Niterói por niterói

Pesquisar
Close this search box.
Publicado

‘Não é hora de tirar máscara em ambiente fechado’, diz Margareth Dalcolmo

Por Redação
| aseguirniteroi@gmail.com

COMPARTILHE

Declaração vai na contramão da decisão tomada pelos municípios quanto à obrigatoriedade do uso de máscara
Margareth Dalcomo
Margareth Dalcolmo, pneumologista da Fiocruz. Foto: Arquivo Pessoal

Preocupada com possíveis novos surtos da Covid, a pneumologista da Fiocruz Margareth Dalcolmo, um dos principais nomes da linha de frente da luta contra a pandemia da covid-19 no Brasil, vai direto ao ponto ao falar sobre a medida recém tomada por vários municípios do país, incluindo Niterói e Rio de Janeiro, sobre a obrigatoriedade de máscara em ambientes fechados:

“Não é hora de tirar máscara em ambiente fechado”, em entrevista ao Estado de S.Paulo.

Leia mais: Após 2 anos de pandemia, Niterói zera internações por Covid em UTIs da rede privada

O número de pacientes internados em quartos e o quadro mais estável dos leitos hospitalares têm levado a população a descuidar dos protocolos sanitários, lotando bares, aglomerando em espaços públicos e também em ambientes fechados. O que leva a crer que a medida pode ter sido precipitada.

É o que ressalta  Dalcomo. Na entrevista, ela diz considerar um erro o fim da exigência de máscara no atual momento:

“Essa é outra discussão com a qual não deveríamos estar perdendo tempo. A prioridade agora é vacinar criança, convencer os pais da importância da vacina”, afirmou, com ênfase.

Autora do estudo definitivo sobre a ineficácia da cloroquina e responsável pela testagem de outros dois remédios contra a Covid-19 (que já se revelaram eficazes), ela afirma ainda que a pandemia do coronavírus, definitivamente, não será a última  enfrentada pela geração atual, sobretudo diante do desequilíbrio ecológico e das mudanças climáticas do planeta.

– Se você me perguntar do que eu tenho medo, como acho que a vida no planeta vai acabar, eu não citaria bomba atômica ou um meteorito. Diria que tende a acabar com epidemias, sobretudo agora com o homem favorecendo ecologicamente o surgimento de novas doenças – disse ao Estadão.

Alta cobertura vacinal

A pneumologista da Fiocruz atribui os baixos índices de hospitalização e de casos à alta cobertura vacinal. Ela relembra a alta capacidade de resposta da comunidade científica brasileira e fala que, graças à vacina, a doença começa a ir se estiolando e a tendência, ao que tudo indica, é que ela acabe se tornando endêmica.

– Eventualmente teremos um surto aqui, um cluster ali, mas dificilmente um comportamento epidêmico mais amplo – analisa.

Por fim, a especialista declara que, até o momento, nada indica que teremos uma nova onda, mas nada impede que podemos ser surpreendidos. Outra situação que a preocupa é a baixa taxa de vacinação pediátrica. Ela diz que é importante resgatar as pessoas que não tomaram ainda a terceira dose e defende o autoteste para reduzir a transmissão da doença.

Momento de cautela

O jornalista da Folha de S. Paulo Vinicius Torres Freire também mostrou preocupação em artigo recente. Ele diz que o número de óbitos por Covid atualmente ainda é maior se comparado com o período de outubro de 2021 e janeiro de 2022.

“Faz meses que as pessoas administram uma espécie de fim para uma epidemia que não terminou”, escreveu.

Bares e restaurantes cheios retratam o fim da pandemia, para alguns. Foto: Reprodução da internet

Segundo cientistas, ainda não é possível calcular os efeitos da subvariante da Ômicron BA.2. O inverno, estação propícia para a disseminação do vírus, está a uma distância de três meses. Porém, é possível que a alta cobertura vacinal e a imunização adquirida por um grande número de infectados reduzam a gravidade da situação. Para isso, é necessária a aplicação da quarta dose em idosos, uma maior adesão de vacinação em crianças e a manutenção dos protocolos sanitários.

COMPARTILHE