5 de dezembro

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Acidentes de trânsito e atropelamentos aumentam em Niterói, depois da pandemia

Por Redação
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Cidade registrou 1.456 acidentes, 216 atropelamentos e 10 mortes no trânsito; números superam em seis meses a marca de todo o ano de 2019, antes da pandemia
Homem foi atropelado na Gavião Peixoto. Foto: Reprodução Internet
Cena de atropelamento na Rua Gavião Peixoto, Icaraí. Foto: Reprodução da Internet

Uma cena da cidade. Terça-feira (16), Icaraí, por volta de 17 h 30. Um homem é socorrido por populares na rua Gavião Peixoto. Foi atropelado por um ônibus. O socorro dos bombeiros não demorou e a vítima foi levada para o Hospital Azevedo Lima, no Fonseca. O acidente de trânsito é um drama que se repete, numa cidade que, teoricamente, tem bons indicadores sociais e econômicos: de acordo com o último relatório da NitTrans disponível, 35 pessoas foram atropeladas em Niterói, apenas em junho. Na média, nos últimos anos, foram cerca de 150 casos por ano. Mas o número de 2022 já bateu esta marca, apenas na metade do ano.

Numa cidade que tem uma população estimada pelo IBGE de 516 mil moradores e, de acordo com a prefeitura de Niterói, mais de 300 mil veículos licenciados, o trânsito é uma dor de cabeça constante. Pelos frequentes engarrafamentos. E também pela ocorrência de acidentes. Desde 2015, o número de mortes em acidentes na cidade oscila entre 23 e 43 por ano. Outras vítimas tiveram ferimentos considerados graves: entre 138 e 160 casos documentados no mesmo período. Os bairros de maior incidência de acidentes são Icaraí e a orla da baía de Guanabara, Fonseca e Região Oceânica, as áreas de maior movimentação de veículos da cidade.

O mapa do perigo. A lista das dez ruas com maior número de acidentes de trânsito em Niterói — A Seguir Niterói (aseguirniteroi.com.br)

O trânsito na cidade

O número de veículos em Niterói explica o frequente congestionamento do trânsito. De acordo com os dados da NitTrans são 211.162 mil carros. Mas há também 30.105 caminhonetes, 7.108 furgões, 3.576 caminhões. E mais 47.125 motocicletas. A cidade tem 2.266 ônibus. E curiosamente tem 4.441 reboques, uma frota que triplicou no último ano – difícil dizer se em função de carros em pane ou do retorno da fiscalização e multas. No total, são 307.239 veículos registrados pelo Detran no município.

São dois carros particulares para cada cinco moradores – um para cada 2,4 moradores. Mas a proporção de veículos nas ruas, juntando ônibus, caminhões, motos etc, é ainda pior. Quem mora na cidade se acostumou a conviver no trânsito com carros com placas do Rio, São Gonçalo, Maricá, para citar apenas as placas dos municípios mais frequentes na cidade.

Com tanto movimento nas ruas – e o vai e vem permanente na Ponte Rio-Niterói -, o trânsito aparece também nas estatísticas de acidentes da NitTrans. O relatório de junho, o último disponível no site da empresa, registrou 177 ocorrências, entre choques, colisões, abalroamentos, atropelamentos e outras. Em 96 casos houve vítimas.  Neste quadro, o número de atropelamentos chama a atenção: foram 35.

Acidentes aumentam em Niterói

As estatísticas da NitTrans cobrem o período de 2013 a 2020. Os dados de 2021 não estão disponíveis. E mostram que o número de acidentes chegou a 4.871 em 2013 e teve uma grande queda no ano seguinte, caindo para 1.978 registros – em boa medida em decorrência de mudanças no sistema de notificação. A redução aconteceu sobretudo nos casos sem vítimas, mantendo-se a média de registros nos casos de lesões leves e graves. Desde  2015, no entanto, o quadro se mantém estável, com 1.087 acidentes; 1.188, em 2016; 1.124, em 2017; 1.103 em 2018; 1.054, em 2019; e 873, em 2020, já em função da redução das atividades devido à pandemia.

Mas os números de 2022 chamam a atenção, diante da estatística passada. Foram 177 acidentes em junho, contra uma média de 1.100 casos nos últimos anos. Ou seja,  17% do total estimado em apenas um mês. No ano, computados apenas os seis primeiros meses, de janeiro a junho, já são 1.426 ocorrências. Mais que o total de 1.054 de 2019, o último ano fora da pandemia. Em 2020, com a pandemia, foram 873 acidentes.

O mesmo acontece em relação ao número de atropelamentos: foram 35 casos em junho, contra  uma média de 140 casos nos últimos anos, 20% do número de 2019. Este ano, já são 216 ocorrências, em seis meses, quase o dobro das 123 documentas ao longo dos 12 meses do último ano antes da pandemia.

Em 2022, 10 pessoas morreram em acidentes de trânsito, em Niterói.

A NitTrans informou que, desde de janeiro deste ano, passou a incluir os dados de acidentes registrados pelo Corpo de Bombeiros e pelo efetivo operacional da própria Nittrans que atua nas ruas nas estatísticas de acidentes de trânsito. Até então, as estatísticas eram feitas somente com os dados dos BRATs, fornecidos pela Polícia Militar. 

 

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