COMPARTILHE
Em Niterói, em 2024, foram feitos 12 lançamentos imobiliários; em 2025, serão 30. No município, a oferta de imóveis para venda aumentou 67,5%, em quatro anos, enquanto a oferta para locação caiu em 37,8%. Nos novos empreendimentos no Centro, 55% dos compradores são de fora de Niterói.
Leia mais: Niterói está entre os municípios do estado que mais geraram empregos formais em setembro
Esses foram alguns dos dados apresentados em evento promovido pelo Sindicato da Habitação (Secovi Rio), nesta quinta-feira (11), no auditório da ADEMI-Niterói, no Centro, que reuniu cerca de cem representantes do segmento.
Quando se trata de vendas, a principal lei do capitalismo não funciona, em Niterói. No município, a gangorra entre oferta e procura é “desconhecida” pelo setor, para esse tipo de transação.
– Em Niterói, a oferta aumentou e o preço também. A procura está acontecendo e isso impacta o preço dos imóveis – afirmou Leonardo Schneider, Vice-Presidente do Secovi Rio.
De acordo com o Sindicato da Habitação, nos últimos quatro anos, a oferta de imóveis para venda aumentou 67,5%, passando de 11.549 para 19.348 (até setembro de 2024). No mesmo período, o valor do metro quadrado residencial para vendas aumentou 7,5% passando de R$ 6.559 para R$ 7.051 (até outubro de 2024).
Quando se trata de locação, a “gangorra” da oferta e procura funciona em Niterói. Nos últimos quatro anos, o valor do metro quadrado residencial ofertado para aluguéis aumentou 56,9%. Já a oferta para locação caiu em 37,8%, o que representa 796 unidades disponíveis na cidade, até setembro passado.
– A cada dia, a oferta de locação cai. Houve um espaço grande de cerca de três anos sem lançamento de novos imóveis. Isso se reflete agora na diminuição da oferta, enquanto a procura cresceu, com isso, o preço subiu – informou Luiz Cláudio, CEO da imobiliária Self Adm.
Sendo assim, os investidores que compram para alugar estão obtendo, em Niterói, um índice de rentabilidade de 0,418%, em outubro passado, frente a 0,286% em janeiro de 2020.
No momento, São Francisco é o bairro que apresenta maior rentabilidade: 0,481%, seguido por Fonseca (0,434%) e Centro (0,416%).
Em relação ao custo dos condomínios, na hora de alugar um imóvel, no Fonseca representa 55% do valor do aluguel, sendo o percentual mais alto, em Niterói. Em segundo lugar está Santa Rosa (47%), seguido pelo Centro (46%).
– O peso do condomínio na hora da locação tem se elevado, em Niterói – observou Schneider.
Este ano, até outubro, foram realizados 12 lançamentos imobiliários, que representam 1.992 unidades residenciais ao valor total de R$ 1,2 bilhões. Desse total, 25% dos empreendimentos estão no Centro. Para 2025, estão previstos outros 30 lançamentos, totalizando mais de 5 mil unidades, ao valor de R$ 2,9 bilhões.
Esses dados foram apresentados, no evento, por Bruno Serpa Pinto, CEO da imobiliária SPIN.
Ele informou que a empresa registrou recorde de vendas em outubro, “superando a marca de R$ 100 milhões”, em negócios realizados. Ao longo do mês, foram vendidos 147 imóveis. Icaraí (42%) e Centro (25%) se configuram como os bairros mais procurados pelos seus clientes.
Segundo ele, 45% dos negócios feitos pela imobiliária, ao longo do ano, foram para profissionais das seguintes áreas: engenharia, serviço público, administração, finanças e saúde.
Dentre os que compraram imóveis nos novos lançamentos, no Centro, 45% são niteroienses. Os outros 55% são atuais moradores do Rio de Janeiro, municípios do Leste Fluminense e do interior do estado. Nas demais regiões da cidade os compradores de outros municípios ficam entre 10% e 12%.
Dentre os compradores de Niterói, 35% têm entre 36 e 45 anos; 31% têm entre 46 e 60 anos; 18% têm de 26 a 35 anos; 14% são 60+ e 2% têm entre 18 e 25 anos.
– A nova lei de Uso do Solo destravou o mercado. Os lançamentos previstos em 2025 vão retomar o setor ao seu melhor patamar, que foi em 2021. Naquele ano, foram lançados 27 empreendimentos em Niterói – afirmou Serpa Pinto.
COMPARTILHE