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Internações aumentam e Rio volta a ter hospital reservado para Covid

Por Gabriel Mansur
| aseguirniteroi@gmail.com

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Entre 1º e 15 de novembro, índice saltou de 14 para 48. Há outras 91 pessoas internadas em leitos de enfermaria
Sete mortes por Covid-19 foram confirmadas na última semana. Foto: Prefeitura
Aumenta o número de leitos ocupados por Covid-19. Foto: Prefeitura

Em meio à alta de casos de Covid-19 no País e a identificação de novas subvariantes em território nacional, o número de pacientes internados com coronavírus em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no município do Rio de cresceu 342% nas últimas duas semanas, segundo dados da Secretaria Municipal Saúde. Em 1º de novembro, eram 14 pessoas nessa condição. Na última atualização, nesta terça-feira (15), o número passou para 48.

A Seguir: Especialista volta a recomendar uso de máscara contra Covid em locais fechados

O número de hospitalizados em leitos de enfermaria teve aumento percentual ainda maior, passando de nove para 91 no mesmo período, o que representa uma alta de 910%, também de acordo com dados do órgão municipal. Atualmente, são 147 pessoas internadas, seja com sintomas mais graves (UTIs) ou mais leves (Enfermaria).

Ainda mais, há outras 20 pessoas aguardando vagas em filas de espera. A taxa de ocupação dos leitos destinados para Covid-19 é de 64%. Em relação a internações no geral, 2,3% estão nos hospitais por conta do coronavírus.

Segundo a SES, a média de solicitações ainda está bem abaixo do verificado nos momentos mais graves da pandemia no estado.

– Na última onda causada pela variante Ômicron em janeiro e fevereiro deste ano, a média diária de solicitações de leitos chegou a 177, incluindo enfermaria e UTI. E no pico da onda causada pela variante Gama, em março de 2021, essa média diária chegou a 422 solicitações – informou a SES.

Hospital Ronaldo Gazolla reserva leitos

O aumento no número de internações provocadas pela Covid-19 fez com que a Prefeitura do Rio transformasse 56 leitos do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte, exclusivos para o tratamento da doença. Essa medida foi necessária porque os 26 leitos do hospital destinados para internar pacientes com Covid-19 já estavam ocupados. O hospital Ronaldo Gazolla é considerado um centro de referência para o tratamento do coronavírus.

Aumento de casos

Em uma semana, o estado do Rio teve um aumento de 330% no número de pacientes em fase de transmissão do coronavírus, os chamados casos ativos. Em 5 de novembro, eram 4.368 pessoas nessa situação. No último sábado (12), esse número subiu para 18.799. Nesse período, houve 55 mortes por causa da doença.

A cientista Mellanie Fontes-Dutra, doutora em neurociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora da Rede Análise, explicou ao A SEGUIR: NITERÓI que as possibilidades são múltiplas e que ainda é difícil precisar exatamente quais fatores justificam esse aumento.

Em sua opinião, a alta de casos notificados pode ser justificada tanto por uma subnotificação maior em outros lugares quanto à própria dinâmica de grandes centros urbanos, que podem, sobretudo, acabar manifestando casos antes de regiões menores.

– Os dados são muito iniciais ainda. Porém, indicam a possibilidade de aumento da transmissibilidade em virtude do que estamos vendo no aumento do número de casos, em alguns países em que essa onda já chegou. Não temos evidências de que a doença provocada por essa variante seria mais grave, e apesar de ela ter um escape imunológico importante dos anticorpos monoclonais (um tipo de tratamento indicado para alguns casos de Covid-19), é bastante possível que as vacinas sigam com boa proteção, principalmente contra a doença, e que vacinas atualizadas sigam abrangendo essa variante, que é uma “versão” da Ômicron, variante-alvo desses imunizantes atualizados – relatou.

Importância da vacinação

A nova BQ.1 é uma das trezentas subvariantes da Omicron que circulam pelo mundo. Os especialistas já sabem que a variante tem uma alta taxa de infecção, mas não há indícios de que seja mais letal que as outras linhagens já identificadas até agora. Ao g1, a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, afirmou que a vacinação faz toda diferença contra o vírus da Covid.

Infectoligista destaca a importância de manter o esquema vacinal em dia. Foto: Prefeitura

– Hoje a gente tem casos, tem aumento de casos, ondas, mas a mortalidade diminuiu bastante. Mas é muito importante, apesar de não estarmos morrendo de COVID 19, é muito importante manter a vacinação em dia, incluída a dose de reforço. Porque é assim que a gente diminui o risco de novas ondas e o risco de novas variantes – explicou a especialista.

Procura por testes aumenta na mesma proporção

Mais pessoas têm buscado fazer o teste de Covid-19, e mais resultados têm sido positivos. Conforme consta no Observatório Epidemiológico da SMS, a taxa de positividade dos exames vem subindo de forma gradativa nas últimas semanas. Na semana 41 (9-15 de outubro), esse índice era de 6%; na semana 42 (16-22 de outubro), subiu para 9%; Na semana 43 (23-29 outubro), 15%; depois, ainda subiu para 24% e, na última semana finalizada, a 45 (6-12 de novembro), o índice era de 30%.

Ao mesmo tempo, cresce a procura por testagem. Da semana 41 para a semana 45, o pedido pelo exame RT-PCR (o do cotonete no nariz) mais do que triplicou, subindo de 205 para 717. Igualmente, cresceram os testes de Antígeno, de 7.567 para 67.967. Esse aumento, aliás, também é refletido em Niterói.

Nesta segunda-feira (14), o laboratório Sérgio Franco, na Rua Presidente Backer, em Icaraí, estava com uma fila que não se via há duas semanas. O aumento da procura, segundo um atendente, já vinha sendo observado desde a semana passada. Os testes mais procurados eram os da modalidade antígeno, que costumam sair em torno de uma hora, mas o laboratório também oferece o RT-PCR, que costuma ser ainda mais preciso.

Testagem para Covid. Foto: Divulgação Prefeitura

Secretaria de Saúde recomenda ampliação de testagem

A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SUBVAPS), enviou, no último dia 4, um ofício aos 92 municípios do estado alertando para importância das unidades básicas e de pronto atendimento do estado ampliarem a oferta de teste rápido de antígeno para Covid-19. A recomendação orienta que todos os pacientes com sintomas de síndrome gripal devem ser testados para a doença.

Uma análise realizada pela vigilância estadual apontou que, entre os dias 20 de outubro e 4 de novembro, a taxa de positividade dos testes de RT-PCR e antígeno para Covid-19 tiveram aumento. A taxa de RT-PCR passou de 3% para 7%, e a de antígeno de 5% para 16%.

O levantamento mostrou ainda que, embora a taxa de positividade para Covid-19 tenha aumentado, os vírus respiratórios com maior circulação foram o rinovírus, com 21% de prevalência, e o adenovírus, com 17%. O vírus SARS-CoV-2 aparece em 4% das amostras testadas. Já o sequenciamento genômico para a Covid-19 identificou que a Ômicron continua sendo a principal variante em circulação.

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