Salve-se quem puder! Niterói terá nova onda de calor

Uma nova onda de calor está se instalando sobre o Brasil nesta sexta-feira (10).  A temperatura ficará elevada em grande parte do país nos próximos dias e ao menos 12 estados serão atingidos, incluindo o Rio de Janeiro. O alerta foi feito pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com o instituto, a situação é atípica e pode ser a mais intensa onda de calor do ano. As temperaturas devem passar de 45° C em várias cidades.

Mapa do INMET mostra regiões mais castigadas pelo calor

O calor intenso se inicia neste fim da semana de 11 e 12 de novembro e a previsão é que ele ganhe força no decorrer da semana do feriado de 15 de novembro. Esta será a quarta onda de calor que o Brasil vive no segundo semestre deste ano e poderá ser mais forte do que as ondas de calor de agosto, setembro e de outubro.

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Em Niterói, a máxima pode chegar a 38° no domingo (12), com sensação térmica de mais de 40°. De acordo com o site de meteorologia Climatempo, há previsão de pancada de chuva para o período da tarde, porém chove pouco: 5mm. No sábado também fará calor, com máxima de 34°.

Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Bahia, Maranhão e Piauí  serão outros estados afetados pela onda de calor.

– Estamos diante de uma onda de calor histórica, em um mês em que normalmente temos a umidade se espalhando de novo sobre o país, com chuvas amplas e volumosas, com radiação solar mais intensa e dias mais longos. Potencialmente teremos recordes mensais para novembro em São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá,  Campo Grande, Palmas, Goiânia, Brasília e Belo Horizonte. É possível que esta onda de calor seja mais forte do que a de setembro, em termos de duração e abrangência – destacou o meteorologista Vinicius Lucyrio, da equipe de previsão climática da Climatempo.

O que é uma onda de calor?

Ondas de calor são geradas por bloqueios atmosféricos causados por grandes sistemas de alta pressão atmosférica. Onda ou bolha de calor é uma sequência de dias ou até semanas, onde as temperaturas em uma região, relativamente ampla, fica muito acima da média do que seria considerado natural para uma determinada época. Geralmente a temperatura fica em torno de 5°C ou mais acima da média, em uma área ampla.

Também chamado de “cúpula de calor”, o fenômeno é formado sob uma alta pressão, que causa um forte movimento de ar de cima para baixo chamado de subsidência. A subsidência deixa o ar seco e a redução da umidade do ar inibe o crescimento das nuvens e diminui a chance de chover. Além disso, a alta pressão atmosférica naturalmente comprime o ar próximo da superfície, tornando o ar mais  quente.

Recorde histórico

A nova e intensa onda de calor de novembro pode proporcionar um novo recorde histórico. Pelos registros do Instituto Nacional de Meteorologia, a maior temperatura oficialmente medida no Brasil, até agora, foi de 44,8°C, em Nova Maringá, nos dias 4 e 5 de novembro de 2020, na fortíssima onda de calor da primavera de 2020 .

Recomendações

O Centro de Monitoramento e Operações da Defesa Civil de Niterói emitiu nas redes sociais na última quinta-feira (9) um alerta para os cuidados que devem ser adotados em períodos de onda de calor:

– Evitar exercícios físicos ao ar livre até as 17 horas;
– Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, etc;
– Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas, etc;
– Consumir bastante água

Além de priorizar uma alimentação leve, regada de legumes e hortaliças, é recomendada a ingestão de sucos naturais. A prática de exercícios físicos deve ser feita em horários de baixa incidência solar. O melhor horário é antes das 8h ou por volta das 18h.

Quanto às roupas, o ideal é optar por malhas e cores claras, bermudas, calçados abertos ou tênis que possuem circulação de ar e evitar o uso de meias, pois elas retêm o calor no corpo.

Fenômeno El Niño

Parte do calor acima do que costuma ser natural no Brasil na estação primavera está associado ao fenômeno El Niño, que vem se desenvolvendo no oceano Pacífico Equatorial, na costa do Peru, desde o fim do outono de 2023.

A mudança na circulação de ventos em vários níveis da atmosfera, causadas pelo fenômeno, altera o caminho normal das frentes frias sobre a América do Sul. Assim, fica mais difícil a mistura do ar quente com o ar frio, de origem polar, que eventualmente possa chegar ao Brasil junto com as frentes frias.

O El Niño dificulta a formação de corredores de umidade e isso também ajuda a manter o ar mais quente do que o normal sobre o Brasil, com chuvas que ocorrem de forma mais isolada.

Fonte: ClimaTempo