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As máscaras se tornaram itens obrigatórios para a população mundial por conta da pandemia do coronavírus. Com o aumento exponencial de casos de Covid-19 provocado pela variante ômicron no Brasil e no mundo, vê-se a chegada de uma quarta onda da doença. Dessa forma, a proteção individual se torna ainda mais necessária.
Em Niterói, a prefeitura fez uma reavaliação das medidas que estavam previstas para serem implantadas, em janeiro, dentro do Programa Novo Normal. A principal delas foi manter a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes externos.
Enfermeira especialista em controle de infecção, Ana Maria Tristão alerta que, no cenário atual, a máscara mais indicada é o modelo PFF2, pela capacidade de filtragem e vedação no rosto.
– O material dessas máscaras filtra mais partículas e o ajuste na face é mais eficiente do que as máscaras cirúrgicas e as de tecido – informa a especialista que é membro do Grupo Temático de Trabalho Covid-19 da SOBRASP (Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente).
Quanto às máscaras cirúrgicas descartáveis de três camadas, ainda que não ofereçam a vedação total, também são alternativas eficientes para se proteger do vírus. Como explica Ana Maria, o material de sua composição filtra as partículas respiratórias, o que ajuda a evitar contágios.
Já as máscaras de tecido não oferecem proteção adequada, segundo a especialista.
– Ela é melhor do que nenhuma máscara, mas não é tão boa quanto as outras – afirma – É possível, porém, aumentar a eficiência da máscara de pano usando por baixo uma máscara cirúrgica descartável.
A enfermeira enfatiza que, para lugares fechados, o melhor a se fazer é usar a PFF2 ou a máscara cirúrgica de três camadas.
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Os diferentes tipos
PFF2/N95
A Peça Facial Filtrante tipo 2, mais conhecida como PFF2, é o tipo mais recomendado pelos especialistas para a proteção contra a Covid-19. Isso porque ela possui capacidade de filtragem de 94% de partículas e seu formato permite a vedação quase total em relação aos modelos de tecido e as cirúrgicas. Pode ser utilizada por até 8 horas em um dia e reutilizada depois – elas não são descartáveis. Para isso, é preciso tomar alguns cuidados: após o uso, deixar a máscara em ambiente arejado por três dias e, só então, voltar a utilizá-la. Pode-se reutilizar por até 4 dias não seguidos.
– A PFF2 também é conhecida como N95. Esse tipo de máscara requer cuidados na sua utilização e armazenamento, pois pode ser utilizada mais de uma vez pela mesma pessoa, desde que esteja limpa e mantenha-se seca – afirma Ana Maria.
Máscaras cirúrgicas descartáveis
Essas são encontradas mais facilmente em farmácias, mercados e lojas de produtos hospitalares. São altamente recomendadas pela comunidade científica por serem feitas com materiais industriais que têm uma capacidade maior de filtrar do que os tecidos comuns, que impedem a passagem de partículas. Algumas possuem o arame para moldar à área do nariz, o que ajuda na vedação. Para garantia da eficiência da proteção, no entanto, é preciso que tenha pelo menos três camadas. Após o uso, deve ser descartada.
O ponto negativo são as folgas nas laterais do rosto e no nariz, quando não há o arame de ajuste, o que permite a passagem de partículas aerossóis, que ficam suspensas no ar.
Máscara de tecido
São as máscaras produzidas com materiais não hospitalares e com tecidos diversos. Elas variam em modelos, cores e estilos. Se tornaram populares pela facilidade de confecção, de acesso e até de preço. Porém, essas máscaras não oferecem uma vedação completa e acabam deixando passar partículas pelas frestas do nariz e das laterais da face.
– Máscaras de tecido devem ter, no mínimo, duas camadas, sendo o ideal três camadas. As de tricô não conferem proteção, pois a trama do tecido permite a passagem dos microrganismos, incluindo o vírus da Covid-19. As de malha, se tiverem três camadas, podem ser usadas – explica.
Segundo Ana Maria, as máscaras desse tipo de material deverão ser trocadas todas as vezes que estiverem úmidas (suor, saliva) ou sujas, e devem ser lavadas diariamente com água e sabão, secadas ao sol ou em secadora e passadas com ferro quente. O período máximo para uso não deve ultrapassar 4 horas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que o produto manufaturado priorize tecidos como algodão ou Tecido Não Tecido (TNT), e tenha três camadas: uma camada de tecido não impermeável na parte frontal, tecido respirável no meio e um tecido de algodão na parte em contato com a superfície do rosto. A Anvisa orienta sobre a confecção correta de máscaras de tecido, acesse as instruções neste link.
Dicas práticas
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) disponibiliza um guia de como escolher e usar corretamente as máscaras de proteção contra o coronavírus. Veja algumas das principais recomendações.
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