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“Airbnb dos mares” revela melhores roteiros de barco no Rio e Niterói

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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O velejador Norman MacPherson, que já promoveu mais de 3.000 passeios, em 10 anos, revela as paisagens mais procuradas
Aluguel de barcos atrai moradores e turistas, pela diversidade de opções de passeios e programas no mar. Foto: Arquivo

Programa com familiares e amigos, churrasco a bordo, aniversário, despedida de solteira, festas, réveillon. O aluguel de barcos para fins diversos tem se revelado tendência de opção de programação por pessoas de diversas faixas etárias. Um dos grandes atrativos de alugar um barco é a liberdade de montar seu próprio roteiro. É justamente essa autonomia que tem chamado a atenção de pessoas que gostam de personalizar o percurso de suas viagens como acharem mais adequado.

Leia mais: Espetáculo sobre refugiados e campeonato estadual de canoa havaiana são os destaques do fim de semana em Niterói

Outro atrativo é o fato de não precisa ter uma habilitação náutica para alugar uma embarcação. Isso porque, na maioria dos barcos de aluguel, o serviço de charter, ou seja, a presença de um marinheiro a bordo, está incluído no pacote ou, em alguns casos, é necessário pagar um valor extra.

Um novo ponto de vista para um pôr do sol arrebatador. Foto: Acervo da empresa

Em conversa com o A Seguir: Niterói, o niteroiense Norman MacPherson, velejador de renome e criador há 10 anos da plataforma de aluguéis de barcos, “Navegue Temporada”, cita os destinos mais procurados, os principais atrativos dessa modalidade que tem conquistado o público e os pedidos mais inusitados. Ele também fala das mudanças de comportamento que observou nos consumidores nos últimos dez anos.

A Seguir: Niterói: Quais são os dez roteiros preferidos para passeio de barco?

Norman MacPherson: Em Niterói, Praia de Itaipu, Praias de Adão e Eva, Praia do Forte, Prainha de Piratininga, MAC, ponte Rio-Niterói. No Rio, Urca, Praia Vermelha, Ilhas Cagarras, Copacabana, Museu do Amanhã e Ilhas Tijucas.

Quais são as atividades mais procuradas? Mergulho, pesca, festas, passeios apenas…?

Geralmente são programa com familiares e amigos, churrasco a bordo, aniversário, despedida de solteira, festas, réveillon.

Qual foi o pedido mais inusitado que já recebeu de um cliente?

Temos muito pedido de casamento ao nascer do sol. Mas temos alguns pedidos inviáveis, como sair de Santos no dia 31 de dezembro, ver os fogos em Copacabana e voltar no mesmo dia.

Esse mercado de aluguéis está cada vez mais em alta, vemos o exemplo do Airbnb. Observando esse nicho de mercado, quais são suas apostas para os próximos anos?

O turismo náutico está apenas “começando” no Brasil. Muitos moradores do Rio e de Niterói ainda desconhecem essa alternativa de lazer, por exemplo, e olha que tem barcos para todos os bolsos. Mas as taxas de crescimento são grandes. O segundo semestre de 2023 está 254% maior que o de 2022, por exemplo. E ainda estamos no meio do mês de setembro. Se Niterói tivesse acesso público ao mar, a cidade poderia participar mais desse lazer.

Muitos pedidos de casamento estão sendo feitos em barcos alugados especialmente para a ocasião. Foto: Acervo da empresa

Como funciona, na prática, o aluguel dos barcos? Caso a pessoa tenha interesse em participar do aluguel de barcos como usuário da plataforma.

O cliente entra em contato pelos diversos canais de atendimento (e-mail, WhatsApp, Instagram, Facebook) ou acessa o naveguetemporada.com, seleciona a cidade, escolhe um barco e faz a consulta pelo próprio anúncio dele.

Sua empresa, a “Navegue Temporada” está celebrando 10 anos. Qual avaliação que você faz da trajetória até então?

É muito bacana uma startup criada e sediada em Niterói chegar aos 10 anos, e ainda em pleno crescimento. Tem sido uma trajetória muito bacana, forte e reconhecida. Mudamos o mercado náutico. Agora as pessoas têm a oportunidade de ganhar dinheiro com seus barcos. Virou negócio para vários proprietários de barco.

O que você nota que mudou nesses 10 anos de demanda por parte do público?

Por parte do público morador do Rio e Grande Rio, a procura cresceu demais. A recorrência dos clientes é constante, e sempre alguém que passeia em um grupo acaba voltando com outro grupo de “estreantes”. Outra grande mudança foi com os donos dos barcos. No início era difícil convencê-los a alugarem seus barcos, porque muitos deles tinham medo ou ciúmes. Hoje em dia tem gente comprando barco só para ganhar dinheiro com aluguel, assim como aconteceu no mercado de imóveis no passado.

É possível alugar barcos de todos os tipos. Foto: Acervo da empresa

O que você leva da sua experiência profissional para a sua empresa?

Sou administrador de empresas, formado na UFF, e com experiência empresarial em outros ramos, mas acho que nesse caso da Navegue Temporada, estar no ramo náutico desde criança, seja como velejador ou sócio de uma fábrica de velas para barco (meu primeiro trabalho), certamente foi fundamental.

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Como tudo começou

Tudo começou antes até mesmo do Airbnb ser lançado no mercado. O ano era 2011 e inspirado no “alugue temporada” de imóveis, Norman teve o insight de pesquisar os principais destinos náuticos do mundo. Porém, para sua surpresa, o velejador não encontrou nada que enquadrasse nessa proposta.

Enquanto ainda estruturava a ideia, ele convidou, em 2012, o amigo e também velejador profissional Thomas Lowbeer para ser seu sócio. Na época, Thomas trabalhava em um site de vendas de flores. Ele ficou na empresa até o início de 2016. Norman é velejador desde criança, com larga experiência em cruzeiros, regatas e charter no Brasil e no exterior.

Acabou, com o tempo, se tornando também Administrador de Empresas. Já Thomas Lowbeer é Engenheiro de Produção.

Mais de 3 mil passeios

No início, os negócios eram fechados fora do site, de forma mais informal, entre amigos, familiares e conhecidos. Mas em 2016, com a grande adesão de pessoas, a intermediação do aluguel começou a gerar interesse. Na pandemia, na contramão de muitas atividades que tiveram de ser paralisadas devido aos riscos de contaminação pela Covid, o turismo náutico ganhou força por ser uma opção segura em um ambiente arejado. Apenas em 2020, foram 432 passeios.

Nos últimos 10 anos, foram mais de 3 mil passeios com cerca de 25 mil passageiros e mais de 700 barcos cadastrados.

Os preços variam de acordo com o destino e tipo de barco: catamarã, escuna, iate, jet ski, lancha, traineira ou veleiro. O custo pode chegar a R$ 100 por pessoa dividindo com amigos.

Um Veleiro Farr 38, por exemplo, pode sair a R$ 1500 e possui capacidade de 10 pessoas. Uma Lancha DM 87, com capacidade de 50 pessoas, sai a R$ 25.000. Os barcos possuem, de modo geral, cozinha equipada, banheiro, pia, forno/fogão, geladeira, som, além de suítes. Alguns possuem bares, adegas e até mesmo lavanderia.

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