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O candidato bolsonarista à prefeitura do Rio, o delegado Alexandre Ramagem, no final da campanha, queria distância do governador Claudio Castro. Chegou a chamar seu governo de medíocre.
Em Niterói, o deputado Carlos Jordy, que trouxe o ex-presidente à cidade para o lançamento de sua candidatura, reclamava com os jornalistas de ser chamado de bolsonarista e manteve o clã distante de sua campanha, no segundo turno. No entanto, Claudio Castro e Bolsonaro foram os maiores vencedores das eleições de 2024 no estado do Rio.
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O PL de Bolsonaro fez 22 prefeitos. Castro manteve controle de quase toda a baixada e municípios do grande Rio. O bolsonarismo ainda ajudou a eleger candidatos do PP, dos republicanos e mesmo do MDB.
Não fosse a vitória de Eduardo Paes, no Rio, sustado pela popularidade do prefeito, que é tetra!, e pelo pragmatismo do partido de Kassab, o PSD, que é capaz de compor com o presidente Lula ou com o bolsonarismo, de acordo com a conveniência, o Rio estado estaria rendido à direita, dois anos antes das eleições de 2026.
Lula participou da campanha de Paes. Mas o PT fez apenas três prefeituras,, a mais importante a de Maricá, reduto do partido há quase 20 anos. O mapa político do estado do Rio também parece borrar a herança do trabalhismo, que já deu líderes políticos importantes, como Roberto da Silveira e Leonel Brizola. O PDT sustentou apenas uma prefeitura, a de Niterói, com Rodrigo Neves, eleito com o apoio de 15 partidos, que se juntaram contra o avanço do bolsonarista Carlos Jordy.
O estado do Rio tem novos caciques, alinhados com o governo de Claudio Castro. Seus acordos políticos impactaram mais o resultado da eleição que o nome de Bolsonaro. A questão é que nem o governador, nem o ex-presidente poderão ser candidatos em 2026. Quem será capaz de liderar a massa de votos conquistada pela direita na próxima eleição nacional?
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