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Sindicato dos Rodoviários de Niterói e Alcântara tem 50% dos seus funcionários com Covid

Por Livia Figueiredo
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Dos 34 rodoviários, 17 testaram positivo nesta quarta-feira (19)
Departamento Médico Sintronac
Departamento médico do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo. Foto: Divulgação/Sintronac

O Sindicato dos Rodoviários de Niterói e Alcântara promoveu testagem de Covid-19 entre seus associados e o resultado saiu nesta quarta-feira (19): entre 34 rodoviários, 17 testaram positivo para a doença. Ficaram fora da testagem os funcionários que estão de férias e os diretores mais idosos que foram afastados por serem mais vulneráveis ao vírus. A situação no Departamento Médico do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac) também é crítica. Nas duas primeiras semanas de janeiro de 2022, o sindicato, que engloba 13 municípios, registrou 162 motoristas e cobradores de ônibus positivados para Covid, mais do que o triplo de todo o ano passado. Desde junho de 2021, o setor não tinha rodoviários contaminados pelo coronavírus.

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Casos de Covid disparam 

Também nesta quarta-feira, o Sintronac emitiu um alerta para as prefeituras de sua área de atuação, que incluem Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, e para as empresas de ônibus sobre o alto índice de profissionais contaminados. A entidade pediu a adoção urgente de medidas preventivas em terminais rodoviários e nos próprios coletivos, como a higienização dos veículos, além de fiscalização intensa para impedir a circulação de passageiros sem máscaras de proteção.

– Também solicitamos ao poder público a testagem em massa dos rodoviários, pois o quadro está se tornando muito grave. Esses 162 casos que o sindicato teve conhecimento podem ser multiplicados por, pelo menos, quatro, já que muitos rodoviários buscam assistência médica por conta própria. Se o índice de contaminação continuar nesse ritmo, o sistema de ônibus vai entrar em uma situação de calamidade – afirmou o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

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Em 2020, o setor de Clínica Médica do Sintronac, que recebe os casos de Covid, realizou 2.870 atendimentos, dos quais 861 foram de associados ou familiares com os sintomas da doença. No ano seguinte, de um total de 2.532 pacientes, o número infectados não passou de 50. Os especialistas da entidade atribuem a queda vertiginosa dos casos de Covid, registrada no sistema de dados do Sintronac, à vacinação em massa da população. Ainda assim, para entrar na sede do sindicato, é obrigatório o uso de máscara. Além disso, um funcionário fica responsável por disponibilizar permanentemente a higienização das mãos e aferir a temperatura de todos os visitantes.

Ao longo da pandemia, 64 rodoviários morreram em decorrência do coronavírus, de acordo com informes que chegaram ao Sintronac. Esse número, contudo, pode ser maior.

Atualmente, o sindicato retomou a campanha de conscientização entre os rodoviários para que não deixem de usar as máscaras de proteção e sigam com a higienização das mãos. O Sintronac foi um dos primeiros do país a realizar campanhas de prevenção da doença entre os rodoviários e a exigir o comprovante de vacinação dos trabalhadores.

Eclosão de casos provoca redução de quadro de funcionários

O A Seguir: Niterói mostrou nesta segunda-feira (17) que o aumento de casos de Covid tem gerado um esvaziamento do quadro de funcionários em diversos setores de Niterói e do Rio de Janeiro. A disparada dos casos tem afastado funcionários que foram contaminados pelo SARS-COV-2. A CCR Barcas, por exemplo, teve 70 colaboradores afastados (60 da área operacional e 10 do estaleiro), na última semana, por conta de casos suspeitos de coronavírus. O número corresponde a cerca de 10% do quadro funcional da empresa que, atualmente,  conta com 768 funcionários. Até o momento, 26 casos de Covid foram confirmados. Porém, vale ressaltar que nem todos os afastados tiveram acesso aos resultados das testagens até então. De acordo com a empresa, a diminuição do número de funcionários não vai afetar o funcionamento das barcas.

Um balanço feito pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Niterói (CDL) revela que a nova onda da Covid-19 afetou cerca de 1.300 lojas da cidade. É que 20% das 6.550 existentes tiveram funcionários que testaram positivo. Outro setor afetado foi o de bares e restaurantes. De acordo com uma pesquisa feita pelo SindRio, o sindicato patronal do segmento, na semana passada, 85% dos estabelecimentos afirmaram que tiveram algum funcionário afastado por confirmação ou suspeita de Covid. Desse grupo, a média de funcionários afastados é de 20%. Já o Sindicato de hotéis, restaurantes, bares e similares de Niterói (SindLesterRJ) identificou que, entre seus associados, somente em Niterói, 10% dos funcionários foram afastados por suspeita de Covid. O sindicato tem 20 municípios sob sua jurisdição.

Empresários fluminenses

De acordo com o estudo do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), 58,7% dos empresários entrevistados registraram funcionários afastados por conta do vírus na última semana, o que equivale a um aumento de quase 20% em relação ao estudo anterior. A pesquisa ainda revela que 68,3% dos empresários estão com até 3 funcionários afastados por conta da variante.

Diretor do IFec RJ, João Gomes ressalta que, até o momento, não há chances de paralisação do setor de forma geral, tendo em vista que no comércio de bens, serviços e turismo, mesmo com um percentual elevado de empresas impactadas, o número de funcionários afastados para quase 70% destes estabelecimentos ficou em no máximo três trabalhadores. O menor porte de empresas pode chegar a um número de até 9 vínculos empregatícios.

– Esperamos que, com o avanço contínuo da vacinação, o estado (e cidade dada maior concentração de casos atuais) siga o movimento que vem acontecendo mundialmente com o arrefecimento do impacto da nova variante nas próximas semanas tendo como base o início da escalada dos números no início deste mês – afirmou.

A pesquisa também avaliou o impacto da variante para o comércio de bens, serviços e turismo do estado do Rio de Janeiro: 60,5% registraram algum tipo de prejuízo, 23,1% não tiveram nenhum prejuízo e 16,4% tiveram pouco impacto. A sondagem foi realizada na última quinta-feira, 13 de janeiro, com a participação de 268 empresários do estado do Rio de Janeiro e finalizada nesta segunda-feira (17).

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