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Niterói sob chuva

Por Gabriel Mansur
| aseguirniteroi@gmail.com

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Em estágio de atenção por conta das chuvas, cidade fica “afogada”, com desabamentos, quedas de árvore e moradores “ilhados”.
Água invade casa no Engenho do Mato. Foto: leitor
Água invade casa no Engenho do Mato. Foto: leitor

Niterói acordou “submersa” nesta sexta-feira (6). Em estágio de atenção desde às 17h10 de quarta-feira (4) por causa das fortes chuvas que caem em diferentes bairros da cidade, a Secretaria Municipal de Defesa Civil e Geotecnia já registrou, apenas nas últimas horas, cerca de 21 ocorrências provocadas pela frente fria que atravessa o município.

Em boletim, informou que, em 24 horas, choveu cerca de 75% do previsto para todo o mês de janeiro. Os locais mais afetados, de acordo com o órgão municipal, são Itaipu, Maceió, Santa Bárbara e Morro do Bumba.

Em caso de emergência, a população deve ligar para o 199 ou 2620-0199.

Avenida Irene Lopes Sodré, a principal do Engenho do Mato, alagada. Foto: Gabriel Mansur

No Engenho do Mato, onde a produção agrícola e vida rural se destacam, a situação é caótica. Moradores do bairro estão “ilhados”, especialmente na rua São Sebastião, atrás da pracinha, por conta de bolsões d’água que transformaram a via num córrego. A rua Pau Brasil, que abriga o restaurante “Taberna do Darwin”, interditada para reformas, dificulta ainda mais a circulação, na região.

Leia mais: Os planos da Prefeitura que prometem transformar o Centro de Niterói

– Estou ilhado aqui, preso, preso, preso. Não existe mais rua, parece um córrego. Não consigo sair de casa nem andando, quanto mais de carro. Não chega delivery, não dá para ir ao mercado, não dá para trabalhar. A água está a quase um metro de altura. Ninguém consegue entrar nem sair daqui. Está um desespero – relatou o motorista de aplicativo, Renato Ramos.

Rua Bertha Motta Vieira completamente alagada. Foto: leitor

Na mesma região, em meio à falta de asfaltamento e devido a um muro construído de forma irregular no meio da rua Betha Motta Vieira, que impede o escorrimento natural da água, algumas casas já sofrem com a enchente. Os moradores temem perder seus bens materiais, como geladeira e fogão, por exemplo.

– É sempre esse drama e a Prefeitura não faz nada. Justificaram dizendo que a chuva caiu acima do normal, como se fosse algo surpreendente, em pleno verão. Já colocamos todos os eletrodomésticos possível em cima das mesas e cadeiras. Tudo que conseguimos suspender, estamos suspendendo. Mas não tem o que fazer com a nossa geladeira, nem com o fogão. É rezar para a água abaixar, mas estamos com medo de perder tudo – disse outra moradora.

Moradores do Engenho do Mato temem perdas de bens materiais. Foto: leitor

Caso antigo

Esses alagamentos no Engenho do Mato vêm acontecendo desde que começaram as obras de drenagem na região, em abril do ano passado. Em junho, o vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL) encaminhou um relatório à Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa) e à Secretária Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconser), em que demonstrava preocupação com o problema.

No ofício, PEG informava que “as ruas que estão neste momento recebendo dutos de águas pluviais para drenagem estão sendo deixadas em péssimo estado, inviabilizando o trânsito até mesmo de pedestres, especialmente durante o período chuvoso”.

O parlamentar solicitou, há seis meses, que a Seconser garantisse “a drenagem correta das águas pluviais na região” e cobrou “uma atenção especial para evitar que os moradores venham a sofrer com alagamentos posteriores em função de fortes chuvas”.

Desabamento de casa no morro da Igrejinha

Uma casa desabou na Comunidade da Igrejinha, no Largo da Batalha, na manhã desta sexta. De acordo com vizinhos, a área foi atingida por três deslizamentos de terra por volta das 5h da manhã.

Casa desabou no morro da Igrejinha, no Largo da Batalha. Foto: Reprodução

Ao G1, o morador Bruno Alves disse que também teve sua moradia, no segundo andar, afetada. No andar de baixo, o barro invadiu a casa, mas não chegou a derrubá-la. Foi Bruno quem alertou os vizinhos sobre a casa que desabou. Ninguém se feriu, mas uma família inteira estava no interior da residência.

No final do ano passado, a Prefeitura de Niterói anunciou que vai aumentar de R$ 17,6 milhões para R$ 150 milhões o orçamento para obras de contenção de encostas.

Esgoto em Piratininga

A Seguir recebeu vídeos e fotos de esgoto descendo em “rio” para a Lagoa de Piratinga. De acordo com o leitor, é uma situação que se repete sempre que chove muito, na cidade.

Pelas suas redes sociais, a Águas de Niterói informou que mandaria técnico ao local do vazamento.

 

 

Orla de Charitas e Largo da Batalha alagados

A Avenida Sílvio Picanço, na Orla de Charitas, Zona Sul, também amanheceu alagada. Por conta dos bolsões d’água, a Nittrans, órgão ligado à Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade (SMU), precisou interditar o trecho por algumas horas. Os motoristas tiveram que fazer um desvio pela Rua Dr. Armando Lopes, mas até o momento de publicação desta reportagem estava tudo normalizado.

Trecho de Charitas alagado na manhã desta sexta-feira. Foto: Nittrans

Outro trecho alagado e que provocou interdição foi a rua Leonor da Glória, sentido São Francisco, no Largo da Batalha. Com bolsões de água, o trânsito começou a ser desviado por volta das 8h, ainda sem previsão do fluxo ser normalizado. A Nittrans orienta o tráfego no local, que, às 12h, segue com o fluxo intenso.

Largo da Batalha amanheceu alagado. Foto: Nittrans

Quedas de árvore na Ary Parreiras e na “entrada” de Niterói

A chuva também derrubou árvores e galhos em Niterói. Na Ary Parreiras, na altura do número 25, sentido praia de Icaraí, o fluxo era intenso por volta das 11h. Isso porque a equipe da Nittrans interditou o trecho para remover alguns galhos que caíram.

Queda de árvore na Ary Parreiras causou transtorno no trânsito na região. Foto: Nittrans

Também uma árvore caiu e interditou trecho da RJ-104, altura de Tribobó, em São Gonçalo. O incidente ocorreu na pista sentido Niterói. Por conta da queda, o fluxo foi interrompido por algumas horas, mas já foi liberado. A lentidão se arrastou até a Alameda São Boaventura, em Niterói, com cerca de uma hora de engarrafamento. Por volta das 12h, o fluxo já estava normalizado.

A reportagem do A SEGUIR: NITERÓI tentou entrar em contato com a Defesa Civil para saber quais providências estão sendo tomadas sobre esses transtornos, mas as ligações não foram atendidas.

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