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No primeiro trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados divulgados, nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima da expectativa do mercado, que era de 0,7%. Na comparação anual, o crescimento foi de 2,5%.
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A Indústria (2,8%) e os Serviços (3,0%) avançaram no período, enquanto a Agropecuária (-3,0%) recuou.
O PIB (conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país) totalizou R$ 2,7 trilhões no primeiro trimestre de 2024, sendo R$ 2,4 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 361,1 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. No mesmo período, a taxa de investimento foi de 16,9% do PIB, abaixo dos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de poupança foi de 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre de 2023.
A expansão da renda dos brasileiros teve papel relevante para o avanço do PIB. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o período de janeiro a março foi marcado pela “resiliência do consumo e dos serviços”, que impactaram a renda.
Na opinião da Fiesp, o pagamento, pelo Governo Federal, de precatórios (débitos não pagos pelo governo anterior de Jair Bolsonaro), também contribuiu para ter mais dinheiro circulando na economia. Esses pagamentos de precatórios corresponderam à injeção na economia de R$ 131 bilhões, cerca de 1,1% do PIB, relativos aos meses de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024.
O Departamento Econômico da Fiesp apontou que “o dinamismo da economia no primeiro trimestre refletiu a continuidade do mercado de trabalho aquecido”. Dados do Caged mostram que foram criadas mais de 730 mil novas vagas de emprego formal no primeiro trimestre, bem acima, portanto, das 520,3 mil vagas criadas em igual período de 2023.
A Fiesp destacou ainda que o aumento real do salário mínimo e o seu impacto direto nos benefícios sociais, inclusive os previdenciários, contribuíram para a massa salarial crescer 10,4% em termos reais no primeiro trimestre deste ano, quando comparada ao mesmo período do ano passado.
A retomada da produção de bens de capital na chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que antecipa e confirma a projeção de crescimento da economia retratada pelo PIB, avançou 4,1% dos investimentos realizados no período. Além desse indicador positivo, segundo a Fiesp, a indústria de transformação voltou a crescer no primeiro trimestre em 0,7%. No entanto, a entidade observou que a retomada da indústria não foi melhor por causa da menor intensidade da redução dos juros pelo Banco Central. Desde 2021, a instituição é autônoma ao Governo Federal, ou seja, estabelece a própria política de juros:
– O impacto negativo dos juros em níveis restritivos não ocorre de forma uniforme entre os setores da indústria. Juros estacionados em níveis restritivos podem dificultar a trajetória da recuperação dos setores mais sensíveis aos juros, os quais foram os mais afetados pelo último ciclo de aperto monetário – observou a Fiesp.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou o avanço do PIB:
– O PIB avançou no primeiro trimestre deste ano puxado por maior consumo das famílias e serviços – afirmou o presidente – Outra boa notícia é que, segundo a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil subirá mais uma posição, chegando a 8º PIB mundial. Mais uma prova de que estamos no rumo certo – completou Lula, em postagem no seu perfil na rede social X.
Com Agência Brasil
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