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UFF informa ter perdido R$ 4 milhões do orçamento após bloqueio do governo Bolsonaro

Por Gabriel Mansur
| aseguirniteroi@gmail.com

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Instituição já operava no limite devido a um outro bloqueio – de R$ 13 milhões – realizado em junho deste ano
UFF será afetada por novo corte oçamentário. Foto: Divulgação/UFF
UFF será afetada por novo corte oçamentário. Foto: Divulgação/UFF

A Universidade Federal Fluminense (UFF) sofreu um corte de cerca de R$ 4 milhões com o novo bloqueio orçamentário anunciado pelo Ministério da Educação (MEC), na última quinta-feira (1º). A medida ocorreu horas após a pasta liberar R$ 344 milhões que já haviam sido cortados de todas as universidades do país na segunda-feira (28).

Em nota encaminhada ao A SEGUIR: NITERÓI, a UFF afirmou que “estes cortes, em um cenário já muito reduzido de recursos, deverão impactar o pagamento inclusive de contas já empenhadas para dezembro e resultar em dívidas carreadas para 2023”.

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Prossegue a nota:

“Ressaltamos que a UFF é hoje uma das maiores universidades do país, com mais de 60 mil estudantes matriculados. Este movimento de liberação e bloqueio pode prejudicar nosso funcionamento com serviços de manutenção e infraestrutura atuais, pois não teremos como honrar com parte de nossos compromissos”.

A instituição lembrou que já estava com as contas no limite devido a um outro bloqueio – de R$ 13 milhões – realizado em junho deste ano. Com o orçamento reduzido, a instituição fica sem recursos para honrar o contrato de manutenção predial, por exemplo, o que pode comprometer aulas e pesquisas:

“Disponibilizamos uma série de serviços para a população, como projetos de pesquisa e extensão em diversos campi, além de oferecer programas de assistência estudantil que garantem a muitos jovens a manutenção de seus estudos. Logo, o impedimento deste recurso afeta uma parcela considerável da população do estado do Rio de Janeiro e também do Brasil”.

Cobrança por reversão

No comunicado, a UFF salientou que tem esperança que o governo recue na decisão, “pois já está operando com poucos recursos”. Destacou ainda que “seguirá atuante na luta pela recomposição do orçamento, ciente do seu papel pela defesa da ciência, do ensino público, gratuito e de qualidade, e em favor da sociedade”.

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A nota conclui afirmando que as universidades federais vêm sofrendo severos cortes e bloqueios orçamentários nos últimos anos, que têm impactado todas as áreas da universidade, como ensino, pesquisa, extensão, assistência estudantil e desenvolvimento institucional:

“Temos constante diálogos com nossa comunidade universitária e estamos atentos quais serão os desdobramentos deste cenário orçamentário”.

UFRJ fica sem verbas para bolsas e salários

Além da UFF, outras três universidades do estado tiveram seus recursos retirados: São elas a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

As contas da UFRJ, aliás, ficaram com saldo negativo após este último corte orçamentário imposto pelo governo federal. O montante bloqueado – só da instituição – foi de R$ 15 milhões, que se somam aos outros R$ 9,4 milhões contingenciados desde junho.

Assim, neste momento, todos os pagamentos da UFRJ estão inviabilizados. Já para este mês de dezembro, a instituição informa que não poderá arcar com bolsas de assistência estudantil, como auxílio permanência, material didático, alimentação e todo o conjunto de assistências a alunos de baixa renda.

Não há recursos também para os salários de cerca de 900 profissionais extraquadros do Complexo Hospitalar e da Saúde da UFRJ, que conta com nove unidades, entre eles o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), o maior do estado do Rio em volume de consultas ambulatoriais.

Também não há verbas para os contratos de combustível para ambulâncias e outros veículos da instituição, como os da segurança patrimonial.

O bloqueio

Entidades ligadas a instituições federais de ensino apontaram que o MEC bloqueou mais de R$ 1,6 bilhão do orçamento. De acordo com os reitores de universidades, isso ocorreu durante o jogo do Brasil contra a Suíça, na Copa do Mundo do Catar.

congelamento foi de R$ 344 milhões a menos para as instituições de ensino superior, segundo cálculos do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e de Administração das Instituições Federais de Ensino Superior (Forplad).

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