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Neste domingo (16), a exatos 14 dias para o segundo turno do pleito presidencial, Niterói foi palco de uma disputa política – e polarizada – que tem ditado o ritmo das eleições brasileiras em 2022.
De um lado, o evento LULArte, em apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT), reuniu cerca de cinco mil pessoas na praia de Icaraí, segundo especulou a organização. O ato contou com os ex-candidatos ao governo do Rio, Marcelo Freixo (PSB) e Rodrigo Neves (PDT.)
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Do outro, o deputado Carlos Jordy (PL), aliado do governo federal, organizou uma carreata na cidade. Os apoiadores se concentraram em frente à Câmara Municipal, no Centro, mas, numa tentativa de confrontação, a caravana bolsonarista resolveu atravessar o caminho da manifestação da frente de apoio ao ex-presidente Lula.
– Jordy está desesperado porque Bolsonaro perdeu em Niterói, e ele deve ter tomado uma chamada porque a cidade é responsabilidade dele – comentou uma eleitora, que preferiu não ser identificada.
Quinto maior colégio eleitoral do estado, com 405 mil eleitores aptos a votar, Niterói foi um dos 22 municípios do Rio em que Lula foi mais votado do que Bolsonaro. O petista recebeu 147.370 votos, contra 135.810 do presidente. Este resultado, inclusive, diverge, e muito, da última eleição presidencial, em 2018.
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Há quatro anos, diante do auge antipetista e com um discurso de nova política e uma pseudo honestidade, Bolsonaro teve 156 mil votos, quase o quádruplo do então candidato do PT, Fernando Haddad, que teve 42 mil. Ou seja: o chefe do Executivo não só viu sua popularidade diminuir em mais de 20 mil votos, como presenciou um crescimento do PT em quase 105 mil votos.
A caminhada na Zona Sul foi organizada pelo ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, que convidou Freixo, ex-adversário ao Palácio Guanabara, para participar da campanha. Os dois foram vistos abraçados e entoando canções consagradas pelo gênero musical MPB. Neves ressaltou a importância da união de forças para eleger Lula.
– No primeiro turno Lula ganhou as eleições em Niterói, e vamos ampliar a vitória do Lula no segundo turno, com esta ampla unidade das forças progressistas, democráticas e nacionalistas. Bolsonaro não para de atacar a democracia. E por tudo isso estamos aqui hoje: vamos fazer esta caminhada da unidade e da vitória junto com o povo da cidade de Niterói – discursou.
Já o deputado federal, que foi apoiado por Lula no primeiro turno, falou sobre a construção da frente ampla para governar o Brasil a partir de 2023. Apesar de nunca ter se candidato à Prefeitura de Niterói, Freixo tem forte identificação com a cidade, onde morou por 40 anos. Ele, aliás, se formou na Universidade Federal Fluminense (UFF).
– Agora é momento de unidade, construção, diálogo, de fazer política com afeto, de dar vitória a Lula no dia 30 para depois construir muitos anos de um governo de frente ampla para garantir a democracia em nosso país. Parabéns, Niterói, pela vitória de Lula no primeiro turno! Nós vamos ganhar esta eleição – afirmou o deputado federal.
A aliança entre Marcelo Freixo e Rodrigo Neves fortalece ainda mais a frente de apoio a Lula. Segundo e terceiro colocado na disputa ao governo, respectivamente, os dois, somados, receberam quase 3 milhões de votos. Tratando-se especificamente de Niterói, Rodrigo Neves foi mais votado que Cláudio Castro (PL).
Participaram da caminhada na praia de Icaraí o prefeito Axel Grael (PDT), outro que declarou apoio a Lula, o deputado estadual Flávio Serafini (PSOL), reeleito para o seu terceiro mandato, além dos candidatos eleitos para a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a partir de 2023, Vitor Júnior (PDT), e a vereadora Verônica Lima (PT).
Serafini disse que o povo niteroiense é de “luta e comprometido com a democracia”.
– Mostramos que não foi à toa que Lula vence aqui (Niterói) no primeiro turno e que elegemos fortes bancadas progressistas no legislativo estadual e federal. Nosso povo é de luta e comprometido com a garantia de direitos e com a democracia. Fascimo aqui não se cria – ressaltou.
Grupos artísticos da cidade também participaram da mobilização, que levou música, dança e performances teatrais e circenses às ruas.
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