11 de dezembro

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Máscaras serão obrigatórias em aviões e aeroportos do Brasil a partir de sexta-feira (25)

Por Redação
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Decisão da Anvisa chega junto com aprovação, para uso emergencial, de duas vacinas bivalentes da Pfizer contra a Covid-19
Máscaras voltam a ser obrigatórias em aviões e aeroportos. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Máscaras voltam a ser obrigatórias em aviões e aeroportos. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Diante do aumento de casos de Covid-19 e consequente alta de internações e óbitos decorrentes da doença em todo o país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na noite desta terça-feira (22), a volta do uso obrigatório de máscaras de proteção facial em aviões e aeroportos no Brasil.

Leia mais: Niterói de volta à fila da Covid

A medida, que visa reduzir o risco de contágio do vírus, não é imediata e prevê um tempo de adaptação: entra em vigor apenas na sexta-feira (25). Além dos dados epidemiológicos atuais, o comportamento com características de sazonalidade da pandemia também foi considerado pela Anvisa.

– Nos últimos anos, observou-se no Brasil o aumento da transmissão do vírus nos meses de novembro a janeiro, quadro que pode ser ainda agravado com o esperado maior fluxo de viajantes que se deslocam pelos aeroportos para as férias escolares e festas de final de ano – justificou a agência.

Agora, com a nova resolução aprovada nesta terça, a Anvisa determinou o seguinte:

  • O uso de máscaras passa a ser obrigatório tanto no interior dos terminais aeroportuários e aeronaves como em meios de transporte (como ônibus) e outros estabelecimentos localizados nessas áreas;
  • Essas máscaras devem estar ajustadas ao rosto, cobrindo o nariz, queixo e boca, minimizando espaços que permitam a entrada ou saída do ar e de gotículas respiratórias;
  • No interior das aeronaves e demais ambientes dos terminais (como praças de alimentação), somente será permitida a remoção da máscara para hidratação e alimentação;
  • A exceção para essa última regra fica para crianças com menos de 3 anos de idade, pessoas com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado da proteção. Nesses casos o uso de máscaras não é obrigatório.

A nova norma proíbe:

  • Uso de máscaras de acrílico ou de plástico;
  • Uso de máscaras dotadas de válvulas de expiração (geralmente usadas na construção civil), incluindo as N95 e PFF2;
  • Uso de lenços, bandanas de pano ou qualquer outro material que não seja caracterizado como máscara de proteção de uso profissional ou de uso não profissional;
  • Uso isolado do protetor facial (face shield);
  • Uso de máscaras de proteção de uso não profissional confeccionadas com apenas uma camada de proteção.

A exigência voltou a ser aplicada pouco mais de três meses após ser derrubada pelos diretores, visto que esteve em vigor entre 2020 e 17 agosto de 2022.

Quando decidiu abolir a obrigatoriedade do uso de máscaras em votação unânime, os diretores justificaram que o cenário da pandemia permitiu que o uso compulsório fosse convertido em uma medida de proteção individual recomendada, mas não imposta aos viajantes.

Autorização de vacinas bivalentes

Na mesma reunião desta terça-feira, a autarquia aprovou para uso emergencial – e por unanimidade – o uso de duas vacinas bivalentes da Pfizer contra a Covid-19. Considerados de “segunda geração”, são dois imunizantes atualizados que contemplam sublinhagens da variante Ômicron e suas subvariantes.

De acordo com a decisão da Anvisa, as vacinas bivalentes podem ser aplicadas no Brasil como dose de reforço na população acima de 12 anos. O imunizante será identificado pelo frasco com tampa na cor cinza. São elas:

  • Bivalente BA1: protege contra a variante original e também contra a variante Ômicron BA1.
  • Bivalente BA4/BA5: protege contra a variante original e também contra a variante Ômicron BA4/BA5.

As vacinas bivalentes, conforme informa a Pfizer, mostraram um aumento substancial nos níveis de anticorpos neutralizantes contra as subvariantes em adultos após uma semana.

Com o aval da Anvisa, o imunizante já pode ser usado no Brasil. No entanto, o Ministério da Saúde ainda não informou se já abriu negociações junto à farmacêutica para a compra. Essa “versão atualizada” da vacina já foi aprovada na União Europeia e nos Estados Unidos.

Vacinação mais acelerada teria salvado vidas

Um artigo publicado na revista científica “The Lancet Regional Health Americas”, assinado por pesquisadores da Fiocruz e outros especialistas em saúde, afirma que, se o governo federal tivesse agilizado a compra de vacinas contra a Covid-19 no início do ano passado, teria poupado a vida de pelo 47 mil idosos que morreram por causa da doença.

O estudo ainda aponta que, se o início do Programa Nacional de Imunização (PNI) fosse mais acelerado, poderia ter evitado, no mínimo, 104 mil hospitalizações no período. Isso porque o Brasil só conseguiu chegar ao ritmo de um milhão de doses, por dia, em junho, quase seis meses depois do início da campanha de vacinação.

Segundo o estudo, se esse patamar tivesse sido alcançado desde o início, o número de óbitos de idosos e idosas poderia ter sido de 40% a 50% menor em relação ao que foi registrado no pico da variante gama.

Também assinam o artigo pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal do ABC (UFABC) e da Universidade de São Paulo (USP).

Aumento de casos em Niterói e no Rio

Os dados da Covid em Niterói, de acordo com estatísticas da Secretaria de Estado de Saúde, são expressivos: 495 novos casos na última semana, a Semana Epidemiológica 46. O número representa quase quatro vezes mais do que os 125 casos divulgados na semana anterior. A nova variante da Ômicron, a BQ.1, já provoca também o aumento das internações na cidade.

Leia mais: Internações aumentam e Rio volta a ter hospital reservado para Covid

Embora a Secretaria de Saúde de Niterói informe que há apenas quatro pessoas internadas na rede do SUS, o número de pacientes nos hospitais particulares chegou a 26 leitos na semana passada e segue aumentando. No fim de semana, um médico relatou que já há todo um andar ocupado num dos principais hospitais da cidade.

Fila para testes de Covid em Niterói. Foto: Sônia Apolinário

Os números de Niterói, aliás, acompanham a tendência do estado. Na semana 46, foram registrados 32.521 novos casos, contra 18.799 da semana 45. O estado também registrou mortes, 36 notificações, o que levou a prefeitura do Rio a destinar o Hospital Ronaldo Gazolla ao atendimento exclusivo de pacientes com Covid.

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