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Ocupação de leitos cai, mas risco da Delta torna urgente vacinação e uso de máscaras, diz Fiocruz

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Boletim atribui melhora aos ganhos adquiridos com a imunização contra a Covid-19, mas ressalta a importância da vacinação completa
Foto- Divulgação Prefeitura de Niterói
Foto: Divulgação Prefeitura de Niterói

Pela primeira vez desde outubro de 2020, nenhum estado brasileiro está com mais de 80% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para Covid-19 ocupados no Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi divulgada nesta quarta-feira (11) pelo Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Além disso, o número de estados na zona de alerta intermediário (taxas iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%) é o menor da série histórica. Pesquisadores responsáveis pelo estudo ressaltam que esse resultado reflete os ganhos adquiridos com as vacinas e o processo de imunização contra a Covid-19.

Apesar do cenário favorável, o boletim recomenda que seja mantido o alerta quanto à possibilidade da disseminação da variante Delta reverter o quadro de melhora:

“Considerando que ainda são altos os níveis de transmissão de casos e óbitos, a vacinação deve ser ampliada e acelerada, além de combinada com o uso de máscaras e distanciamento físico, para manutenção e avanços nos resultados”, diz o boletim.

O boletim ressalta ainda que este quadro de melhora nas taxas de ocupação de leitos acontece simultaneamente ao processo de redução significativa dos leitos disponíveis à Covid-19 no Distrito Federal e em muitos estados. Ou seja, apesar de menos leitos estarem disponíveis, as taxas de ocupação seguem em declínio.

De acordo com o estudo, o número de óbitos caiu 1,1% em relação à semana anterior. A incidência de novos casos, ao mesmo tempo, diminuiu 0,8% por dia. Essa disparidade entre a velocidade de queda da mortalidade e a queda da incidência de casos é atribuída à vacinação, com a infecção produzindo menor impacto sobre hospitalizações e óbitos. O efeito é uma pequena redução da letalidade, agora em 2,7%.

Para isso, os pesquisadores reforçam a importância da imunização completa:

– Ampliar a vacinação completa para todos os elegíveis torna-se fundamental neste momento, incluindo campanhas e busca ativa para os que ainda não tomaram a segunda dose das vacinas que envolvem duas doses, como a Coronavac, a AstraZeneca e a Pfizer – destacam os pesquisadores.


Rio tem leve aumento de ocupação de leitos

Os estados de Rondônia e de Roraima retornaram à zona de alerta intermediário depois de ficarem fora da zona de alerta, mas a elevação do indicador responde à redução de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS, provavelmente em um processo de gerenciamento de leitos frente à queda na demanda, e não ao aumento de leitos ocupados. Além desses estados, encontram-se na zona de alerta intermediário, Rio de Janeiro (aumento da taxa de 61% para 67%), Mato Grosso (estabilidade em 79%) e Goiás, que deixou a zona de alerta crítico (82% para 78%).

Variantes

A circulação de novas variantes do vírus tem aumentado as infecções, mas não necessariamente o número de casos graves. Isso acontece devido à proteção já adquirida por grupos populacionais mais vulneráveis vacinados, como os idosos e portadores de doenças crônicas.

Apesar dessa observação, os cientistas alertam que, por mais que as vacinas contribuam para a redução de casos graves, internações e óbitos, a possibilidade de surgimento e espalhamento de novas variantes de preocupação exige esforço para manter os serviços de vigilância em saúde em alerta, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena.

“Aqueles que já se vacinaram estão mais protegidos do risco de evolução para casos mais graves do que as pessoas não vacinadas. Mas é importante destacar sempre que nenhuma vacina é 100% eficaz, de modo que pessoas vacinadas podem se infectar — ainda que em menor proporção do que os não vacinados — e também transmitir o vírus”, diz outro trecho do boletim.

Vacinação completa é importante

A nova edição do Boletim traz mais uma vez o alerta de que é fundamental ampliar vacinação, combinando com monitoramento da vigilância em saúde, amplo uso de máscaras e medidas de distanciamento físico e social. Reforça também a importância da vacinação com as duas doses como a melhor proteção em relação aos casos graves e óbitos por Covid-19, incluindo os relacionados à variante Delta.

Na última semana, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) se manifestou em relação ao assunto, afirmando que, diante do avanço das mutações, pode ser necessário que a vacina chegue a 90% da população para controlar a transmissão do coronavírus. Antes, se acreditava que a proteção coletiva fosse atingida com 70% da população imunizada.

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