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Reeleito, Castro afirma que não haverá descontinuidade na concessão das barcas

Por Gabriel Mansur
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Concessionária atual, CCR já informou, porém, que não manterá o serviço após o fim do contrato, em 12 de fevereiro de 2023
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Governador Cláudio Castro discursou após vitória no primeiro turno. Foto: Rogério Santana

O Grupo CCR seguirá com a concessão das seis linhas de barcas do Estado até que haja um acerto com uma nova concessionária. Foi isso o que afirmou o governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em entrevista na manhã desta segunda-feira (3), ao programa “Bom Dia Rio”, da TV Globo.

Castro foi reeleito no primeiro turno das eleições, realizada no domingo (2) com 58,67% dos votos.

– Já temos um acordo com a CCR. Não vai haver descontinuidade na concessão das barcas. Queria garantir isso à população que usa as barcas. Eles ficarão até o dia em que um novo concessionário assumir. Não haverá descontinuidade de forma alguma. Eu tenho a garantia da CCR, até porque eles têm interesse em bônus ativos do Rio de Janeiro, que não vai haver descontinuidade alguma – afirmou Castro.

A informação vai de encontro com posicionamento feito pela empresa. A concessionária atual já se manifestou afirmando que não manterá o serviço após o fim do contrato, em 12 de fevereiro de 2023. A companhia alega prejuízo nos últimos anos, principalmente após a pandemia.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, em agosto passado, em audiência pública, o responsável pelo estudo de modelagem da licitação, Marcos Aurélio Vasconcellos de Farias, professor do Programa de Planejamento Energético e coordenador executivo do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig), revelou que o trabalho do grupo ainda está na fase de diagnóstico das necessidades dos usuários.

Na entrevista desta segunda-feira, o chefe do Executivo estadual ainda falou sobre suas propostas para os próximos quatro anos de governo. Neste contexto, abordou assuntos como segurança pública, educação, saúde e desemprego. Além disso, elencou seus projetos para a economia, como a redução de impostos e uma eventual reforma administrativa.

Confira: 

Saúde

O governador reeleito frisou a importância de se descentralizar operações de Saúde no Estado:

“Nós, hoje, temos 34 unidades hospitalares sendo construídas. Eu preciso finalizar essas reformas, que farão com que a gente consiga descentralizar a saúde do Rio de Janeiro. 40% de quem é atendido na capital são de outros municípios.

Não se resolve a saúde só melhorando a categoria na capital. Por isso vou fazer um centro de imagem em Nova Iguaçu, por isso outros hospitais estão sendo construídos hoje. Vou reformar todas as UPAs e todos os hospitais municipais. A saúde vai continuar sendo minha prioridade”.

Redução de impostos

De acordo com Castro, a redução de impostos também é fundamental para garantir desenvolvimento econômico ao estado e geração de empregos:

“A questão da redução da carga tributária, redução de impostos, é fundamental para o Rio voltar a ser atrativo e gerar mais empregos. Vou reajustar o orçamento do estado para que a gente possa continuar nesse processo de reduzir imposto cada dia mais para trazer cada dia mais empresas e, assim, gerar mais empregos”.

Reforma administrativa

Apesar de ainda não ter um planejamento definido, o govenador diz que tem vontade de fazer uma reforma administrativa no estado:

“Pretendo fazer uma reforma administrativa, o que vejo como extremamente necessário. A gente tem que diminuir cada dia mais o tamanho do estado para que ele funcione de maneira aceitável. Minha proposta é diminuir a quantidade de secretarias e unir alguns espaços. E também já me comprometi em criar a secretaria da mulher. Para alguns entrarem, outros vão ter que sair”.

Segurança pública

Castro disse que o Cidade Integrada será levado para várias comunidades do Rio. Segundo o governador, trata-se de um “programa completo”, que não aborda apenas segurança pública:

“Meu projeto para a segurança pública é a “cidade integrada”. Eu não fiz dele um projeto eleitoral, tanto que não aumentei ele durante o período eleitoral, para que ele não fosse visto simplesmente como uma bandeira de eleição. Acredito, porém, que ele é sim um projeto muito completo, um projeto que não é só segurança pública.

No Jacarezinho, por exemplo, reformei totalmente as escolas. Hoje, dentro da escola, criamos praticamente uma mini-vila olímpica. É um projeto de esporte, de canalização de rio. Na Mangueira está praticamente pronto para começar, uma obra de meio bilhão de reais. Entendemos que gerando oportunidade, fazendo uma segurança pública melhor, a gente vai criar mais cidadãos.

