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Vacina da dengue será oferecida pelo SUS

Por Redação
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O imunizante Qdenga tem indicação para prevenção de dengue causada por qualquer sorotipo do vírus para pessoas de 4 a 60 anos de idade
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Ao longo de 2024 serão entregues 5,082 milhões de doses para o SUS. Foto: Agência Brasil

A vacina contra dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), pelo Ministério da Saúde, na quinta-feira (21). Sgundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.

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Conhecida como Qdenga, a vacina não será disponibilizada em larga escala em um primeiro momento, mas será focada em público e regiões prioritárias.

A incorporação do imunizante foi analisada e aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).

–  O Ministério da Saúde avaliou a relação custo-benefício e a questão do acesso, já que em um país como o Brasil é preciso ter uma quantidade de vacinas adequada para o tamanho da nossa população. A partir do parecer favorável da Conitec, seremos o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina, como um imunizante do SUS. E, até o início do ano, faremos a definição dos públicos alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações -explicou a ministra.

De acordo com o laboratório, a previsão é que sejam entregues 5,082 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro. O esquema vacinal é composto por duas doses.

No processo de incorporação, o ministério obteve uma redução de 80% do preço inicialmente apresentado, o que representando uma economia de mais de R$380 milhões, segundo informou a ministra, acrescentando que esse montante será direcionado para a saúde da população. O passo seguinte será estimular a capacidade produtiva do país, incentivar os processos de inovação e transferência de tecnologia para ampliar a oferta de produtos para a população.

O imunizante Qdenga tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com indicação para prevenção de dengue causada por qualquer sorotipo do vírus para pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente de exposição prévia.

Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, a vacina será importante para controlar a dengue no país.

– A dengue é uma doença que impacta praticamente todo o território nacional e o controle do vetor vem sendo insuficiente para reduzir as taxas de infecção. Estamos fechando o ano com recorde de óbitos. A vacina, sem dúvida, junto com outras medidas, será um importante instrumento para controle dessa doença – afirmou.

Segundo ele, a Organização Mundial da Saúde preconiza entre 6 e 16 anos de idade como a faixa etária ideal de introdução da vacina. Dentro dessa faixa etária, já há outros imunizantes que podem ser associados à aplicação da vacina da dengue e otimizar os atendimentos nos hospitais.

Cenário epidemiológico

A infecção por dengue gera uma doença que pode ser assintomática ou apresentar formas mais graves, evoluindo ocasionalmente ao óbito. A forma viral clássica envolve sinais e sintomas, tais como: fraqueza muscular, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até junho de 2023, ocorreram 2.162.214 de casos e 974 mortes por dengue no mundo. Em 2022, foram notificados 2.803.096 casos de dengue na Região das Américas, sendo a maior parte deles no Brasil (2.383.001), que também liderou a ocorrência de formas graves, juntamente com a Colômbia.

– O ano de 2023 foi realmente diferente. Tivemos essas mudanças ocasionadas pelo fenômeno do El Niño. E, depois de muito tempo, encontramos os quatro sorotipos (1, 2, 3 e 4) circulando ao mesmo tempo no Brasil, uma situação bem incomum – afirmou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, quanto à alta na quantidade de registros da doença.

Ante à projeção de aumento de casos no Brasil nos próximos meses, o Ministério da Saúde vai investir R$ 256 milhões no fortalecimento da vigilância das arboviroses. A pasta também inaugurou a Sala Nacional de Arboviroses (SNA), espaço permanente que vai permitir o monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência de dengue, chikungunya e Zika para preparar o Brasil em uma eventual alta de casos dessas doenças nos próximos meses.

No último dia 11 de dezembro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) emitiu um alerta de tendência de alta nos casos de dengue para as próximas semanas, no Estado. Isso aconteceu após ter sido confirmado o primeiro caso de dengue tipo 4 na cidade do Rio de Janeiro.

Niterói

Em abril passado, a Prefeitura de Niterói divulgou que, na contramão da maioria dos municípios e da capital do estado, Niterói, apresentou baixos números de casos de dengue, zika e chikungunya, no primeiro trimestre de 2023. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, até aquela data, foram notificados 59 casos de dengue, sendo apenas nove confirmados. Os números mostram uma redução de 98,2% de notificação de casos de dengue na cidade desde 2016, quando os números de casos chegaram a 3.369.

O motivo, segundo a Prefeitura de Niterói, está no projeto de liberação de mosquitos Aedes aegypti (transmissor da dengue) com Wolbachia (um micro-organismo que reduz o potencial para a transmissão das doenças), em parceria com a Fiocruz e o World Mosquito Program (WMP), aliado à organização das políticas públicas de Saúde.

Em 2021, foram notificados 46 casos de dengue e 16 confirmados. Já em 2022, foram 97 casos notificados, sendo 12 confirmados. Não houve registro de óbito em 2021, um óbito em 2022 e, até o momento, nenhum registro neste ano. Além da redução dos casos da doença, desde janeiro deste ano até o momento, foram notificados apenas nove casos de chikungunya e um de zika em Niterói.

Com: Ministério da Saúde

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