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O ano de 2023 recém começou e Niterói já aparece com alta frequência nos noticiários policiais. São repetidos casos de crimes – trazidos desde 2022 – que deixam os moradores da cidade com uma eterna sensação de insegurança.
Leia mais: Repetidos casos de violência colocam Niterói no noticiário policial
No Fonseca, bairro mais perigoso do município segundo relatório do Instituto Fogo Cruzado, uma operação da Polícia Militar deixou quatro pessoas mortas na quinta-feira passada (6). Para se ter uma ideia do que esse número representa, foram 12 assassinatos na região, número já muito alto, durante todo o ano passado.
A criminalidade é maior na Zona Norte, conforme aponta a instituição, mas alcança toda a cidade, e nem sempre com envolvimento de agentes do estado. Na quarta-feira (4), um homem foi preso em flagrante suspeito de abusar sexualmente de duas crianças, no Centro de Niterói. Uma das vítimas, de oito anos, teria autismo e estava sob a “guarda” do agressor.
Os casos de violência contra crianças chamam atenção. Também na quarta, a Polícia Federal, em parceria com a Polícia Militar, deflagrou a operação “Arcanjo VII”, para coibir um suposto caso de pornografia infantil, na cidade. Um suspeito foi preso por armazenar e compartilhar vídeos íntimos de menores de idade.
E a onda de violência vai além. Entre quarta e quinta-feira, nove pessoas foram presas, sendo duas mulheres, acusadas de praticar o “golpe do anúncio na internet”. Segundo a Polícia Civil, a quadrilha fingia que ia comprar produtos numa plataforma de vendas online para cometer roubos a residências. A ação foi coordenada pela 77ª DP (Icaraí).
De acordo com informações do 12º BPM de Niterói, um Grupamento de Ações Táticas (GAT) estava em patrulhamento pela Rua Santo Cristo, na comunidade homônima, quando teria sido confrontado por um grupo de oito criminosos armados. Os policiais reagiram, havendo troca de tiros.
Ainda segundo a PM, os quatro mortos eram suspeitos de tráfico de drogas, assim como outros dois feridos, que foram encaminhados ao Hospital Estadual Azevedo Lima, no próprio bairro do Fonseca. A PM afirma que, após o tiroteio, foram apreendidas cinco pistolas, dois rádios transmissores e material entorpecente (drogas) a ser contabilizado.
O suspeito, apontado como um comerciante da região central da cidade, teria abusado das duas crianças no mesmo dia. Uma testemunha, que trabalha numa loja das redondezas, mostrou aos guardas um vídeo com o suposto flagrante. Segundo os agentes, a imagem mostra o homem colocando a mão da primeira criança, que teria autismo, em seu órgão genital.
Ao ir até o local de trabalho do homem para checar a denúncia, outras testemunhas que estavam no local relataram uma possível reincidência. O homem teria forçado a cabeça dessa segunda vítima, que não teve a idade revelada, em direção a seu órgão genital e ainda teria colocado a mão da criança no interior de sua calça. O suspeito recebeu voz de prisão em flagrante e foi enquadrado por estupro de vulnerável.
A Polícia Federal, em conjunto com a Polícia Militar, deflagrou, na quarta passada, uma operação visando coibir o compartilhamento e a posse de imagens com conteúdo de abuso sexual infantil em uma “área de risco” de Niterói.
O inquérito foi instaurado após investigações realizados pelo grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos e ao Abuso Sexual Infanto-juvenil, que identificou, na cidade, a prática de crimes tipificados no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Na ação, 20 agentes, sendo 12 da PF e oito da PM, cumpriram dois mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal de Niterói. A operação foi denominada “Arcanjo VII”, em referência a Gabriel Arcanjo, considerado por diversas religiões como o anjo protetor das crianças.
Um suspeito foi preso e vai responder pelos crimes de armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil. Ele pode ser condenado a dez anos de prisão.
De acordo com as investigações, as vítimas anunciavam, por meio de uma plataforma online, a venda de um produto grande, como móveis e eletrodomésticos. Uma integrante da quadrilha entrava em contato pelo site, dizia que estava interessada e agendava o dia e horário para buscar e pagar pelo produto. A partir daí, era o braço armado da organização criminosa que entrava em ação.
A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro apurou que integrantes do grupo adentravam as casas, com permissão das vítimas, sob o pretexto de retirar o item adquirido. Em seguida, os criminosos rendiam os moradores e os amarravam no banheiro, antes de praticarem o roubo.
A PC apurou, também, que a quadrilha é composta por nove integrantes, entre membros do “núcleo administrativo” e o braço armado. O último suspeito foi preso na quinta passada, mas as investigações continuam em andamento na 77ª DP para apurar se existem outras pessoas que tenham atuação em outras regiões. O bando cometeu crimes em Niterói, Rio de Janeiro e em toda a Região Metropolitana.
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