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Enquanto o vírus ainda estiver circulando, melhor usar máscara, diz especialista

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Médico Mário Roberto Dal Poz reforça a importância do uso de máscara mesmo em ambientes abertos;  máscaras do tipo PFF2 oferecem quase 100% de proteção
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Especialista reforça para manutenção do uso da máscara e eventos de aglomeração são revistos. Foto: Amanda Ares

No momento em que a variante Ômicron gera preocupações no mundo com a sua rápida difusão e ainda com estudos muito prematuros, medidas de flexibilização estão sendo repensadas. O fato é que o uso de máscaras, para atividades ao ar livre, já foi flexibilizado em Niterói. Se seguir o que estava originalmente planejado, de acordo com o Programa Novo Normal, a partir de janeiro, a máscara não será mais obrigatória em locais abertos para atividades além de exercícios ao ar livre. No entanto, com o cancelamento do Réveillon em alguns estados, como o Rio de Janeiro, e o Carnaval também cancelado em alguns municípios sinalizam que o momento é de cautela e de revisar os planos de flexibilização que estavam previstos.

O entendimento dos especialistas do estado é de que a rapidez do avanço da variante Ômicron, surgida na África do Sul, representa uma ameaça. Para conter a disseminação do vírus e frear o surgimento de novas variantes, eles reforçam o uso da máscara, mesmo em ambientes de grande circulação de ar.

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Um estudo recente de um instituto alemão, o Max Planck, aponta que, se usadas corretamente, máscaras do tipo PFF2, equivalentes a outros padrões internacionais, conhecidos como N95, KN95 e máscaras P2, oferecem quase 100% de proteção contra a covid-19. De acordo com os estudos, a probabilidade de se infectar é de 90%, mesmo com distanciamento. Isso significa dizer que se a máscara for utilizada de maneira adequada, ou seja, com o clipe de metal bem ajustado ao nariz, pressionando-o lateralmente, o risco de contágio é de apenas 0,1%. Se a pessoa estiver vacinada, o risco de contágio é ainda menor.

Se a máscara não estiver corretamente encaixada ao rosto, o risco de infecção no mesmo cenário sobe para cerca de 4%, aponta o estudo, publicado na revista científica PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. A análise também demonstrou que máscaras PFF2 bem encaixadas ao rosto protegem 75 vezes mais que máscaras cirúrgicas – as quais, no entanto, reduzem o risco de infecção para no máximo 10% se também forem bem ajustadas.

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Já a análise de encontros entre duas pessoas sem máscara apontou que, se um indivíduo saudável ficar por alguns minutos diante de um infectado, mesmo a uma distância de 3 metros, há uma probabilidade de 90% de ocorrer uma infecção. Apesar da distância de 3 metros, os pesquisadores ressaltam que o risco é enorme quando se entra em contato com infectados com uma carga viral alta, como ocorre no caso da atualmente dominante variante delta, por alguns poucos minutos e sem máscara.

O médico e ex-coordenador do programa “Health Workforce Information and Governance” da Organização Mundial da Saúde, Mário Roberto Dal Poz, reforça a importância do uso da máscara, especialmente em ambientes fechados e de aglomeração. Ele diz que, enquanto o vírus ainda estiver circulando, é arriscado liberar o uso da máscara, ainda que ao ar livre; é necessário antes pensar em campanhas de conscientização para a mudança de comportamento da população de forma gradual:

– Nós estamos lidando com uma situação ainda pouco conhecida. São estimativas, hipóteses, mas ainda não há nenhum estudo que suporte. A transmissão do coronavírus se dá pelo ar, pela respiração, pela fala, pelo espirro, pela tosse. A flexibilização do uso de máscara deve estar acompanhada de uma campanha intensa de informação para a população para que as pessoas usem a máscara onde elas efetivamente não podem deixar de usar. Em locais fechados, o risco é ainda maior, sobe para 6 vezes mais, com a variante Delta.

Sobre o Carnaval, ele afirma que é necessário estar atento ao risco da Covid, que pode ser multiplicado, com o turismo e a mobilidade das pessoas de várias regiões do Brasil e do mundo:

– As autoridades estão dando tiro no escuro. É contar com uma possibilidade favorável, que não necessariamente vai ocorrer. Estamos vendo flexibilizações definitivas que vão ser muito difíceis de voltar atrás, mas esperamos que a cobertura vacinal continue a crescer e as pessoas tenham um comportamento mais responsável. Metade do mundo não tem a cobertura vacinal adequada. Com a mobilidade das pessoas aumentando, é necessário apresentar o comprovante vacinal, para entrada em ambientes fechado. Além disso, ter a cautela com o encontro com pessoas que não estão vacinadas. Enquanto o vírus estiver circulando, ainda há risco – completou.

Relembre o plano que estava previsto para janeiro em Niterói

Além da flexibilização do uso de máscaras para atividades ao ar livre, o funcionamento de casas noturnas, pubs e boates com até 100% da capacidade de público, também será autorizado, desde que seja apresentado o comprovante de esquema vacinal completo.

Na fase 3 também será permitida a realização de grandes eventos com até 100% da capacidade de público, mediante comprovação do esquema vacinal completo. Serão mantidas as orientações de medidas de proteção à vida, tais como, higienização das mãos e ventilação de ambientes.

Procurada pelo A Seguir: Niterói, a Prefeitura ainda não respondeu aos questionamentos sobre a possível revisão do Programa Novo Normal a partir de janeiro.

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