COMPARTILHE
Se encontrar um táxi preto com faixa branca na rua, não se assuste. A transformação dos veículos de Niterói já começou. A lei sancionada na semana passada não estipula prazo para essa mudança, mas conforme for necessário pintar ou renovar a frota, hoje composta por dois mil carros, os táxis na cor preta vão se multiplicar. É o que afirma o Sindicato dos Taxistas de Niterói (SindTaxi), que abraçou a reivindicação dos profissionais e agora comemora a conquista.
Leia mais: Terreno onde será construída a ‘Cidade do Samba’ de Niterói é desapropriado
– Os taxistas vieram com essa proposta para a gente. De início, eu relutei um pouco. Não achava que seria uma boa ideia, mas o lado financeiro me convenceu. Foi então que a gente levou a pauta do líder de governo à Câmara e foi aprovado por unanimidade – relembra Celso José Wermelinger, presidente do SindTaxi, que já tem três afiliados na cor preta e outras mudanças previstas para as próximas semanas.
Quando cita questões financeiras, Wermelinger se refere aos custos altos que a cor antiga gerava para os motoristas: de R$ 1.600 a R$ 3 mil. É que não se tratava de um azul qualquer, mas de um tom específico, o báltico, que não é mais encontrado no Brasil. Já quem optasse por comprar um veículo e pintar com a cor exigida gastava R$ 1.300, além de enfrentar a burocracia da troca de cor e o preço cobrado pelo Detran.
– É uma dificuldade encontrar carro na cor azul. Só quem estava fornecendo nessa cor para a gente é a Chevrolet. Então, a gente tem que pagar. Eu, por exemplo, ando no modelo Spin e tive que pagar R$ 1.600 para mudar de cor. E o preto é uma cor padrão. Inclusive, tem alguns fabricantes que não cobram para vir na cor preta – explica.
De acordo com a Prefeitura de Niterói, a mudança total da cor da frota de táxis da cidade pode levar até uma década para ser concluída. Isso porque o projeto não impõe mudança imediata, mas de acordo com a vida útil dos veículos, que pode durar até dez anos. Atualmente, o município tem cerca de duas mil concessões, em sete cooperativas e 15 associações, além dos táxis convencionais, que circulam de forma independente.
Outras cores foram cogitadas
De acordo como Secretário Geral do SindTaxi, Rodrigo Cosendey, antes de ser definida a cor preta, outros tons foram cogitados, como branco e cinza. O primeiro foi logo descartado, por ser o tom dos táxis de São Gonçalo, o que poderia causar confusão. Quanto ao cinza, há muitas variações, e nas pesquisas junto às concessionárias foi impossível detectar uma tinta que fosse permanecer em linha a longo prazo. Ele chegou à conclusão de que o preto estaria na paleta por mais tempo, inclusive, com mais oferta no estoque. Mas a faixa branca continua, já que o padrão já é completamente assimilado pelos passageiros.
– Seria muita informação ao mesmo tempo para assimilar. Decidimos que a faixa será da mesma cor atual: branca, para não causar confusão. Continua o mesmo padrão. Ela pode ser tanto adesivada quanto pintada, a critério do motorista – completou Cosendey.
No fim das contas, a medida foi aprovada por cerca de 70% dos taxistas da cidade, segundo avaliação do SindTaxi. O motorista Carlos Carvalho é um dos que comemoram a mudança. Ele mesmo já emplacou o carro na nova cor e conta que teve uma economia de R$ 3 mil. Falta apenas a autorização da Prefeitura para colocar o relógio e começar a trabalhar com o veículo, o que deve ocorrer na sexta-feira.
– A demanda tem um ano já, mas o pedido de mudança de cor vem de muito tempo. Agora a gente economiza. A cor foi definida a partir de uma votação do Sindicato dos Taxistas. Estou satisfeito porque a longo prazo será muito vantajoso para a gente – afirmou.
COMPARTILHE