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O Grupo CCR seguirá com a concessão das seis linhas de barcas do Estado até que haja um acerto com uma nova concessionária. Foi isso o que afirmou o governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em entrevista na manhã desta segunda-feira (3), ao programa “Bom Dia Rio”, da TV Globo.
Castro foi reeleito no primeiro turno das eleições, realizada no domingo (2) com 58,67% dos votos.
– Já temos um acordo com a CCR. Não vai haver descontinuidade na concessão das barcas. Queria garantir isso à população que usa as barcas. Eles ficarão até o dia em que um novo concessionário assumir. Não haverá descontinuidade de forma alguma. Eu tenho a garantia da CCR, até porque eles têm interesse em bônus ativos do Rio de Janeiro, que não vai haver descontinuidade alguma – afirmou Castro.
A informação vai de encontro com posicionamento feito pela empresa. A concessionária atual já se manifestou afirmando que não manterá o serviço após o fim do contrato, em 12 de fevereiro de 2023. A companhia alega prejuízo nos últimos anos, principalmente após a pandemia.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, em agosto passado, em audiência pública, o responsável pelo estudo de modelagem da licitação, Marcos Aurélio Vasconcellos de Farias, professor do Programa de Planejamento Energético e coordenador executivo do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig), revelou que o trabalho do grupo ainda está na fase de diagnóstico das necessidades dos usuários.
Na entrevista desta segunda-feira, o chefe do Executivo estadual ainda falou sobre suas propostas para os próximos quatro anos de governo. Neste contexto, abordou assuntos como segurança pública, educação, saúde e desemprego. Além disso, elencou seus projetos para a economia, como a redução de impostos e uma eventual reforma administrativa.
Saúde
O governador reeleito frisou a importância de se descentralizar operações de Saúde no Estado:
“Nós, hoje, temos 34 unidades hospitalares sendo construídas. Eu preciso finalizar essas reformas, que farão com que a gente consiga descentralizar a saúde do Rio de Janeiro. 40% de quem é atendido na capital são de outros municípios.
Não se resolve a saúde só melhorando a categoria na capital. Por isso vou fazer um centro de imagem em Nova Iguaçu, por isso outros hospitais estão sendo construídos hoje. Vou reformar todas as UPAs e todos os hospitais municipais. A saúde vai continuar sendo minha prioridade”.
Redução de impostos
De acordo com Castro, a redução de impostos também é fundamental para garantir desenvolvimento econômico ao estado e geração de empregos:
“A questão da redução da carga tributária, redução de impostos, é fundamental para o Rio voltar a ser atrativo e gerar mais empregos. Vou reajustar o orçamento do estado para que a gente possa continuar nesse processo de reduzir imposto cada dia mais para trazer cada dia mais empresas e, assim, gerar mais empregos”.
Apesar de ainda não ter um planejamento definido, o govenador diz que tem vontade de fazer uma reforma administrativa no estado:
“Pretendo fazer uma reforma administrativa, o que vejo como extremamente necessário. A gente tem que diminuir cada dia mais o tamanho do estado para que ele funcione de maneira aceitável. Minha proposta é diminuir a quantidade de secretarias e unir alguns espaços. E também já me comprometi em criar a secretaria da mulher. Para alguns entrarem, outros vão ter que sair”.
Castro disse que o Cidade Integrada será levado para várias comunidades do Rio. Segundo o governador, trata-se de um “programa completo”, que não aborda apenas segurança pública:
“Meu projeto para a segurança pública é a “cidade integrada”. Eu não fiz dele um projeto eleitoral, tanto que não aumentei ele durante o período eleitoral, para que ele não fosse visto simplesmente como uma bandeira de eleição. Acredito, porém, que ele é sim um projeto muito completo, um projeto que não é só segurança pública.
No Jacarezinho, por exemplo, reformei totalmente as escolas. Hoje, dentro da escola, criamos praticamente uma mini-vila olímpica. É um projeto de esporte, de canalização de rio. Na Mangueira está praticamente pronto para começar, uma obra de meio bilhão de reais. Entendemos que gerando oportunidade, fazendo uma segurança pública melhor, a gente vai criar mais cidadãos.
