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Abastecimento de água em Niterói sem previsão de retorno

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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De acordo com a Cedae, foi detectado despejo da substância química tolueno no sistema Imunana-Laranjal, fora de operação há mais de 24h
abastecimento de água
A interrupção do abastecimento foi feita às 5h59 de quarta-feira (3). Fotos: reprodução

Por conta de despejo irregular de um produto químico poluente conhecido como tolueno, no manancial de captação de água, a operação do sistema Imunana-Laranjal, que abastece Niterói, está fora de operação.

A interrupção do abastecimento de água para a cidade começou às 5h59 de quarta-feira (3) e segue nesta quinta-feira. A Cedae, operadora do sistema, não deu previsão de quando o fornecimento será normalizado.

Mais de 24h da paralisação da operação do sistema de abastecimento de água de Niterói, a Cedae não sabia informar a origem do despejo irregular. Na manhã desta quinta-feira (4), a Polícia Civil investigava a região de Guapimirim.

Tolueno

A Estação de Tratamento Imunana-Laranjal fica no município de São Gonçalo.

O tolueno ou metil benzeno é uma substância que ficou popularmente conhecido no Brasil como cola de sapateiro. Trata-se de um líquido incolor com um odor característico. Ocorre na forma natural no petróleo e na árvore tolú. Também é produzido durante a manufatura da gasolina e de outros combustíveis a partir do petróleo cru e na manufatura do coque a partir do carvão.

É a matéria-prima a partir da qual se obtêm derivados do benzeno, usado para a produção, dentre outras coisas, de corantes, perfumes, TNT (Tecido não Tecido) e detergentes. Também é adicionado aos combustíveis (como antidetonante) e como solvente para pinturas, revestimentos, borrachas, resinas, diluente em lacas nitrocelulósicas e em adesivos. É a matéria-prima na fabricação do fenol, benzeno, cresol e uma série de outras substâncias.

A inalação voluntária do toluol causa danos ao organismo e pode levar à dependência. O tolueno pode afetar o sistema nervoso.

A empresa informou que a detecção do problema aconteceu em função da rotina de monitoramento do sistema, que começa antes da entrada da água bruta (ainda não tratada) na estação. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) foi acionado e identificou o despejo irregular do produto químico.

“A Companhia e o Inea tranquilizam a população de que não há risco de a substância chegar às residências, porque a captação só será retomada quando a água estiver totalmente adequada para consumo humano”, afirmou a Cedae, por intermédio de nota.

Em Niterói, a distribuição da água é feita pela concessionária Águas de Niterói que, em comunicado no final de quarta-feira informou que havia expectativa que o fornecimento de água para a cidade seria normalizado “gradativamente ao longo da quinta-feira”.

Nesta quinta-feira, mais uma vez ao ser questionada pelo A Seguir sobre quais bairros da cidade estão sendo os mais afetados, a resposta foi: “Águas de Niterói informa que toda a população da cidade foi afetada com a paralisação do abastecimento”.

Imunana-Laranjal

O sistema Imunana-Laranjal teve sua operação paralisada nesta quarta-feira (3).

O Sistema Imunana-Laranjal abastece cerca de dois milhões de pessoas em Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá (Inoã e Itaipuaçu) e a Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro.

É composto pelo Canal de Imunana, que capta e leva a água dos rios Guapiaçu e Macacu até a elevatória de água bruta através de um canal no município de Guapimirim. A água é então bombeada até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Laranjal.

A ETA do Laranjal fica no município de São Gonçalo. Ela é na verdade um complexo de produção e fornecimento de água potável constituído de três estações interligadas com vazão de 7 mil litros por segundo. Isso equivale a duas piscinas olímpicas e mais uma semi-olímpica, por segundo. Após o tratamento, a água é bombeada pela Elevatória de Água Tratada para o Reservatório Amendoeira, com capacidade de armazenamento de 5 mil metros cúbicos.

 

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