23 de novembro

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Talíria Petrone: niteroiense se reelege deputada federal com o dobro da votação anterior

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Aos 37 anos, Talíria Petrone (PSOL) encarou a campanha grávida da sua segunda filha. Ela avalia seu desempenho e fala sobre o segundo turno
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Talíria Petrone (PSOL): a niteroiense foi a terceira deputada federal mais votada no Rio. Fotos: reprodução rede social

A niteroiense Talíria Petrone (PSOL) não apenas foi reeleita deputada federal como praticamente dobrou sua votação, em relação ao pleito de 2018, que a levou para Brasília. Ela saiu de 107 mil votos para 198.548. Desse total, 22.054 vieram da sua cidade natal, onde, no ranking dos dez mais votados para a Câmara, ficou em segundo lugar sendo a única mulher da lista.

Em Niterói, ela também quase dobrou o número de votos, uma situação que se repetiu em várias cidades da Baixada Fluminense como Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti, além de São Gonçalo, sendo que em Belford Roxo seus eleitores triplicaram.

– Isso é fruto de muita militância, muita gente organizada nos territórios, com sangue nos olhos. Não é um detalhe. O resultado da nossa campanha é um sinal para que a esquerda, de uma vez por todas, compreenda que a luta de nós mulheres, mulheres negras, é fervilhante – disse ela em uma live transmitida pelas suas redes sociais.

Talíria em campanha na Lapa, zona boêmia carioca.

 

Aos 37 anos, Talíria encarou a campanha grávida da sua segunda filha, prevista para nascer no início de 2023. Sua gravidez foi, inclusive, usada pelo bolsonarista Carlos Jordy como “arma” de campanha para atacar pautas da esquerda como a defesa do aborto.

Ele foi o candidato a deputado federal mais votado em Niterói, mas, dentre os 46 eleitos para a Câmara, ficou em 13º lugar. Já Talíria foi a terceira mais votada. Em 2018, ela ocupou a nona posição.

Nascida na  Ponta d’Areia, filha de um músico e uma professora, ela foi criada no Fonseca.  Feminista, socialista, Talíria é formada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e é mestra em Serviço Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Trabalhou como professora da rede pública de ensino em Niterói e São Gonçalo e chegou a atuar como atleta de vôlei profissional.

A militância política começou em 2010 quando ela conheceu o PSOL, partido que o deputado niteroiense Flávio Serafini ajudou a fundar em Niterói. Seis anos depois, Talíria se tornaria a vereadora mais votada de Niterói, com  5.121 votos. Naquele ano de 2016, também se elegeu vereadora, mas do Rio de Janeiro, sua amiga e colega de partido Marielle Franco.

Na live, Talíria observou que, em 2018, quando se elegeu pela primeira vez deputada federal, várias outras mulheres pretas assumiram lugares tradicionais de poder na política. Agora, em 2022, o leque aumentou com as eleições, para a Alerj, de Danil Balbi (PC do B)), Dani Monteiro (PSOL) e Marina do MST (PT) tendo sido Renata Souza (PSOL) a terceira mais votada para a Assembleia Legislativa do Rio.

Leia mais: O deputado de Niterói: Flávio Serafini toma a frente do debate sobre as barcas na Alerj

– Tem uma mudança na fotografia do poder que é muito importante. Isso não está descolado da popularidade da esquerda, do aumento de nossas presenças com pautas de esquerda. Há uma mudança em curso no nosso estado e no nosso país. Esse processo de reorganização será conduzido por mulheres periféricas, negras. Isso é indiscutível  – afirmou.

Não por acaso, ela, Renata Souza e Benedita da Silva (PT) – que aos 80 anos, foi reeleita deputada federal – assumiram um protagonismo na campanha do segundo turno para a Presidência da República de Lula (PT), no Rio. Elas serão as responsáveis pela coordenação de ações em favelas e periferias do estado.

– Nossa candidatura teve uma vitória retumbante, mas é preciso reconhecer os desafios que estão colocados como as vitórias no Rio de Romário para senador e Cláudio Castro governador. Porém, segundo turno é outra campanha. É importante renovar o ânimo para a nova fase da eleição. O primeiro turno marcou a maior votação que Lula já teve na sua história. Nossa tarefe é ir para a rua, olhar no olho, virar e conquistar voto porque teve muita abstenção no Rio.

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