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Os primeiros meses do ano ficaram marcados por mortes de adolescentes que causaram tristeza na família e revolta na população. Tiroteios perto de estações de trem dificultaram a ida e a volta para casa e tiros próximos a escolas prejudicaram a segurança de alunos e funcionários. Até o dia 10 de abril, quando se completaram os 100 primeiros dias do ano, foram muitos registros de violência na Região Metropolitana do Rio.
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No total, foram 966 tiroteios na Região Metropolitana do Rio, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. É como se houvesse, em média, quase oito tiroteios por dia. Um certo alívio se comparado com os 100 primeiros dias de 2021, quando ocorreram 1.580 tiroteios no Grande Rio, mas isso não significa que a violência armada deu trégua para os moradores. Casos como o do vendedor de balas Hiago Bastos, de 21 anos, morto por um PM de folga em frente às barcas de Niterói e, mais recentemente, o jovem lutador Cauã dos Santos, de 17 anos, morto a tiros quando voltava de um projeto social em Cordovil marcaram os 100 primeiros dias de 2022.
Tiroteios em ações policiais
Apesar da queda no número de tiros no geral, se comparado com o mesmo período do ano passado, a proporção de tiroteios durante ações e operações policiais se mantiveram praticamente estáveis de um ano para o outro. Foram 312 nos primeiros 100 dias de 2022 e 475 em 2021, o que representa 32% e 30% do total dos tiroteios, respectivamente.
– É preciso apurar as responsabilidades, especialmente quando envolvem agentes públicos de segurança. Atualmente não há nenhuma política pública para evitar que casos de baleados em ações policiais aconteçam e nem sempre há punição para aqueles que agem no excesso e cometem tais crimes. O Rio de Janeiro hoje não tem sequer plano de segurança – afirma a diretora executiva do Instituto Fogo Cruzado, Cecília Olliveira.
Ao todo, 541 pessoas foram baleadas na região metropolitana neste período. Entre as vítimas, 285 morreram e 256 ficaram feridas. Em 2021, do dia 1° de janeiro ao dia 10 de abril, foram 696 vítimas: 349 mortas e 347 feridas. Entre os baleados em ações e operações policiais, foram 332 vítimas nestes 100 primeiros dias: 151 mortas e 181 feridas. Em 2021, foram 510: 255 mortas e 255 feridas.
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