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Eleições 2024: as propostas dos candidatos à Prefeitura de Niterói para Mobilidade

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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A Seguir ouviu os candidatos sobre os principais problemas da cidade. Redução de tarifas é proposta comum quando se trata de mobilidade urbana
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Os engarrafamentos fazem parte da “paisagem” de Niterói. Foto: arquivo A Seguir Niterói

Nas últimas semanas, A Seguir Niterói entrevistou os candidatos à Prefeitura de Niterói. Buscou respostas para os principais problemas apontados pelos moradores. Todos os candidatos receberam a equipe do portal ou responderam às perguntas enviadas. Incluindo o candidato Guilherme Bussinger, do Mobiliza, que renunciou na segunda-feira (30), para apoiar a candidatura de Rodrigo Neves. O único candidato que não se apresentou para dar conta de seus planos aos eleitores, foi o representante do PL, Carlos Jordy.

Leia mais: Eleições 2024: as propostas dos candidatos à Prefeitura de Niterói para a Educação

As entrevistas estão reproduzidas na íntegra na área reservada a reportagens especiais.

Leia mais: Eleições 2024: as propostas dos candidatos à Prefeitura de Niterói para a Saúde

Na reta final da campanha, quando a mobilização toma conta das ruas e ainda existem eleitores indecisos, A Seguir revista os planos apresentados pelos candidatos para enfrentar problemas da cidade, como Saúde, Educação, Mobilidade e Segurança, entre outros. É mais uma contribuição do jornalismo da cidade para que o eleitor possa fazer uma escolha consciente na hora do voto. As informações sobre as propostas de Jordy foram levantadas no programa que registrou no TER-RJ.

O tema desta edição é Mobilidade. Veja o que pensam os candidatos:

Rodrigo Neves (PDT)

“A mobilidade é um desafio histórico da cidade. Avançamos muito. Agora, nosso foco será baixar o preço das passagens e aumentar a frequência dos catamarãs e dos ônibus. Num curto período, tiramos do papel obras que eram esperadas há décadas, como o Túnel Charitas-Cafubá, os mergulhões da Marquês do Paraná e da Praça Renascença, a duplicação da Rua Doutor Paulo Alves, a modernização das avenidas Amaral Peixoto e ampliação da Marquês do Paraná, dentre várias outras obras para melhorar a infraestrutura urbana e viária. Saímos de zero para quase 100 quilômetros de ciclovias, inclusive a ciclovia mais movimentada do Brasil, no Centro, e agora o programa de bicicletas compartilhadas. Obrigamos a climatização das frotas de ônibus. Em 2013, Niterói tinha três tarifas de transporte público e reduzimos para a mais baixa. Entretanto, após a pandemia, houve uma deterioração do transporte não só em Niterói, mas também no Rio e em todo o Brasil. Nós vamos reduzir o preço da passagem e vamos aumentar a frequência dos ônibus e catamarãs. Para o catamarã de Charitas, o valor da tarifa vai cair dos atuais R$ 21 para R$8. A população vai poder contar com ônibus e barcas mais baratos, com redução dos intervalos na circulação, com internet grátis nas estações e um aplicativo com a localização dos ônibus em tempo real. O novo Terminal Rodoviário do Caramujo e a nova Alameda São Boaventura também vão ajudar a desafogar o trânsito. Claro que as bicicletas não ficarão de fora. Vamos chegar a 160 km de ciclovias, um transporte ecológico, fácil e saudável, além de levar o NitBike a todas as regiões da cidade”. 

Talíria Petrone (Psol)

“A principal proposta é ônibus tarifa zero. Sem dúvida, não é de um dia para o outro que se implanta tarifa zero. Esse é um caminho a ser construído. Porém, no meu governo, a tarifa zero será uma decisão política. A atual gestão não fez porque não quis, porque tem uma relação, no mínimo, permissiva, com as empresas de ônibus. Custa menos de 3% do orçamento implantar a tarifa zero. Atualmente, 117 municípios no país têm tarifa zero e nenhum gasta mais do que 5% do orçamento com isso. Niterói tem hoje uma das passagens mais caras do Brasil e isso é inadmissível. Para implantar, tem vários caminhos. O que a gente pretende seguir, inicialmente, é sentar com os empresários de ônibus, informar que vamos rever os contratos –  que foi o que Maricá fez e foram brigas na Justiça por conta disso. Para os empresários, em Maricá, a tarifa zero é bom porque eles têm uma previsibilidade orçamentária porque o pagamento é por quilômetro rodado. Aqui, quem não quiser negociar, vamos verificar quais linhas são insuficientes, quais não existem e começar com essas que estão fora dos contratos da concessão das empresas de ônibus. A tarifa zero vai acontecer, querendo as empresas de ônibus negociar ou não. Ela é viável, é um direito social e movimenta a economia da cidade. Porque quem usa ônibus gasta pelo menos 20% da sua renda e esse dinheiro poderá ir para o mercadinho do bairro ou grande supermercado; o empresário economiza na passagem do seu funcionário  e é bom para o trânsito porque ônibus no lugar e horário certos ajuda na redução do uso de carro, o que também é bom para o meio ambiente e, quem sabe, caminhar para uma frota elétrica”.

