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Obra de drenagem pode acabar com o campo de futebol do Caio Martins

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Governo do Estado aguarda definição da Prefeitura de Niterói sobre possível obra para definir o futuro dessa área do complexo esportivo
Complexo Esportivo Caio Martins
O futuro do Caio Martins foi debatido em uma segunda audiência pública. Foto: arquivo

O futuro do que hoje é o campo de futebol do Caio Martins está nas mãos na Prefeitura de Niterói. Apesar de o complexo esportivo ser um equipamento estadual, uma possível obra de drenagem para resolver os problemas de alagamento no entorno, no bairro de Icaraí, passaria exatamente por aquela área.

Leia mais: Niterói está vulnerável à elevação do nível do mar, com aquecimento global, diz a UFF

– Precisamos ter uma fala clara da Prefeitura sobre a drenagem para depois o Estado dizer o que vai fazer com o campo. Não faz sentido o Estado gastar recursos ali se a prefeitura vai precisar da área para fazer um piscinão para a drenagem do sistema de águas do entorno. Por isso, o nosso esforço tem se voltado para o ginásio e as piscinas do Caio Martins – informou Bruno Lessa, assessor especial do governador do Rio de Janeiro e ex-vereador de Niterói.

Ele presidiu a segunda audiência pública para discutir o futuro do complexo esportivo,  realizada nesta terça-feira (26), na Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), no Centro de Niterói. O evento não chegou a lotar o auditório de 164 lugares. A primeira audiência pública aconteceu no ginásio do Caio Martins, em agosto, com a participação de cerca de 500 pessoas.

Bruno Lessa (camisa azul) presidiu a segunda audiência pública do Caio Martins. Foto: Sônia Apolinário

Segundo Lessa, um estudo para a realização da obra de drenagem no entorno do Caio Martins estaria sendo contratado pela Prefeitura. Ele informou que, dentre os moradores de Niterói que responderam a pesquisa sobre a ocupação do complexo esportivo, lançada na primeira audiência pública, o “sim” pela obra de drenagem foi uma “unanimidade”.

Essa pesquisa, também apontou que 96% dos niteroienses querem que o Caio Martins seja usado como Complexo Esportivo e que 92% também apoiam a utilização do local para a realização de shows. Até o momento, 212 pessoas responderam a pesquisa.

Sobre a possibilidade de uma rua vir a cortar o complexo esportivo, na verdade, está sendo analisada a possibilidade do Caio Martins ser cortado por duas ruas. Uma ligaria a rua Nóbrega com a Santos Dumont; a outra, a Mário Alves com a Otávio Kelly.

Lessa observou que a “segunda” rua cortaria o ginásio. Na sua opinião, não é “razoável” derrubar o ginásio para uma rua passar pelo local. Já a primeira, ele considera “mais viável”.

– A abertura dessa rua, pela Nóbrega, foi uma sugestão feita por várias pessoas e segmentos, na primeira audiência pública. Inclusive, que deveria ser uma rua de pedestres. Pessoalmente, acho que abrir essa rua não resolve o problema do trânsito, que é o objetivo. Porém, todas as propostas serão levadas para avaliação – afirmou Lessa.

O site lançado para receber sugestões da população sobre o uso do Caio Martins ficará no ar até 5 de outubro. A partir daí, começa o trabalho de elaboração do relatório final com a definição do uso a ser dado para o complexo esportivo.

O subsecretário estadual de Esporte, Gelby Justo, aproveitou a audiência pública para anunciar que serão abertas 450 vagas para diferentes atividades, no Caio Martins, a partir da semana que vem. A notícia não foi muito bem recebida pela senhora  Maria do Carmo. No momento em que o microfone estava franqueado ao público, ela contou que, atualmente, faz aula de hidroginástica no local em uma turma com 123 alunos.

Justo também prestou contas sobre melhorias que já estão sendo feitas no Caio Martins. Por exemplo, o auditório já está sendo usado para atividades em dias de chuva enquanto um outro espaço para ser usado para esse fim está em reformas; a piscina menor  vai ganhar um piso em breve; as quadras começaram a ser reformadas; a arquibancada do ginásio foi pintada e teve as cadeiras trocadas; a bilheteria teve a reforma concluída.

– É pouco para o que a população merece, mas avançamos muito – afirmou Justo.

A Seguir fez uso do microfone franqueado ao público para perguntar qual é a proposta da Prefeitura de Niterói para o Caio Martins. Luiz Vieira, secretário municipal de Administração de Niterói, que fez parte da mesa da audiência pública respondeu:

– A Prefeitura de Niterói não tem projeto porque o Caio Martins é do Estado. Passar o equipamento para o município está fora de cogitação. Ouvir o que a população quer é fundamental – disse ele afirmando que, pessoalmente, gostaria que o Caio Martins voltasse a abrigar competições esportivas escolares.

Sugestões

Dentre as sugestões apresentadas na audiência pública, muitas estavam relacionadas com a ampliação da prática de esportes no local, com o desenvolvimento de políticas que garantisse a participação de crianças e jovens das comunidades de Niterói.

Já o produtor cultural Diego Reishoffer pleiteou que se levasse em consideração que o Caio Martins fosse usado para shows. Ele lembrou que o humorista Paulo Gustavo, em 2018, fez duas apresentações no local para um público de 5 mil pessoas, a cada dia.

O vereador Professor Túlio lembrou que já houve uma vitória da população em relação ao Caio Martins: na nova versão do Projeto de Lei Nº 00161/2022, que trata da reforma urbanística, a área do complexo esportivo foi designada como Parque Urbano.

Ele afirmou que fará três encaminhamentos de propostas: que torne o Caio Martins acessível e inclusivo; que seja criado um memorial para lembrar as pessoas que foram presas e torturadas no local, quando, no período da ditadura militar, o Caio Martins foi usada como prisão; e que fosse firmada uma parceria do local com o Fórum de Economia Solidária de Niterói com a possibilidade de uso da moeda social Arariboia.

Ao encerrar a audiência pública, Bruno Lessa observou que todas as forças políticas estão voltadas para que se busque o funcionamento pleno do Caio Martins para a população da cidade.

– O Caio Martins terá um fim público. Não terá prédios e seu potencial cultural também tem que ser levado em consideração – afirmou.

Também participaram da composição da mesa da audiência pública: Marco Túlio, diretor jurídico da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), Marcos Figueiredo, gerente do 9° departamento de manutenção da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) e Fabiano Gonçalves, vereador de Niterói.. A promotora Renata Scarpa (Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania do Núcleo Niterói do MPRJ) que fez parte da mesa da primeira audiência pública, acompanhou a segunda da plateia.

 

 

 

 

 

 

 

 

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