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Em São Gonçalo, Lula alerta evangélicos sobre “mentiras” e acusa Bolsonaro de “comprar votos”

Por Gabriel Mansur
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Ex-presidente também criticou armamentismo influenciado pelo governo e defendeu uma revisão das leis sobre drogas
Lula durante caminhada em São Gonçalo. Foto: Ricardo Stuckert
Lula foi acompanhado por uma multidão em São Gonçalo, município que deu vantagem a Bolsonaro no primeiro turno. Foto: Ricardo Stuckert

A 10 dias do segundo turno, o ex-presidente Lula (PT) fez campanha em São Gonçalo, onde recebeu quase 37 mil votos a menos que o presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno. Terceiro maior colégio eleitoral do estado, o município é considerado importante diante da estratégia da campanha petista para tentar reverter a vantagem bolsonarista no Rio. A visita, aliás, ocorre dois dias após Bolsonaro ter passado pela cidade.

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A todo momento, Lula cumprimentava seus apoiadores, em São Gonçalo. Foto: Ricardo Stuckert

Durante o evento, o ex-presidente voltou a acenar para o eleitorado evangélico, segmento no qual tem enfrentado grande resistência nestas eleições e que, segundo o último levantamento feito pelo Instituto Datafolha, perde para Bolsonaro por 38 pontos percentuais – 66%, ante 38%.

Nesta quarta-feira (19), inclusive, ele já havia participado do encontro “evangélicos com Lula”, quando publicou uma carta ao grupo e criticou “pastores que mentem”.  Segundo ele, aliados da ala ideológica de Bolsonaro tentam emplacar uma nova “Guerra Santa” como narrativa eleitoral desde o início da campanha.

– Quem é da igreja evangélica tem que frequentar sua igreja e não permitir que o pastor minta – afirmou Lula. Ao passo que o pleito se aproxima, líderes religiosos que apoiam Bolsonaro estão fazendo campanha para o atual presidente e atacando a candidatura do PT.

Também nesta quarta-feira (19), o pastor André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, mentiu ao dizer que havia sido intimado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a se retratar por falsas acusações contra Lula. A Corte Eleitoral negou a existência de uma decisão contra o religioso. A intenção é causar empatia por uma suposta “perseguição religiosa”.

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“Compra de votos”

Lula acusou Bolsonaro de usar a liberação de empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil e do benefício de Prestação Continuada (BPC) de forme eleitoreira para “comprar votos”. Ele também reclamou da dificuldade de “competir com robôs e com a máquina de contar mentiras”.

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O presidente liberou o crédito consignado a beneficiários do Auxílio Brasil. Antes, no dia seguinte ao primeiro turno, ele já havia antecipado o calendário de pagamentos do Auxílio Brasil e Auxílio Gás. Bolsonaro também tenta adiantar as parcelas do voucher caminhoneiro e taxista. Todas essas medidas ferem a lei eleitoral.

Críticas ao armamentismo

Lula ressaltou que os decretos de Bolsonaro que facilitam o acesso a armas no país permitem ao narcotráfico se modernizar com a autorização do governo. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública registrou um aumento de 473% no número de pessoas com licenças para armas de fogo.

Os dados mostram ainda que há mais armas no arsenal dos civis do que em instituições do estado, como as polícias civil e militar.

Segurança pública

O ex-presidente reforçou que, se eleito, vai recriar o Ministério da Segurança Pública e trabalhar ao lado dos governos estaduais no combate à criminalidade. Ele também propôs “estabelecer um novo padrão de controle” sobre as armas em circulação no país.

O petista ainda defendeu uma revisão das leis sobre drogas para evitar a prisão de dependentes químicos, além do investimento em estrutura de saúde para tratar esses usuários.

Provocação bolsonarista

Militantes bolsonaristas abriram uma bandeira do Brasil e entoaram gritos de “mito” no meio da concentração para o ato de campanha de Lula. A provocação, porém, não surtiu efeito, e apoiadores do PT reagiram fazendo piadas, tirando fotos e cumprimentando os adversários.

Bolsonaristas tentam provocar militantes do PT durante ato em São Gonçalo

Um apoiador de Lula chegou a levantar uma imagem de Nossa Senhora para “espantar o mau olhado”, segundo uma senhora que passava no momento da provocação.

Frente de apoio

Lula discursou em cima de um trio elétrico, no meio do povo. Ele estava ao lado da esposa, Janja, além dos ex-candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSB) e Rodrigo Neves (PDT). Juntos, os dois lideram a frente de apoio à candidatura do petista em cenário estadual.

Rodrigo Neves lidera frente de apoio a Lula no Rio de Janeiro. Foto: Assessoria Rodrigo Neves

Os prefeitos de Niterói, Axel Grael (PDT), e Maricá, Fabiano Horta (PT) marcaram presença no ato, mas não subiram no trio elétrico. Deputados estaduais eleitos, como Flávio Serafini (PSOL) e Verônica Lima (PT), além dos deputados federais eleitos, pastor Henrique Vieira e Talíria Petrone, ambos do PSOL, também fortaleceram a aliança.

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