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Indiciados responsáveis por espuma no rio Guandu que interrompeu abastecimento de água na Baixada Fluminense

Por Sônia Apolinário
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Despejo de tolueno que paralisou o Sistema Imunana-Laranjal e interrompeu o abastecimento de água de Niterói completou dois meses sem solução
espuma rio guandu
A Espuma foi identificada na estação de tratamento do Guandu em 28 de agosto de 2023. Foto: Reprodução de TV

Cerca de dez meses após uma espessa espuma branca aparecer no rio Guandu e interromper o fornecimento de água para 11 milhões de moradores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, os responsáveis pelo crime ambiental irão se entender com a Justiça. Na segunda-feira (3), a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) concluiu a investigação do caso. Quatro pessoas ligadas a uma empresa da região foram indiciadas e irão responder por crime ambiental. O relatório da investigação foi encaminhado ao Ministério Público.

Leia mais: Niterói tem 33 mil moradores vivendo em áreas de risco

Já em relação ao tolueno, que interrompeu o fornecimento de água para dois milhões de pessoas dos municípios abastecidos pelo Sistema Imunana-Laranjal, não há informações oficiais sobre o caso, que completou dois meses.

Guandu

De acordo com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), a investigação apurou a responsabilidade de sócios e diretores de uma empresa que atua no ramo de surfactantes produzindo sabão, lava-louças e domissanitarios de marcas conhecidas no mercado.

A DPMA considerou a empresa responsável pelo lançamento de produto surfactante em suas galerias de águas pluviais, conforme constatado por representantes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), em agosto do ano passado. Na ocasião, foi detectada espessa espuma branca no rio Guandu, quando foram encontradas irregularidades ambientais.

A PCERJ não divulgou o nome da empresa. Porém, segundo reportagem do G1, trata-se da Burn Indústria e Comércio, de Queimados, na Baixada Fluminense. Em nota, a empresa, que informou estar em operação há 13 anos, negou ter sido responsável pelo crime ambiental e que “atua dentro dos mais rigorosos padrões técnicos”.

O Rio Guandu abastece a Estação de Tratamento de Água do Guandu, sendo responsável pelo fornecimento de água para 11 milhões de pessoas em 9 municípios: Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São João de Meriti e Mesquita. O sistema trata 43 mil litros de água por segundo.

A espuma branca acabou por interromper o fornecimento de água por 13 horas. Na época, a Cedae, operadora do sistema, afirmou que a água tratada e enviada à distribuição até o momento da interrupção tinha passado por todos os controles de qualidade e não oferecia risco para a população.

Imunana-Laranjal

Sistema Imunana-Laranjal
Abastecimento de Niterói foi interrompido pela contaminação da água dos rios que integram o Sistema Imunana-Laranjal. Foto: arquivo A Seguir Niterói

No dia 3 de abril, a Cedae interrompeu a captação de água na Estação de Imunana-Laranjal, que também opera, ao identificar no manancial altas concentrações de tolueno, solvente danoso à saúde se ingerido ou inalado. O sistema voltou a captar e tratar água às 22h42 do dia 5.

A paralisação da operação do Sistema afetou, ao todo, 2 milhões de pessoas dos municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá e Ilha de Paquetá, na Região Metropolitana.

Em Niterói, a água começou a chegar às 5h do dia 6, quando o fornecimento foi retomado de forma gradativa. Durou cinco dias até que o abastecimento normalizasse, em toda a cidade.

O despejo de tolueno ocorreu no rio Guapiaçu, em Guapimirim, na Baixada Fluminense. Na época, a Cedae afirmou que a água tratada e enviada à distribuição até o momento da interrupção tinha passado por todos os controles de qualidade e não oferecia risco para a população.

Pela segunda vez, A Seguir encaminhou questionamentos à Polícia Civil, secretaria de estado do Ambiente e Sustentabilidade e Governo do Estado sobre o andamento das investigações a respeito do caso, sem obter respostas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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