O primeiro objetivo ainda é reforçar a capital. A capital ainda é o pior ponto ao olharmos as manchas criminais. Tem um exemplo, em Caxias, onde estamos “desfavelizando” uma favela inteira. Estamos conduzindo um projeto novo de moradia habitacional, que abrange o Complexo do Alemão, com milhares de casas sendo construídas. Além de Petrópolis, Teresópolis, Friburgo e Areal. Vamos chegar dentro de todas as comunidades.”

Supervia

“Fizemos um grande acordo em relação à Supervia. Eles tinham um valor a receber ativo na pandemia. Eu endureci muito o jogo com eles para que isso não virasse “caixa”. Isso já está sendo colocado em operação. Mas estamos conversando sobre a possibilidade do estado entrar com o dinheiro para formar as estações. Eu não vou investir nada que vá para “fundo”, para bens da empresa.

É um acordo inicial de R$ 250 milhões, sendo que o estado já pagou a primeira parcela de mais de R$ 130 milhões. No dia 30 de novembro, nós temos uma revisão contratual com eles, que é um divisor de águas. Até lá, vamos ver até que ponto melhorou, ou se realmente não há possibilidade de dar continuidade à concessão.”

Metrô

“Já estamos licitando a possibilidade de ampliar o Metrô. Até o final deste ano começa a obra do metrô até Nova Iguaçu. É uma extensão da Pavuna (Zona Norte do Rio) até Nova Iguaçu (Baixada Fluminense). São mais três estações, passando pela Baixada Fluminense quase toda.”

Estação Gávea

O governador também disse que tem compromisso de finalizar as obras da estação do Metrô da Gávea, que estão paralisadas desde 2016.

“A estação Gávea é um compromisso meu de terminar. Já tentei licitar duas vezes o projeto, mas devido ao problema com a Justiça ninguém apareceu como interessado. Nós estamos conversando com o concessionário antigo e também com o Tribunal de Contas do Rio para negociar o término. Estou tentando ver se eles fazem ou que o estado seja autorizado a fazer, porque hoje eu não posso fazer. Há uma proibição da Justiça hoje, estamos tentando vencer essa proibição.”

Educação

Durante a entrevista, o governador disse que pretende equiparar o salário dos professores ao piso nacional da categoria:

“A nossa educação passou por uma tempestade. Professores mal remunerados, com salários atrasados, infraestrutura péssima, então começamos a ajeitar a base das coisas.

Estou reformando 150 escolas, contratei 600 professores, fizemos um reajuste no funcionalismo todo. Nós vamos revisar o plano de cargo e salário na educação, farei o máximo para chegar no piso nacional do magistério, o que é uma obrigação nossa.

E também tem o projeto mãe, um projeto muito interessante. São 5 mil mulheres, hoje, que além de fazer a busca ativa dos nossos alunos, também ajudam os alunos durante suas jornadas. Temos que terminar esse projeto e acabar as reformas. Foram mais de R$ 1 bilhão investidos.”

Desemprego

“A proposta é reduzir a carga tributária, ou seja, redução de impostos. Vamos modernizar a gestão. Neste contexto, vamos entregar até o fim deste ano 1.300 serviços 100% digitais. Ou seja, vamos diminuir, de fato, a burocracia. E vamos fazer a qualificação profissional. Por isso, abrimos mais 11 Fatecs (Faculdade de Tecnologia). Hoje são 75 mil alunos matriculados na Fatec. É um ciclo que precisa ser criado. Menos imposto, menos burocracia, mais infraestrutura e mais qualificação profissional.”

Fome

A redução da fome no estado também está entre as metas da próxima gestão, segundo Castro. De acordo com o governador, o auxílio Supera RJ ajudou mais de 325 mil famílias. Ele afirmou que 15 restaurantes populares serão reabertos, até o fim do ano, além dos nove já reinaugurados:

“Eu reabri nove restaurantes do povo. Vão ser 15 até o fim deste ano, e 40 até o próximo período. Hoje o Governo do Estado serve 40 mil cafés da manhã todo dia. O “RJ Alimenta”, que é nosso programa de quentinhas, já distribuiu mais de 40 milhões de refeições. Mas o projeto principal é a geração de empregos. Não há programa social melhor que gerar emprego.

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