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Niterói terá blocos nessa semana, mas a escola de samba campeã já foi anunciada, o desfile no Caminho Niemeyer também já é passado. Parte da ideia de antecipar o carnaval se deve muito à folia que acontece do outro lado da ponte. É difícil competir, de fato. Enquanto Niterói é considerada um celeiro de músicos, o Rio é o celeiro do carnaval. A concentração de blocos na Praça XV, Cinelândia, Aterro do Flamengo, entre outros, se tornaram o principal ponto de encontro do niteroiense no Carnaval.
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A impressão é que a cada ano o número de blocos no Rio aumenta, assim como a criatividade na escolha dos nomes. Só para esse fim de semana estão previstos quase 400 blocos. Somente no sábado serão cerca de 80 e no domingo estão previstos mais de 90. Na quarta-feira de cinzas não há descanso, mas disso o carioca já sabe.
A porta de entrada dessa festa toda sempre foi o Centro do Rio, a começar pelas barcas e o tradicional “esquenta” que caiu na boca do povo. A concentração começa já na Praça Arariboia. Os foliões atravessam a Baía de Guanabara em meio à muita marchinha e coro. É o clima oficial do carnaval e não dá para dizer o contrário.
Ao atravessar a Baía, a primeira parada é a Praça X, palco de muitos blocos tradicionais do Rio. A estudante de Direito, Marianna Torres, irá repetir a dose esse ano indo ao seu bloco favorito, o do Batuquebato.
– Esse bloco é incrível. É um bloco raiz, sabe? Onde a música realmente tem destaque. Todo o pessoal é muito profissional. É muito performático e tudo é muito ensaiado. Outra coisa que chama a atenção é que há pessoas de todas as idades. Eles realmente investem. Gosto muito de ir, fico ali bem perto dos músicos para observar cada detalhe, cada movimento. Saio revigorada – conta.
Formada em Marketing, Flavia Bittencourt já prefere os blocos Amigos da Onça, Sargento Pimenta e Céu na Terra.
– Costumo dizer que o Carnaval do Rio é o melhor do mundo. E olha que já fui a Salvador… Brincadeiras a parte, eu pulo Carnaval no Rio desde muito novinha. Esse já é meu oitavo carnaval na cidade e apesar de morar mais longe e ter que atravessar a ponte eu prefiro os blocos de lá. Tenho toda uma rotina nessa época do ano, durmo sempre super cedo para acordar bem disposta para a maratona.
Flavia diz que sempre teve muita vontade de aprender a tocar percussão e no próximo carnaval já pretende curtir dos bastidores.
– Acho que o carnaval tem duas frentes muito legais: o olhar atento a música e diversidade que ela propõe e a união de muitas tribos. Tenho amigos que não gostavam de carnaval, mas acontece que eles só iam nos blocos mais populares e obviamente eram lotados. Há blocos mais alternativos que dá para curtir mais sem tanta muvuca.
Letícia Catharino começou a tocar no Sargento Pimenta, que acontece no Flamengo, após anos frequentando o bloco como foliã. Neste Carnaval, ela irá tocar pela primeira vez no bloco que sempre foi muito fã. Foram meses de ensaio e muita dedicação para se sentir confiante. No meio do caminho, muita troca e desafios.
Próximo passo é bater ponto nos blocos tradicionais no eixo Centro-Aterro e performar na próxima segunda-feira no bloco dos Beatles.
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