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Talíria Petrone e pastor Henrique Vieira, do PSOL, Altineu Côrtes e Carlos Jordy, do PL, e Washington Quaquá, do PT. Esses são os cinco parlamentares nascidos em Niterói que vão compor a bancada da cidade na Câmara dos Deputados, a partir de 2023.
Embora todos sejam naturais da cidade, expandiram a sua atividade política além dos limites do município. Quaquá, por exemplo, fez sua trajetória em Maricá, onde foi prefeito. Altineu chegou a ser candidato a prefeito de São Gonçalo e Itaboraí. O estado do Rio de Janeiro indica 46 deputados federais para o Congresso.
A psolista Taliria Petrone, aliás, foi reeleita como a niteroiense mais votada, com 198.548 votos – 22.054 somente em Niterói. No cenário estadual, ela só ficou atrás de Daniela do Waguinho, do União, e General Pazuello, do PL. Outro representante do município entre os cinco mais votados do estado é Altineu Cortes, do PL, que vai exercer seu terceiro mandato. Cortes recebeu 6.370 votos no município.
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Em relação a 2018, última eleição, Niterói ganhou dois novos representantes: o Pastor Henrique Vieira, do PSOL, que começou sua carreira política como vereador no município, e o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá. Apesar de ter sido prefeito de Maricá por oito anos, o petista teve votação expressiva em Niterói.
Todos os deputados citados, com exceção do pastor Henrique Vieira, ficaram entre os 10 mais votados na cidade. Em contrapartida, Chico D’Angelo (PDT), 10º mais votado no município, não foi reeleito após quatro mandatos. As informações constam no site de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais.
Apesar do desempenho dos niteroienses, nenhum dos eleitos teria chegado à Câmara apenas com os votos colhidos na cidade. Todos os cinco eleitos tiveram mais votos fora da cidade.
Taliria tem 37 anos e vai cumprir seu segundo mandato a partir de 2023. Antes de ser chegar à Câmara em 2018, a parlamentar foi vereadora em Niterói entre 2012 e 2018, quando abdicou da cadeira para concorrer ao legislativo federal. Em menos de quatro anos de mandato, ela foi autora de 1.293 propostas legislativas, sendo que 902 estão em tramitação.
Formada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Taliria também é mestre em Serviço Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), além de professora da rede pública de ensino. A deputada reeleita ainda é militante dos direitos humanos, dos direitos da mulher, do movimento negro e dos direitos LGBT.
Altineu tem 54 anos, se declara pardo e foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2014, na época pelo PR. Em seus dois primeiros mandatos, votou sempre em concordância com o centrão. Foi favorável ao impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e à PEC do Teto dos Gastos Públicos, sancionada pelo governo de Michel Temer (MDB), em 2017.
Também em 2017 votou a favor da Reforma Trabalhista e contra o processo em que se pedia abertura de investigação do então presidente Michel Temer, ajudando a arquivar a denúncia do Ministério Público Federal.
Antes de chegar à Câmara, foi eleito deputado estadual, em 2010, mas deixou a cadeira, em 2012, para se candidatar à Prefeitura de Itaboraí, sendo derrotado. Ele também concorreu à prefeitura de São Gonçalo, em 2008, mas também não foi eleito.
Carlos Jordy tem 40 anos e foi eleito para a Câmara, pela primeira vez, na onda bolsonarista de 2018. É o mais ruidoso representante da extrema-direita em Niterói. Chegou a ser vice-líder do governo Bolsonaro entre fevereiro de 2019 e setembro de 2020. Em pouco menos de quatro anos, foi autor de 210 propostas legislativas.
Jordy estreou na política em 2016, quando foi eleito vereador por Niterói, então pelo PSC. Em seu primeiro ano na Câmara Municipal, enviou ofício à administração central da UFF questionando a permissão do uso dos banheiros femininos nos respectivos institutos por transexuais.
Em setembro de 2019, já como deputado federal, ele iniciou uma campanha de difamação direcionada a Felipe Neto. Sem provas, afirmou em redes sociais que o youtuber estava vinculado ao massacre de Suzano e ensinava seus seguidores a entrarem na deep web. Ele foi condenado na justiça em abril de 2019 a apagar a declaração, mas hoje responde judicialmente sobre outras declarações.
Washington Luiz Cardoso Siqueira, conhecido como Washington Quaquá, ingressou no PT, de onde nunca se desfiliou, aos 14 anos de idade, em 1985, integrando a direção estadual a partir de 1990. Atualmente, Quaquá é membro da Comissão Executiva Nacional do PT, como vice-presidente da sigla.
Quaquá se elegeu prefeito de Maricá pela legenda em 2008 e foi reeleito em 2012. Em 2014, usando recursos dos royalties do petróleo, implantou um serviço de ônibus gratuito na cidade. Maricá foi o primeiro município do Brasil com mais de 100 mil habitantes a adotar um transporte público gratuito.
Em 2013, enquanto era prefeito, foi condenado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político e conduta vedada a agente público. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) não cassou o seu mandato, mas o tornou inelegível por oito anos.
Henrique dos Santos Vieira Lima, mais conhecido como pastor Henrique Vieira, tem 35 anos, se declara negro e não registrou nenhum bem ao registrar a sua candidatura. Antes de concorrer à Câmara dos Deputados, ele foi vereador por um mandato, entre 2013 e 2016, na cidade de Niterói.
Henrique se descreve como um pastor anti-fundamentalista, além de ator, escritor e professor de história. Ao longo de sua vida, dedicou-se à defesa dos direitos humanos e ao acolhimento de pessoas oprimidas pelo discurso violento de algumas lideranças religiosas. É autor de 2 livros e, como ator, esteve no elenco de “Marighella”, filme de Wagner Moura.
Conforme consta no site Divulgacand, na bancada do estado do Rio no Congresso Nacional, Niterói só tem menos representantes que a capital Rio de Janeiro, que conta com 24 nomes, mais da metade dos 46 representantes do estado.
O segundo município mais populoso do estado, São Gonçalo, não indicou deputados à Câmara. Duque de Caxias e Nova Iguaçu, terceira e quarta cidades mais populosas, elegeram dois e três parlamentares, respectivamente. Veja abaixo:
O site Divulgacand também mostra que sete dos 46 eleitos pela bancada do Rio de Janeiro não são nascidos no estado. Os parlamentares Jorge Braz, do Republicanos, Hugo Leal, do PSD, e Reimont, do PT, são de Minais Gerais.
Os petistas Lindbergh Farias e Dimas Gadelha nasceramm na Paraíba. Farias, por sinal, chegou a ingressar na faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 1987, mas se mudou para o Rio em 1991, aos 21 anos. Desde então, construiu toda a sua trajetória política no estado.
Reeleita para seu quarto mandato com mais de 84 mil votos, Jandira Feghali é mais uma nascida fora do Rio que moldou sua militância no estado. Na verdade, Jandira nasceu em Curitiba, no Paraná. Por último, o deputado federal Sóstenes Cavalcante, do PL, é natural de Maceió, em Alagoas.
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