucionária em Niterói, pois ela conseguiu romper com mais um resquício do processo escravocrata.

Localizada na Engenhoca, a Escola Municipal Maria Felisberta faz um trabalho de educação antirracista para alunas e alunos da primeira infância.

O legado

Professora emérita da UFF, Maria Felisberta sempre lutou por uma educação pública de qualidade. É graduada em Pedagogia, com especialização em Orientação Educacional e Mestre em Educação. Em 1985, ingressou na Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, onde exerceu vários cargos, dentre eles, o de Diretora de 1992 a 1995.

No Executivo Municipal de Niterói ocupou os cargos de Secretária Municipal de Educação e Cultura (2002); Secretária Municipal de Educação e Presidente da Fundação Municipal de Educação (2003–2004); Coordenadora Geral de Planejamento e Presidente do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia e Membro Titular do Conselho Municipal de Educação de 2005 até 2008, retornando em 2013, onde ainda atuava.

Durante sua trajetória profissional e de cidadania, a professora Felisberta recebeu diversas homenagens como militante na luta pelos Direitos das Mulheres e pela defesa da Escola pública. Foi pioneira do Partido Comunista em Niterói e militante das lutas sociais, como uma educação pública de qualidade e a luta contra o regime ditatorial do Brasil, entre 1964 e 1985.

No ano de 2015, foi outorgada à professora Maria Felisberta a Ordem do Mérito da Cidade de Niterói, no grau Comendador. Imortalizada no documentário “Felisberta, uma mulher de luta”, seu legado à Educação de Niterói é inegável. A professora faleceu em novembro de 2021, aos 91 anos.

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