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Uma linha com 11,4 km de extensão, ligando a zona sul à zona norte de Niterói, via Centro, a ser percorrida em 37 minutos. Esse é o “rascunho” do futuro Veículo Leve sobre Trilhos de Niterói.
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Em seu blog, o prefeito Axel Grael detalhou o projeto: o VLT terá um traçado que vai do Terminal Multimodal de Charitas (BRT e Catamarã) ao Terminal João Goulart/Barcas (bicicletário) e de lá para o Barreto; ao longo do percurso, terão 19 estações; vai transportar 120 mil passageiros por dia.
Segundo informe divulgado pela Prefeitura, nesta quarta-feira (31), o projeto, em desenvolvimento contempla os bairros do Barreto, Santana, São Lourenço e Centro; terá 5 Km e 9 estações.
De acordo com o prefeito, o VLT tem potencial para retirar 16 mil automóveis de circulação das ruas de Niterói – cidade que, segundo informou, tem 0,38 automóveis por habitante.
Ele reconheceu que uma das maiores preocupações dos niteroienses é com o trânsito da cidade – 21% dos moradores consideram os engarrafamentos um dos três maiores problemas de Niterói, informou o prefeito, sem citar os outros dois.
“O VLT é uma solução que vem sendo estudada pela Prefeitura há mais de uma década e será um importante investimento para dar uma melhor solução de transporte para os moradores de Niterói.”, disse ele.
Ao longo do trajeto do modal, segundo o prefeito, o VLT permitirá a implantação de 30 mil m² de áreas verdes, além de 35 mil m² de áreas gramadas ou ajardinadas; também serão plantadas mil árvores. Com o modal, a expectativa é que Niterói evite a emissão de 350 mil toneladas de CO2, nos primeiros 30 anos de funcionamento do VLT.
“O VLT vai valorizar áreas com relevância arquitetônica, com casarios antigos da cidade que ganharão estímulos para a conservação”. afirmou Grael.
Mapa das estações do VLT de Niterói, como consta no Estudo de Viabilidade Econômica do projeto
A novidade do VLT chegou a Niterói via governo federal que destinou R$450 milhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Seleções para o município implantar o modal.
Essa verba, porém, não cobrirá todos os custos do projeto. Também no seu blog, Gael informou que o projeto prevê um investimento total (CAPEX, ou seja, despesas em bens de capital como equipamentos, veículos e instalações) de R$ 1,87 bilhão, sendo que a estimativa para o material rodante (trens), incluídos neste investimento total, alcançará R$ 557 milhões.
Ele informou também que, além dos recursos disponibilizados pelo governo federal, a Prefeitura vai buscar parcerias público-privadas (PPP) “e outras parcerias para viabilizar esta transformadora solução de transporte para Niterói”.
Grael acrescentou que, do montante destinado pelo governo federal, R$ 273 milhões são recursos do próprio Orçamento Geral da União (OGU), ou seja, serão investidos diretamente pelo Governo Federal, enquanto R$ 172 milhões serão financiados via Caixa Econômica Federal.
Para tirar o empréstimo “da gaveta”, Grael já tomou a primeira providência. Ele informou que a Prefeitura encaminhou, na terça-feira (30), uma Mensagem Executiva para a Câmara Municipal pedindo aprovação legislativa para a captação de recursos do PAC. No mesmo dia, ele recebeu o primeiro sinal verde da Casa Legislativa para captar outro recurso do PAC direcionado à Niterói, no caso, para a compra de ônibus elétricos.
O Projeto de Lei 170/2024 – Mensagem Executiva 15/2024, que autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal, com garantia da União, a fim de implementar o projeto de mobilidade urbana sustentável “Projeto VLT Niterói”, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) foi aprovado em primeira discussão nesta quarta-feira (31). O valor solicitado foi R$ 182.152.974,66 (cento e oitenta e dois milhões e cento e cinquenta e dois mil e novecentos e setenta e quatro reais e sessenta e seis centavos).
A matéria foi aprovada por 9 votos favoráveis, 3 contrários e 2 abstenções. O PL seguirá para segunda e última discussão, na Câmara Municipal.
Além da verba para a implantação do projeto, a prefeitura terá que arregaçar as mangas para dar conta de um problema da cidade que se coloca no caminho do VLT – os alagamentos das vias em dias de chuva forte cuja solução passa pela realização de obras de drenagem.
“No caso do VLT, os três maiores pontos de preocupação com relação à drenagem são: Barreto (obras de drenagem estão em andamento), Avenida Roberto Silveira (projeto para a solução em fase de contratação) e Avenida Sílvio Picanço (a primeira parte da obra foi concluída e a segunda – diante do Aeroclube e cemitério – está sendo contratada).”, afirmou o prefeito no seu blog.
O projeto de um VLT para Niterói começou a ser pensado, segundo Grael, em 2013, pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade (SMU). Deu um primeiro passo dois anos depois, quando a Prefeitura firmou acordo com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), que apoiou os estudos iniciais de viabilidade técnica e econômica. A coordenação do trabalho coube ao então vice-prefeito Axel Grael.
Além da autorização do legislativo para a captação de recursos do PAC e buscar a complementação dos recursos necessários para a implantação do modal, Grael lembrou que ainda falta fazer um detalhamento do próprio projeto do VLT – o que, segundo ele, significa complementar o planejamento e avançar os projetos de engenharia para o nível de básico e executivo e obter todos os licenciamentos ambientais da obra. Segundo ele, o projeto do VLT será apresentado previamente para os moradores para “um processo amplo de escutas à sociedade”.
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