Bruno Lessa (Podemos)

“Niterói é uma cidade engarrafada. Isso não é um problema simplório. Somos uma cidade de 133 km2 com 56% da sua área de preservação. Somos uma cidade estreita. E o niteroiense é cativo no carro. São 50 mil carros emplacados na cidade. É preciso ter um plano de mobilidade que a cidade não tem. Na Câmara Municipal, fui o relator do Plano Diretor e coloquei que tinha uma obrigatoriedade de fazer o Plano de Mobilidade e a prefeitura descumpriu. Porque o plano ajuda a pensar a mobilidade como um todo. O problema do atual governo é pensar pontualmente as questões de mobilidade. Minhas propostas partem de três pontos fundamentais. O primeiro, é melhorar o sistema de transporte urbano da cidade. Eu defendo revisão do valor tarifário. Acho que a gente tem capacidade de redução tarifária, sem necessidade de subsídio. Defendo uma revisão do valor da tarifa e é fundamental uma coisa que vou fazer: licitação em separado da bilhetagem eletrônica. O negócio da empresa de ônibus é transportar as pessoas; bilhetagem é um negócio financeiro, têm que ser apartados. Dessa forma, vai fazer com que o sistema de transporte tenha dados concretos que hoje a gente não tem. A médio prazo, pagar passagem em Niterói deverá ser feita apenas por meio eletrônico. Quem opera o RioCard hoje? A Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do RJ), inclusive com os ganhos financeiros com o dinheiro que fica lá aplicado. Então, o primeiro ponto é melhorar o transporte público municipal reduzindo o valor da tarifa; melhorar o conforto da frota e acabar com a sobreposição de linhas. O segundo ponto é compreender onde é possível melhorar o sistema viário de Niterói. Tem gargalos no trânsito da cidade. Exemplo, rua Marechal Deodoro com Marquês do Paraná. Aquele sinal é uma porcaria, você demora, na hora do rush, 30 minutos para descer a Marechal Deodoro. Ali cabe um pequeno mergulhão. O terceiro ponto é ser ousado. Eu acredito no VLT, mas acredito também em uma saída da Região Oceânica para o centro da cidade sem passar pela zona sul de Niterói. Isso já foi chamado de Linha Azul, que o Rodrigo propôs no primeiro mandato. É feita utilizando a Washington, Luiz, a RJ-100, a passagem do Caramujo para o Morro do Castro. Evidente que isso só pode ser feito após um estudo meticuloso. Também pretendo incentivar o uso de bicicleta. Niterói tem distâncias pequenas e uma parcela da população se dispõe a fazer uso da bicicleta no seu dia-a-dia”.

Alessandra Marques (PCO)

“Como prefeitos e os políticos do Legislativo não usam transporte coletivo, sempre tive a impressão que eles não têm a menor noção de como os ônibus são péssimos, mesmo os veículos mais novos: incômodos, bancos mal dispostos, apertados, quantidade de linhas e de carros insuficientes, arrastam-se para chegar no destino do passageiro – da Região Oceânica, até o Centro, fora do horário de rush, leva-se mais de uma hora. Minha principal proposta é a estatização de todo o sistema de transporte”.

Danielle Bornia (PSTU)

“Nós queremos que os trabalhadores e a juventude passem a fazer as regras da sociedade para terem suas necessidades atendidas. Defendemos a criação de uma empresa municipal de transporte público, controlada pelos trabalhadores e usuários. Também defendemos a redução do valor das tarifas (dos transportes), com tarifa zero para desempregados e pessoas em situação de vulnerabilidade. Além disso, vamos apoiar a luta dos trabalhadores pela construção da linha 3 do metrô e da estação de barcas em São Gonçalo (que vai ajudar a desafogar o trânsito também em Niterói). Também vamos apoiar a luta pela reestatização das barcas, sob controle dos trabalhadores”.

Carlos Jordy

O candidato do PL não deu entrevista. Consta no seu “Plano de Governo 2025-2028” implantar tarifa ônibus zero para quem recebe Moeda Cidadã

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