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Niterói tem engarrafamentos em qualquer lugar e sem hora marcada no fim de ano

Por Gabriel Mansur
| aseguirniteroi@gmail.com

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Ministério Público do Rio determinou que a Prefeitura contrate mais guardas de trânsito para controlar o fluxo de veículos
Avenida Marqueês do Paraná com fluxo intenso nesta segunda. Foto: Nittrans
Aumenta a circulação de carros em Niterói. Foto: leitor

Foi-se o tempo em que havia horário de pico, em Niterói. Numa cidade que tem cerca de 520 mil moradores e mais de 300 mil veículos licenciados, segundo dados da prefeitura, os engarrafamentos acontecem a qualquer hora do dia. Além disso, existe um trânsito intenso dos moradores de cidades vizinhas, como Maricá, São Gonçalo e Itaboraí, entre outras, que passam por Niterói em função da ponte.

Leia mais: Coletivos da Região Oceânica protestam contra o PL do gabarito

O gerente de vendas Pedro Tostes, de 30 anos, atravessa a Alameda São Boaventura, onde trafegam cerca de 800 mil veículos por mês, todo dia. Ele contou ao A SEGUIR: NITERÓI que costuma gastar duas horas no trânsito da sua casa, em Maria Paula, ao seu trabalho, no Centro do Rio. Tostes costuma dirigir em horários mais movimentados, por volta das 7h.

– Esse horário da manhã só não é pior que à noite. Tenho que acordar mais cedo do que o necessário e ainda ficar horas no engarrafamento. É difícil não ficar estressado no trabalho, porque nem eu e nem ninguém aguentamos mais isso – reclamou.

Alameda São Boaventura parada na manhã desta sexta. Foto: Nittrans

O congestionamento não é uma exclusividade da Zona Norte. E também não tem hora marcada. Prova disso é o advogado Bruno da Guia, que mora na região oceânica e trabalha no centro de Niterói. Bruno relatou que pega trânsito na avenida Roberto Silveira, em Icaraí, uma das mais movimentadas da cidade, em horários que teoricamente seriam menos movimentados, como às 14h.

– A Roberto Silveira está sempre parada, não importa o horário. Já cansei de pegar trânsito saindo do meu horário de almoço, às 14h. Pela manhã também, quando eu saio para trabalhar, é um caos. É carro de mais para espaço de menos, está cada vez pior – lamentou.

Congestionamento na praia de Icaraí nesta sexta-feira. Foto: Nittrans

Preocupação com o verão

Durante as férias escolares, normalmente menos veículos circulam em áreas mais próximas a colégios e universidades. Por outro lado, o movimento aumenta na Região Oceânica, especialmente nos bairros de acesso às praias de Camboinhas, Piratininga, Itaipu e Itacoatiara.

Para garantir o melhor andamento possível ao trânsito nos fins de semana, a NitTrans implantou faixas reversíveis nos acessos aos bairros de Camboinhas e Piratininga.

Também está proibido o estacionamento de veículos no lado direito da Avenida Almirante Tamandaré, no sentido Camboinhas-Piratininga, entre 8h e 20h, aos sábados, domingos e feriados. Operadores de trânsito atuam no trecho para facilitar a entrada e saída dos bairros nos horários de grande movimento, especialmente a partir das 16h.

Mais acidentes

Atualmente, são dois carros particulares para cada cinco moradores – um para cada 2,4 moradores. Com tanto movimento nas ruas – e o vai e vem permanente na Ponte Rio-Niterói -, o trânsito aparece também nas estatísticas de acidentes da NitTrans.

Conforme relatório da pasta, ligada à Prefeitura de Niterói, foram registrados 1.838 acidentes entre janeiro e agosto deste ano, isto é, cerca de sete por dia, ou um a cada 3 horas e 20 minutos

Busca por solução

Em avenidas movimentadas como a praia de Icaraí e a Visconde do Rio Branco, por exemplo, circulam 450 mil veículos por mês. A avenida Roberto Silveira, ao mesmo tempo, recebe todo o trânsito de quem vem da Região Oceânica e de Pendotiba em direção ao centro de Niterói e à ponte. Na Zona Norte, a Alameda São Boaventura é o único acesso à ponte para os moradores de São Gonçalo, Maricá e Fonseca, por exemplo.

Ex-presidente da Nittrans e homem responsável pelo projeto que tornou a Roberto Silveira como via de mão única, Sérgio Marcolini, que também faz parte do Fórum de Mobilidade do Estado do Rio, já disse, em entrevistas, que o sistema viário de Niterói é limitado e não oferece muitas respostas para resolver o problema dos engarrafamentos.

Na opinião do especialista, a única solução seria investir em transporte público de qualidade para, assim, reduzir a quantidade de veículos nas ruas. Ele lembrou que na Roberto Silveira, por exemplo, existem três faixas disponíveis para os automóveis, além de uma exclusiva para os ônibus e uma ciclovia.

– Não há como evitar os congestionamentos que ocorrem pela manhã. Uma boa operação do trânsito é fundamental, mas não faz milagre, quando o número de veículos é superior à capacidade da via. A única solução para Niterói é a redução do número de veículos circulando nos horários de pico – destacou.

Transporte público também é problema

Trasporte público, aliás, é mais uma dor de cabeça para os moradores de Niterói. Isso porque alguns constestam uma redução do número de ônibus em algumas linhas. A queda no movimento das barcas Rio-Niterói também tem sido outro fator para despejar mais carros na rua.

O Ministério Público do Rio também tenta arrumar uma solução para o problema de mobilidade urbana em Niterói. O órgão determinou, na última sexta-feira (8), que a Prefeitura de Niterói contrate mais guardas de trânsito para fiscalizar o fluxo de veículos nas vias. De acordo com a Procuradoria do Estado, há 220 cargos de agentes de trânsito não preenchidos na cidade.

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