4 de dezembro

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Lata d’água na cabeça e muitas perguntas diante da falta d’água em Niterói

Por Redação
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A Seguir lista principais perguntas dos moradores de Niterói sobre a crise no abastecimento de água na cidade
torneira
Quando a água vai voltar? Governo do estado ainda não conseguiu controlar a contaminação por tolueno.

A demora na retomada do fornecimento de água em Niterói deixa o morador da cidade às voltas com torneiras secas e muitas perguntas, que se avolumam à medida que o problema se prolonga e aumentam as filas nos supermercados para comprar água e a dificuldade para conseguir carros-pipa. O A Seguir Niterói listou algumas das dúvidas mais frequentes e buscou as respostas junto aos organismos responsáveis, como o governo do estado, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a Cedae e a  Águas de Niterói.

A água de Niterói pode ter sido contaminada?

De acordo com o governo do estado do Rio e a Cedae, a contaminação foi descoberta antes de a água chegar ao Sistema Imunana-Laranjal, que abastece Niterói. Coletas de água feitas periodicamente identificaram a presença de tolueno, um produto altamente tóxico, além do nível permitido nos rios. A amostra apontou 59 mg/l. A Cedae reportou a “alteração da qualidade da água bruta (ainda não tratada) no manancial de captação” e o fornecimento foi suspenso na quarta-feira (3) às 5h59. A concessionária Águas de Niterói garantiu que não houve contaminação da água distribuída.

Quais os riscos do tolueno?

O tolueno – ou metil benzeno – é um derivado do petróleo altamente tóxico. A simples inalação pode causar danos ao organismo e afetar o sistema nervoso. É usado em combustíveis (como antidetonante) e como solvente para pinturas, revestimentos, borrachas, resinas, diluente em lacas nitrocelulósicas e em adesivos. Pela legislação brasileira, o nível aceito é de até 30 mg/l. Mas nem sempre foi assim. A portaria foi alterada em 2021 pelo então Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, polêmico colaborador do ex-presidente Bolsonaro, que conspirou contra a vacina em favor de tratamentos precoces com o uso de cloroquina. O limite aceito passou de 2 mg/l para 30 mg/l, um aumento de 1.400%. O governo Bolsonaro foi marcado pela liberação de agrotóxicos, trangênicos e a derrubada de controles ambientais. De qualquer forma, a presença do agente tóxico, ainda é maior que o permitido, até esta sexta-feira (5).

O vazamento foi controlado?

Na última reunião da força-tarefa montada pelo governador Claudio Castro para enfrentar o problema, na sexta-feira, ainda não havia uma notícia incisiva sobre o controle do vazamento. A nota do governo informava que “foi estabelecido um plano de ação para conter o derramamento do composto químico no rio Guapiaçu, em Guapimirim, que abastece parte da Região Metropolitana.” O trabalho previa “barreiras de contenção, recolhedores de oleofílico e vertedouro e mantas absorventes” e a “sucção do poluente que está contaminando a água dos rios.” Portanto, o vazamento ainda não foi controlado.

Quais os bairros que serão mais afetados?

A Águas de Niterói informa que toda a cidade (e também São Gonçalo e Maricá, abastecidas pelo mesmo sistema) será afetada. Vai faltar água à medida que os reservatórios forem se esvaziando nos prédios, casas, comércio, escolas… A recomendação é economizar  água o quanto for possível. A companhia montou um esquema com 40 carros-pipa para atender situações de emergência, especialmente hospitais. Mas não há um plano de contingência capaz de atender a toda a região, que tem cerca de 2 milhões de consumidores.

Quando a água vai voltar?

Não há previsão. A companhia Águas de Niterói informa apenas isto: “não há previsão.” A Cedae, responsável pela captação, também não dá prazo. É preciso, antes, conter o vazamento. Depois, atestar, através de coletas de amostras, que a contaminação se dispersou. Só então a água bruta voltará a entrar na estação de tratamento. Depois disto, ainda é preciso de um prazo para que o sistema volte a operar, o que, segundo especialistas, pode demorar de 12h a 24h. Até lá, vale a recomendação de economizar água.

 

 

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