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O chefe. Um empresário, morador de Icaraí, de uma família de posses, com tradição na indústria construção, planejou e coordenou o crime. Segundo investigação da Polícia, era Alexandre Ceotto, colaborador do ex-governador Wilson Witzel, cassado, e do atual, Claudio Castro, e aspirante a político em Niterói, na onda da eleição de Jair Bolsonaro em 2018. É dado pela Justiça como fugitivo.
Ceotto, em suas redes sociais
O ladrão. Um advogado criminalista, de uma família com atuação no Judiciário, aluno de bons colégios de Icaraí, frequentador de ambientes sociais, vestiu uma máscara de silicone, comprada pela internet por R$ 1.800, que deformava suas feições e fazia parecer que era careca, para invadir um apartamento onde esperava encontrar um milhão de dólares em dinheiro, e de onde saiu levando relógios no valor de R$ 80 mil, segundo contou à Polícia. Maurício Gualda era amigo de longa data de Ceotto e, como o chefe, se exibia com armas em punho e queria surfar na onda bolsonarista. Tentou ser vereador pelo Republicanos em 2020, mas só teve 133 votos.
Maurício Gualda, disfarçado, flagrado pelas câmeras do apart-hotel, em ação
A vítima. Um advogado, conhecido na cidade, Antônio Carlos Moreira, carinhosamente chamado de “Toninho”, apresentado como Grande Sumo Sacerdote do Capítulo Brasileiro dos Maçons do Real Arco. Seu nome foi protegido nas informações divulgadas pelo Ministério público e pela Polícia. Mas era o dono do apartamento, comprado do até então amigo, Ceotto.
“Toninho”, apresentado como líder dos Maçons
Estes são os personagens que dominam a conversa nos grupos das redes sociais de Niterói, desde que a polícia revelou detalhes da invasão do apartamento do Gragoatá, no início do mês, e as imagens do ladrão mascarado, que procurava um milhão de dólares em dinheiro, orientado pelo homem que vendeu o apartamento a um amigo.
São todos conhecidos na cidade e frequentam ambientes comuns. Ceotto era amigo de Maurício, frequentava bares e os mesmos ambientes. Os trabalharam no gabinete do Vereador Rodrigo Amorim (PL), conhecido por condecorar milicianos e quebrar a placa em homenagem á vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio. Ceotto também fazia negócios com Toninho: segundo Marçal, disse que haveria dinheiro no apartamento e orientou no caminho para a invasão.
Nas redes, Ceotto e Maurício são considerados de perfil agressivo, especialmente pela exibição com armas. Ceotto postava fotos como lutador faixa preta. Apesar da conversa intensa nos grupos de Zap sobre o crime no “High Society” de Niterói, antigos amigos têm preferido poupar os familiares, que têm vida social e boa reputação na cidade. “Toninho” até agora não foi ouvido.
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