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Qual máscara usar?

Por Camila Araujo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Especialista aponta as especificidades de cada tipo: PFF2, cirúrgica e tecido
População caminhando na Gavião Peixoto - Gustavo Stephan
Em Niterói, o uso de máscara em ambiente externo ainda é obrigatório Foto: Divulgação

As máscaras se tornaram itens obrigatórios para a população mundial por conta da pandemia do coronavírus. Com o aumento exponencial de casos de Covid-19 provocado pela variante ômicron no Brasil e no mundo, vê-se a chegada de uma quarta onda da doença. Dessa forma, a proteção individual se torna ainda mais necessária.

Em Niterói, a prefeitura fez uma reavaliação das medidas que estavam previstas para serem implantadas, em janeiro, dentro do Programa Novo Normal. A principal delas foi manter a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes externos.

Enfermeira especialista em controle de infecção, Ana Maria Tristão alerta que, no cenário atual, a máscara mais indicada é o modelo PFF2, pela capacidade de filtragem e vedação no rosto.

– O material dessas máscaras filtra mais partículas e o ajuste na face é mais eficiente do que as máscaras cirúrgicas e as de tecido – informa a especialista que é membro do Grupo Temático de Trabalho Covid-19 da SOBRASP (Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente).

Quanto às máscaras cirúrgicas descartáveis de três camadas, ainda que não ofereçam a vedação total, também são alternativas eficientes para se proteger do vírus. Como explica Ana Maria, o material de sua composição filtra as partículas respiratórias, o que ajuda a evitar contágios.

Já as máscaras de tecido não oferecem proteção adequada, segundo a especialista.

– Ela é melhor do que nenhuma máscara, mas não é tão boa quanto as outras – afirma – É possível, porém, aumentar a eficiência da máscara de pano usando por baixo uma máscara cirúrgica descartável.

A enfermeira enfatiza que, para lugares fechados, o melhor a se fazer é usar a PFF2 ou a máscara cirúrgica de três camadas.

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Os diferentes tipos

PFF2/N95

A Peça Facial Filtrante tipo 2, mais conhecida como PFF2, é o tipo mais recomendado pelos especialistas para a proteção contra a Covid-19. Isso porque ela possui capacidade de filtragem de 94% de partículas e seu formato permite a vedação quase total em relação aos modelos de tecido e as cirúrgicas. Pode ser utilizada por até 8 horas em um dia e reutilizada depois – elas não são descartáveis. Para isso, é preciso tomar alguns cuidados: após o uso, deixar a máscara em ambiente arejado por três dias e, só então, voltar a utilizá-la. Pode-se reutilizar por até 4 dias não seguidos.

– A PFF2 também é conhecida como N95. Esse tipo de máscara requer cuidados na sua utilização e armazenamento, pois pode ser utilizada mais de uma vez pela mesma pessoa, desde que esteja limpa e mantenha-se seca – afirma Ana Maria.

Máscaras cirúrgicas descartáveis

Essas são encontradas mais facilmente em farmácias, mercados e lojas de produtos hospitalares. São altamente recomendadas pela comunidade científica por serem feitas com materiais industriais que têm uma capacidade maior de filtrar do que os tecidos comuns, que impedem a passagem de partículas. Algumas possuem o arame para moldar à área do nariz, o que ajuda na vedação. Para garantia da eficiência da proteção, no entanto, é preciso que tenha pelo menos três camadas. Após o uso, deve ser descartada.

O ponto negativo são as folgas nas laterais do rosto e no nariz, quando não há o arame de ajuste, o que permite a passagem de partículas aerossóis, que ficam suspensas no ar. 

Máscara de tecido

São as máscaras produzidas com materiais não hospitalares e com tecidos diversos. Elas variam em modelos, cores e estilos. Se tornaram populares pela facilidade de confecção, de acesso e até de preço. Porém, essas máscaras não oferecem uma vedação completa e acabam deixando passar partículas pelas frestas do nariz e das laterais da face.

– Máscaras de tecido devem ter, no mínimo, duas camadas, sendo o ideal três camadas. As de tricô não conferem proteção, pois a trama do tecido permite a passagem dos microrganismos, incluindo o vírus da Covid-19. As de malha, se tiverem três camadas, podem ser usadas – explica.

Segundo Ana Maria, as máscaras desse tipo de material deverão ser trocadas todas as vezes que estiverem úmidas (suor, saliva) ou sujas, e devem ser lavadas diariamente com água e sabão, secadas ao sol ou em secadora e passadas com ferro quente. O período máximo para uso não deve ultrapassar 4 horas.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que o produto manufaturado priorize tecidos como algodão ou Tecido Não Tecido (TNT), e tenha três camadas: uma camada de tecido não impermeável na parte frontal, tecido respirável no meio e um tecido de algodão na parte em contato com a superfície do rosto. A Anvisa orienta sobre a confecção correta de máscaras de tecido, acesse as instruções neste link.

Dicas práticas

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) disponibiliza um guia de como escolher e usar corretamente as máscaras de proteção contra o coronavírus. Veja algumas das principais recomendações.

  • A máscara deve ter no mínimo duas camadas de tecido, sendo o ideal três camadas de tecido lavável e respirável.
  • Deve cobrir completamente o nariz e a boca.
  • A máscara deve encaixar-se confortavelmente nas laterais do rosto e não deixar espaços vazios.
  • Use um clip nasal para evitar que o ar vaze pela parte superior da máscara.
  • Evite as opções que têm válvulas de exalação ou aberturas que permitem que partículas de vírus escapem.
  • Para aumentar a eficiência da máscara, use uma máscara descartável por baixo de uma máscara de pano que tenha várias camadas de tecido. A segunda máscara deve cobrir totalmente e empurrar as bordas da máscara interna contra o rosto.

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