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Segunda-feira, 6 dias para o Natal. O clima natalino já está impresso na cidade. Começou cedo, com os primeiros decorativos de Natal nas lojas de departamento. Não demorou muito para que as primeiras árvores de Natal e pisca pisca fossem instalados em portarias residenciais e comerciais. Sem contar na abertura, no início do mês, da temporada natalina no Campo de São Bento, com a chegada do Papai Noel, o show de luzes espalhado pelo parque e a novidade do ano: o trenzinho destinado às crianças. Também já foram realizadas apresentações musicais em alguns pontos da cidade, além de concertos natalinos. Mas agora, inevitavelmente, o foco é outro: as compras de Natal.
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A principal rua de comércio da cidade, a Paulo Gustavo, já apresenta um ritmo diferente dos dias comuns. Consumidores já percorrem a rua em busca da melhor oferta, garimpando os presentes principais. O que significa dizer que, na prática, a lista dos presenteados foi reduzida devido ao poder aquisitivo e aos preços altos das mercadorias. O A Seguir percorreu diversos segmentos do comércio da cidade na tarde desta segunda-feira (18) para entender qual a expectativa e as tendências de comportamento do consumidor para esse ano.
O primeiro ponto observado é que, de fato, o Natal virou um momento de presentear os parentes e amigos mais próximos. Com os preços mais altos na maioria dos segmentos, surgiu um novo conceito: o Natal “dos presentinhos”, como bem pontuou a gerente de loja da Mr. Cat, de Icaraí.
– A gente tem vendido muito acessórios, como carteira e cinto que são ótimas opções para presentear em um amigo oculto. Mas quando se trata de um presente maior para um ente querido por exemplo, tem saído muito os sapatênis, que são nosso carro-chefe, e os sapatos sociais. Já para mulher sai muito rasteirinha.
Na Arezzo, loja de sapato e acessórios feminino, há uma ala da loja chamada “ilha dos presentes” destinada somente a lembrancinhas pensando justamente nesse público que não quer deixar de presentear, mas ao mesmo tempo não tem condições ou simplesmente não está interessado em desembolsar uma grana.
– Em Icaraí não tem muito isso do décimo terceiro impactar nas vendas. Os clientes costumam ter um bom poder aquisitivo, então não tem tanta influência. Observamos na loja um bom movimento o ano todo. Sinto que, de forma geral, as vendas estão um pouco melhor comparado ao ano passado – afirma Nathalia Awata, gerente da Arezzo da unidade Icaraí.
Os produtos que tem saído mais são as rasterinhas e sandálias de salto médio. A faixa de preço de uma sandália, na ilha de presente promocional, está em R$ 149 para rasteiras e R$ 199 para salto médio. As bolsas também tem boa saída.
Nessa época do ano, também é muito comum renovar roupa de cama e jogo de toalha para “receber” o novo ano. Por isso, em algumas lojas do setor há promoções de todos os tipos. Na First Class, tem saído muito jogo de toalha, cobre leito e jogo de travesseiro. Há kits de jogo de cama (lençol e fronha) por R$100, nas opções casal e solteiro. Segundo uma vendedora, há expectativa de que as promoções se estendam até o Ano Novo para ampliar ainda mais as vendas. Há kits de cama dupla face por R$ 89. Também há promoções de edredom.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Niterói (CDL), Luiz Vieira, a expectativa é de aumento de 10% sobre as vendas em relação ao ano passado. Ele afirma que o comércio tem se recuperado, após o período da pandemia, tanto no que diz respeito as lojas físicas, como no e-commerce. E acredita que o empresariado está otimista para esse Natal.
– A Black Friday é como um termômetro para as vendas de fim de ano. Mas a Black Friday mudou sua dinâmica. Tem empresa que faz promoção desde a primeira semana de novembro, estendendo a Black Week, o que faz com que algumas pessoas antecipem as suas compras de Natal. Além disso, tem o pagamento da segunda parcela do décimo terceiro no dia 20 de dezembro que estimula muito a venda.
De acordo com uma gerente de uma loja feminina de grande porte de Niterói, um movimento que tem acontecido muito nas lojas de varejo é que as clientes tem preferido antecipar as roupas de confraternização de fim de ano com os presentes de amigo oculto. Há a entrada inclusive de novas mercadorias nessa época do ano destinadas para esse público que quer aproveitar as promoções.
– Vemos muitas clientes comprando suas próprias roupas de fim de ano na Black Friday e algumas optam por já adiantar os presentes também de Natal. A segunda parcela do décimo terceiro vai dar uma aquecida. Nos dias 23 e 24 temos muita compra de presente também. O famoso “deixar para a última hora” – afirmou a gerente que preferiu não se identificar.
E completa: – A gente recebe muita bolsinha e garrafinha num preço mais comercial para virar presente. Os presentes começam mais a ser vendidos na semana que antecede o Natal, mais em cima mesmo. Temos muita venda de vestido, porque é um look completo e acaba sendo mais prático. Mas comportamento do cliente está diferente porque no ano passado as pessoas estavam muito com a cabeça na Copa do Mundo e neste ano elas estão pensando mais em se presentear.
Na Track & Field, loja de roupas de exercício, as vendas não fogem do que tem se identificado como padrão. Os produtos mais adquiridos são os acessórios, como bolsa, viseira, boné, pochete. Os produtos mais em conta são os que têm automaticamente mais procura.
– Nós temos a tradição de vender mais acessórios. Os produtos mais caros, como roupas, são destinados aos parentes mais próximos, a um namorado, por exemplo. O movimento ainda pode melhorar, mas queremos nessa semana que antecede o Natal vender o que a gente tem e não tem. Mas é aquilo, né? Brasileiro deixa tudo para a última hora, não tem jeito – afirma Jessica Cirilo, vendedora da Track & Field.
Na Bijouly, loja de acessórios femininos, há uma seleção de produtos em promoção para impulsionar as vendas de fim de ano.
– Temos vendido muito brinco. Mas também temos saída de outros produtos como pulseira, colar, anéis, bracelete. As vendas estão boas, mas podem melhorar ainda mais. Como estamos no início da semana acreditamos que lá para o final da semana teremos um movimento maior porque a tendência é que as pessoas deixem tudo para a última hora – afirmou uma vendedora da Bijouly, da unidade Trade Center, em Icaraí.
Na Times e Torcidas, a tendência de presentes mais em conta se confirma. Camisa para atividade física, shorts, camisas de times infantis e chuteira, também infantis, têm bom índice de venda. Além disso, algumas peças da loja estão com preço promocional para atender essa demanda.
– Temos boa saída de meias e bonés para amigo oculto, que costumam ter um teto de valor. Mas acreditamos no potencial de maior fluxo da loja após o dia 20, que é quando cai a segunda parcela do décimo terceiro. No geral, as mulheres tendem a investir mais. Às vezes tem um tênis com o mesmo modelo de outra cor e a cliente sai com dois ou três pares – afirmou o gerente da loja, Eduardo Sousa.
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