O primeiro objetivo ainda é reforçar a capital. A capital ainda é o pior ponto ao olharmos as manchas criminais. Tem um exemplo, em Caxias, onde estamos “desfavelizando” uma favela inteira. Estamos conduzindo um projeto novo de moradia habitacional, que abrange o Complexo do Alemão, com milhares de casas sendo construídas. Além de Petrópolis, Teresópolis, Friburgo e Areal. Vamos chegar dentro de todas as comunidades.”
“Fizemos um grande acordo em relação à Supervia. Eles tinham um valor a receber ativo na pandemia. Eu endureci muito o jogo com eles para que isso não virasse “caixa”. Isso já está sendo colocado em operação. Mas estamos conversando sobre a possibilidade do estado entrar com o dinheiro para formar as estações. Eu não vou investir nada que vá para “fundo”, para bens da empresa.
É um acordo inicial de R$ 250 milhões, sendo que o estado já pagou a primeira parcela de mais de R$ 130 milhões. No dia 30 de novembro, nós temos uma revisão contratual com eles, que é um divisor de águas. Até lá, vamos ver até que ponto melhorou, ou se realmente não há possibilidade de dar continuidade à concessão.”
“Já estamos licitando a possibilidade de ampliar o Metrô. Até o final deste ano começa a obra do metrô até Nova Iguaçu. É uma extensão da Pavuna (Zona Norte do Rio) até Nova Iguaçu (Baixada Fluminense). São mais três estações, passando pela Baixada Fluminense quase toda.”
O governador também disse que tem compromisso de finalizar as obras da estação do Metrô da Gávea, que estão paralisadas desde 2016.
“A estação Gávea é um compromisso meu de terminar. Já tentei licitar duas vezes o projeto, mas devido ao problema com a Justiça ninguém apareceu como interessado. Nós estamos conversando com o concessionário antigo e também com o Tribunal de Contas do Rio para negociar o término. Estou tentando ver se eles fazem ou que o estado seja autorizado a fazer, porque hoje eu não posso fazer. Há uma proibição da Justiça hoje, estamos tentando vencer essa proibição.”
Durante a entrevista, o governador disse que pretende equiparar o salário dos professores ao piso nacional da categoria:
“A nossa educação passou por uma tempestade. Professores mal remunerados, com salários atrasados, infraestrutura péssima, então começamos a ajeitar a base das coisas.
Estou reformando 150 escolas, contratei 600 professores, fizemos um reajuste no funcionalismo todo. Nós vamos revisar o plano de cargo e salário na educação, farei o máximo para chegar no piso nacional do magistério, o que é uma obrigação nossa.
E também tem o projeto mãe, um projeto muito interessante. São 5 mil mulheres, hoje, que além de fazer a busca ativa dos nossos alunos, também ajudam os alunos durante suas jornadas. Temos que terminar esse projeto e acabar as reformas. Foram mais de R$ 1 bilhão investidos.”
“A proposta é reduzir a carga tributária, ou seja, redução de impostos. Vamos modernizar a gestão. Neste contexto, vamos entregar até o fim deste ano 1.300 serviços 100% digitais. Ou seja, vamos diminuir, de fato, a burocracia. E vamos fazer a qualificação profissional. Por isso, abrimos mais 11 Fatecs (Faculdade de Tecnologia). Hoje são 75 mil alunos matriculados na Fatec. É um ciclo que precisa ser criado. Menos imposto, menos burocracia, mais infraestrutura e mais qualificação profissional.”
A redução da fome no estado também está entre as metas da próxima gestão, segundo Castro. De acordo com o governador, o auxílio Supera RJ ajudou mais de 325 mil famílias. Ele afirmou que 15 restaurantes populares serão reabertos, até o fim do ano, além dos nove já reinaugurados:
“Eu reabri nove restaurantes do povo. Vão ser 15 até o fim deste ano, e 40 até o próximo período. Hoje o Governo do Estado serve 40 mil cafés da manhã todo dia. O “RJ Alimenta”, que é nosso programa de quentinhas, já distribuiu mais de 40 milhões de refeições. Mas o projeto principal é a geração de empregos. Não há programa social melhor que gerar emprego.
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