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PL do Gabarito seguirá para sanção do prefeito Axel Grael

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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O prefeito tem o poder de vetar qualquer trecho. Se isso acontecer, o PL volta para a Câmara, quando os vereadores tentarão derrubar o veto
axel grael rotatória camboinhas
Debate sobre Zoneamento atravessou quase todo o mandato do Prefeito Axel Grael. Foto: arquivo.

Nesta segunda-feira (18), o PL 221/2023, aprovado na última quinta-feira (14), pela Câmara dos Vereadores, seguirá seu trâmite. O texto da futura Lei de Uso e Ocupação do Solo de Niterói será enviado para sanção do prefeito Axel Grael que tem o poder de vetar o trecho que quiser.

O projeto foi aprovado com a inclusão de 63 emendas. Desse total, 41 fizeram parte do chamado “bloco de consenso”: grupo de emendas que, em discussão prévia, na véspera da votação, ficou acordado, entre os vereadores, que seria aprovado.

Muitas conversas entre os vereadores no plenário durante a votação do PL.

Na opinião do presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Cal, as ditas “emendas de consenso” não correm o risco de serem vetadas pelo prefeito. Se isso acontecer, o texto volta para a Câmara quando os vereadores tentarão derrubar o veto do prefeito, que tem maioria na Casa Legislativa.

Cal também não acredita que a futura lei corra o risco de ser judicializada pelo Ministério Público.

– Essa votação foi fruto de um acordo judicial – disse ele sem entrar no mérito do conteúdo do PL.

Idas e vindas

A Lei de Uso e Ocupação do Solo de Niterói chega com cinco anos de atraso. Criá-la era uma das orientações do Plano Diretor da cidade, revisado em 2019.

Leia também: Urbanistas se unem contra a ideia de “liberou geral” que pauta a Lei do Gabarito em Niterói

Bem que o Executivo municipal tentou aprovar essa lei antes. Tirando o tempo em que a pandemia do Coronavirus não permitiu que nada fosse feito, há dois anos e meio o tema é alvo de uma queda de braços que envolve governo municipal e oposição. Que só ganhou forças, porém, com a chegada do Ministério Público do Rio de Janeiro na briga.

O que foi aprovado foi a terceira versão do Projeto de Lei que já foi o PL 161/2022, que por sua vez é o ex-PL 416/2021. Foram ações do MPRJ que travaram a tramitação do texto original e obrigou o jogo a recomeçar por duas vezes. O motivo principal alegado pelo MP para agir foi a falta de participação popular, no processo.

Com maioria na Câmara, o governo apostou, desde o início, que aprovaria fácil o texto enviado para a Casa Legislativa. Demorou, mas foi o que aconteceu, com menos facilidade do que o previsto.

O governo mostrou a força de sua bancada na Câmara. As emendas votadas em separado foram praticamente todas derrotadas, com os vereadores que integram a base do governo votando contra e os da oposição a favor, antecipando o que viria a ser o placar final da votação do PL.

Dentre os que acompanharam a votação estava a arquiteta e urbanista da UFF, Regina Bienenstein (blusa preta).

Na opinião do vereador Daniel Marques, o maior problema do PL aprovado é que o texto foi feito sem embasamento técnico, sem a elaboração de um diagnóstico atual da cidade, mas tendo como base dados da época da criação do Plano Diretor.

O Plano Diretor foi feito com dados de 2010. Que já não retratava a cidade em 2019, quando sua revisão foi aprovada. Esse plano começou a ser discutido em 2014.

– Conseguimos melhorar a lei com o apoio da população. É fácil votar sobre o que não vai ser visto amanhã, mas nossas digitais ficarão nessa lei. Reconheço que a Casa mostrou pulso em vários momentos. Perdemos a oportunidade de fazer uma lei boa, mas melhoramos muito em relação ao texto original.

Os que defenderam o PL dizem que a nova lei vai simplificar a atual legislação urbanística, formada atualmente, por Planos Urbanísticos (PUR) feitos sob medida para as cinco diferentes regiões da cidade, conforme orientação do então Plano Diretor de 1992.

O plano da região Leste nunca chegou a ser feito. O da região de Praia de Baias foi revisto em 2002, ano em que também foi criado o PUR da Região Oceânica; o da Região Norte foi feito em 2005 e o de Pendotiva em 2016.

– A lei orienta para um futuro melhor em Niterói – afirmou o vereador Binho Guimarães (PDT).

Dos 21 vereadores da cidade, 20 participaram da votação do PL 221/2023 –  José Adriano Folha (PSD) foi o único ausente por estar de licença médica.

O PL foi aprovado por  14 votos a favor e cinco contra. O presidente da Câmara, Milton Cal não vota.

Como votaram os vereadores:

Adriano Boinha (PDT) – Sim

Anderson Pipico (PT) – Sim

Benny Briolly (PSOL)  – Não

Carlos Folly Dado (Cidadania) – Sim

Casota (PSDB) – Sim

Daniel Marques (DEM)  – Não

Douglas Gomes (PL)  – Não

Emanuel Rocha (União Brasil) – Sim

Fabiano Gonçalves (Cidadania) – Sim

Andrigo de Carvalho (PDT), líder do governo – Sim

Leandro Portugal (PV) – Sim

Leonardo Giordano (PC do B) – Sim

Paulo Eduardo Gomes (PSOL) – Não

Paulo Velasco (Avante) – Sim (ele se absteve na primeira votação)

Renato Cariello (PDT) – Sim

Beto da Pìpa (MDB) – Sim

Binho Guimarães (PDT) – Sim

Rodrigo Farah (PMDB) – Sim

Professor Túlio (PSOL) – Não

 

 

 

 

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