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Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um comício eleitoral na cidade de São Gonçalo, terceiro maior colégio eleitoral do estado e onde teve a maioria dos votos no primeiro turno das eleições, na manhã desta terça-feira (18). O público foi menor que o esperado, havia muitos espaços na área reservada para o encontro.
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Durante o evento, o chefe do Executivo voltou a associar uma eventual vitória de seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a um suposto regime comunista no Brasil. Como de praxe, atacou vizinhos latinos-americanos governados pela esquerda, como Argentina, Colômbia e Venezuela. Também disparou críticas à Cuba e à Nicarágua.
– Peço a Deus que livre o Brasil do comunismo. Na Argentina, (Alberto) Fernández prometia churrasco pro povo e agora a inflação é de 100%. No debate de domingo, o ladrão não falou do seu amigo (Daniel) Ortega da Nicarágua, que persegue a Igreja e persegue a mídia. Vamos trabalhar e demonstrar que a grande maioria do povo não quer PT nunca mais. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos – disse o presidente em discurso.
No palanque, ao lado de Bolsonaro, estavam aliados políticos, como o governador reeleito do Rio, Cláudio Castro (PL), o prefeito eleito na onda bolsonarista em 2020, capitão Nelson (PL), e o senador e coordenador de sua campanha, seu filho mais velho, o 01, Flávio Bolsonaro (PL).
Bolsonaro também afirmou que é necessário manter um “casamento” entre os poderes Executivo e Legislativo em caso de uma possível reeleição. A expectativa, caso seja reeleito, é contar com uma base de apoio ainda maior no Congresso Nacional. Vale dizer que o presidente já trabalha com a maioria, sobretudo em função do orçamento secreto e da aliança com lideranças do centrão.
De acordo com Bolsonaro, seriam levadas à pauta do Parlamento “coisas de interesses da nossa pátria”. Nos últimos dias, o candidato sugeriu, por exemplo, que poderia enviar uma proposta para redução da maioridade penal no país, além de aumentar as cadeiras no Supremo Tribunal Federal (STF).
Atualmente, são 11 ministros, mas ele sugeriu aumentar para 15 “caso a os ministros continuem com o ativismo político”. Desse modo, indicaria mais quatro nomes extras e teria a maioria na Suprema Corte, repetindo medida adotada por Hugo Chávez na Venezuela.
Em cima do palco, o filho de Bolsonaro reforçou os ataques preconceituosos aos moradores das favelas do Rio de Janeiro. Em seu discurso, Flávio voltou a mentir sobre a sigla “CPX” – que se refere ao termo “Complexo”- e tentou associá-la a facções criminosas. O assunto viralizou quando o ex-presidente Lula usou o boné com a sigla durante campanha no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, na última quinta-feira.
O prefeito capitão Nelson fez um breve discurso durante o ato bolsonarista. Com direito a palavrões, ele direcionou duros ataques a Niterói e a Maricá por causa da briga judicial relacionada aos royalties do petróleo.
A fala raivosa foi motivada por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em setembro, o STJ deferiu o pedido de suspensão da liminar que garantiu para São Gonçalo, Magé e Guapimirim, de forma imediata, uma nova partilha dos valores.
– Nós estamos em uma briga ferrenha com os municípios de Maricá e Niterói por causa dos royalties de Petróleo. Bando de filho da puta. Eu ingressei na Justiça, e irei onde tiver que ir para defender o povo gonçalense. Eles não vão tirar os recursos deste município.
De acordo com o colunista político Guilherme Amado, do site Metrópoles, manifestantes furtaram e roubaram celulares durante o comício. Conforme a reportagem, o cerimonialista pediu para os celulares e carteiras serem devolvidos, mas, até o fim da agenda, as pessoas que foram lesadas ainda estavam na frente do palco sem seus objetos.
São Gonçalo é considerado um reduto bolsonarista, tanto que o prefeito Capitão Nelson foi eleito em 2020 devido ao apoio de Bolsonaro. Na ocasião, terminou o primeiro turno atrás do petista Dimas Gadelha com uma diferença de quase 10 pontos percentuais, mas virou o jogo no segundo turno com o apoio da igreja evangélica.
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Neste ano, Douglas Ruas (PL), filho de Nelson, foi eleito o segundo deputado estadual mais votado, com mais de 175 mil votos. O município é tido como crucial para o segundo turno, já que é o terceiro maior colégio eleitoral do estado. No primeiro turno, Bolsonaro ficou à frente de Lula por 37 mil votos – ou oito pontos percentuais.
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