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Niterói a caminho do mar, com investimentos na indústria naval e na pesca

Por Redação
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Dragagem do Canal de São Loureço, que começa este ano, permitirá a retomada da indústria naval e do Terminal Pesqueiro
canal de são lourenço 1
Região do Porto do Rio receberá investimentos de R$ 140 milhões para a dragagem do Canal de São Lourenço. Foto: arquivo
A economia do mar. O projeto da Prefeitura de Niterói para a dragagem do canal de São Lourenço, via de acesso ao porto da cidade, parece mobilizar a um mesmo tempo município, estado e governo federal e também a iniciativa privada. Foi o que se viu nesta quarta-feira (29) no Ecomar, encontro promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico com apoio da Firjan Leste Fluminense, que reuniu representantes do setor na Sala Nélson Pereira dos Santos, em São Domingos.
-Niterói tem uma ligação histórica com o mar, desde o início da ocupação da Baía de Guanabara, com a pesca e a construção de barcos para a pesca de baleias. Depois inaugurou a indústria naval. As condições existem e estão dadas, mas é preciso incentivo para girar a economia. E o investimento da Prefeitura em infraestrutura, com a aplicação de R$ 140 milhões na recuperação do Canal de São Lourenço, vai permitir que a cidade receba embarcações maiores e pode gerar 20 mil empregos -, se entusiasmou o prefeito Axel Grael.

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O prefeito Axel Grael abriu o evento. Foto: Prefeitura de Niterói
Na abertura do encontro, Gael destacou o momento positivo, em que o município voltou a dialogar com o governo do estado. Citou a visita do Governador Claudio Castro, esta semana, para a entrega de ambulâncias para o SAMU, quando a conversa avançou por outros temas, como a segurança, retomada do Caio Martins e a operação das barcas Rio Niterói.
O representante do estado no seminário foi um velho conhecido político da cidade, Felipe Peixoto, hoje subsecretário de Energia e Economia do Mar. O prefeito também destacou a possibilidade de apoio do governo federal para o projeto:
– Fazer que a cidade se desenvolva em direção ao mar é um caminho natural. Este investimento na recuperação do canal deveria ter sido feito já há algum tempo pelo governo federal. Mas não podemos ficar esperando, porque existe a possibilidade de novos investimentos no setor e não podemos perder a oportunidade.
Grael explicou que o mesmo problema acontece em relação ao terminal pesqueiro. Segundo ele, o terminal foi inaugurado, mas não funciona porque, sem acesso aos barcos maiores, o pescado é desembarcado em outros portos, muitas vezes em Itajaí.
Também na abertura do evento, o 1º vice-presidente da Firjan, Luiz Césio afirmou que a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro “está muito empenhada em trabalhar para que a economia do mar tenha um impacto positivo não só para Niterói, como também para o estado”:
– É importante estimular, além de atividades como a indústria do pescado, também o turismo e o lazer, entre tantos outros mercados neste entorno – observou.
O secretario do desenvolvimento Econômico, Luiz Paulino Moreira Leite, defensor do projeto e entusiasta da retomada da atividade naval e pesqueira no município, conseguiu reunir no encontro representantes de todos os setores que podem contribuir para viabilizar o investimento e potencializar a geração de renda e empregos. Estavam presentes representantes da indústria naval, das empresas portuárias, da Firjan, Sebrae e instituições de pesquisa e fomento. Cerca de 200 pessoas participaram do evento.
              O secretário de Desenvolvimento Luiz Paulino Moreira Leite durante o Seminário da Economia do Mar.
Coube a um empresário do ramo da pesca apresentar um cenário do segmento. Jose Inácio é presidente do Sindicato dos  Armadores de Pesca do Rio de Janeiro.
– Sou neto, sou filho de pescador. Meu pai formou cinco filhos trabalhando com a pesca. Mas hoje isso não é mais possível. É um declínio muito forte. Então, quando a gente vê que existe um plano, que vai haver um investimento, estão a gente se anima. Dá um fôlego para a atividade – afirmou.

20 mil empregos

O objetivo do Ecomar foi debater ações conjuntas que ajudem a alavancar a economia da cidade nos segmentos que podem vir a ser beneficiados com as obras do Canal de São Lourenço, previstas para  começar ainda este ano.

– Niterói vive um momento ímpar. Depois de mais de 30 anos, a cidade se prepara para iniciar a tão sonhada obra do Canal de São Lourenço. É uma grande conquista e, por isso, é de extrema importância que possamos nos reunir em busca de ideias comuns para impulsionarmos os setores ligados ao mar. O objetivo é que o resultado final seja a revitalização dos segmentos, aquecendo a economia e gerando emprego e renda. O entreposto vai trazer de volta indústrias do Barreto. As fábricas estão lá, mas paradas. Com a dragagem, um novo ciclo se fará naquela região e em todo o entorno, com empregos diretos e indiretos. Esse trabalho foi duro, mas estamos chegando lá para uma nova era no setor pesqueiro, naval portuário e de serviços. É uma vitória da prefeitura e dos parceiros que acreditaram e vieram conosco até agora – afirmou o secretário Luiz Paulino Moreira Leite.

Também foram debatidos, no evento, temas como a importância do petróleo e do gás, com destaque para a Economia Azul; a história de Niterói com a indústria offshore; e perspectivas para a indústria naval e offshore através de Niterói. Dentre os debatedores, estavam representantes de instituições como Pier Mauá, Companhia Docas e Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH).

A Firjan foi uma das moderadoras dos painéis apresentados no seminário. O especialista em Estudos Econômicos da instituição, Diogo Martins, discutiu sobre a infraestrutura existente na região para o desenvolvimento da Economia Azul, ao lado dos palestrantes Heitor Ciufo, representante do Estaleiro Mauá; de Domenico Acceta, do INPH; e Leandro Rodrigo Alves Lima, da PortosRio.

Na ocasião, os palestrantes abordaram a relevância dos pilares que sustentam atividades nas estruturas portuárias, como a engenharia naval, a logística, os serviços de suprimentos às navegações.

– Essa é uma iniciativa de extrema importância para a região que tem grande vocação para o desenvolvimento das atividades relacionadas à Economia do Mar. Esse debate contribui para que autoridades e indústrias do setor possam pensar medidas para impulsionar as atividades do setor, que é fundamental para o crescimento econômico de Niterói, que reflete em todo o Estado – disse Martins.

 

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