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Mulheres formam o time de Niterói nas Olimpíadas de Paris

Por Redação
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Seis atletas da cidade fazem parte da equipe brasileira, nas Olimpíadas., nas modalidades: vela, handebol, luta, salto e levantamento de peso
A dupla bicampeã olímpica Martine e Kahena / Foto: Reprodução Instagram
Vela é uma grande aposta da cidade para conquista de medalhas. Foto: reprodução

Niterói será representada por vários atletas nas Olimpíadas de Paris e o que une todas elas, além da dedicação, é o fato de todas serem mulheres. A vela é uma grande aposta da cidade, que carrega no seu DNA um arsenal de medalhistas olímpicos, a começar por Martine Grael, filha do também medalhista olímpico Torben Grael, irmão do Lars, vencedor de dois bronzes olímpicos. Mulheres são maioria na equipe olímpica brasileira, pela primeira vez.

Leia mais: Mulheres são 55,37% do eleitorado de Niterói

Em busca do 3º ouro olímpico seguido, Martine já está instalada com a sua dupla, Kahena Kunze, em Marselha, na França. Sem acesso ao celular para mais concentração, as atletas campeãs olímpicas começam  na marina de Marselha a partir do dia 28 de julho e vão até 8 de agosto. Em entrevista ao A Seguir, na comemoração no Rio Yatch Club, Martine afirmou que “Niterói ensina a olhar pra fora e entender os sinais da natureza”.

Outra medalhista que marcará presença nos Jogos de Paris é Isabel Swan. Embora tenha nascido no Rio de Janeiro, foi  em Niterói que Isabel começou a praticar o esporte. A iatista conquistou a primeira medalha feminina da vela brasileira nos Jogos de Pequim, em 2008.

Já nas categorias de salto ornamental, Niterói será representada por Ingrid Oliveira, no handebol, por Mari Fernandes, no levantamento de peso, por Amanda Schott e na luta por Giullia Penalber, que assim como Isabel Swan, nasceu no Rio, mas escolheu Niterói para viver. Ela costuma participar de algumas atividades em um centro esportivo de Cafubá que dá aula de judô gratuita.

A relação com a vela

Niterói ostenta uma longa tradição no esporte, a começar pela história da vela. O primeiro clube da modalidade no país foi criado na cidade, o Iate Club Brasileiro, em São Francisco, em 1906. Não à toa, com todas as condições propícias para a prática da vela e seus ventos mais calmos, vários iatistas e medalhistas olímpicos se formaram na cidade, como a família Grael: Lars Grael, irmão de Torben e seus filhos Martine e Marco Grael.

Conheça atletas:

Martine Grael

Nascida em Niterói (RJ), em 12 de fevereiro de 1991, Martine começou a velejar com apenas 4 anos, no Rio Yacht Club. Na adolescência, já mostrava que havia herdado o talento da família. Além do pai, o irmão Marco e o tio Lars também são velejadores.

É filha de Torben Grael, que, empatado com Robert Scheidt, é um dos 2 maiores medalhistas olímpicos brasileiros, com 2 ouros, 1 prata e 2 bronzes. A velejadora é bicampeã olímpica da vela, na categoria 49rs FX, por ter conquistado o ouro na Rio 2016 e em Tóquio 2020.

Aos 13 anos, Martine se tornou campeã brasileira na classe Optmist, categoria para velejadores de 7 a 15 anos, com até 60 kg, e em 2006, repetiu a façanha para se sagrar bicampeã.

Em 2009, com a parceira olímpica Kahena Kunze, venceu o Campeonato Mundial da Juventude, na classe 420. Foi também com Kahena, em 2014, quando as 2 tinham apenas 23 anos, que Martine recebeu da Federação Internacional de Vela (em inglês, World Sailing) o título de Melhor Velejadora do Mundo. O prêmio é concedido desde 1994.

Foi também em 2014 que a dupla conquistou o título Mundial na classe 49er FX, em Santander, na Espanha. Em 2019, elas ficaram com a prata na mesma classe no Pan-americano de Lima, no Peru.

Martine conseguiu também participou da Volvo Ocean Race, considerada a maior competição de vela oceânica do mundo. Entre a preparação e a regata, foi um ano de dedicação. A bordo do barco holandês AkzoNobel, Martine e a equipe percorreram 45 mil milhas náuticas, cruzaram 4 oceanos e alcançaram 12 cidades no mundo todo.

Isabel Swan

É o caso da velejadora carioca Isabel Swan. Embora tenha nascido no Rio de Janeiro, foi criada em Niterói, onde começou a praticar o esporte. A família dela, de imigrantes ingleses que se estabeleceram em Niterói no início do século XX, foi responsável pelo início da prática da vela na cidade. Com a gaúcha Fernanda Oliveira, Isabel conquistou a primeira medalha feminina da vela brasileira nos Jogos de Pequim, em 2008.

Mari Fernandes

Armadora esquerda da equipe de handebol, Mari nasceu em um hospital em Niterói. Seu início da trajetória da atleta foi dividido entre o Rio de Janeiro e São Bernardo do Campo (SP), onde ela desenvolveu sua carreira esportiva. Atualmente, Mari joga no clube Bera Bera, da Espanha.

Ingrid Oliveira

Ex-aluna do Colégio Estadual José Bonifácio, no Fonseca, a saltadora, mesmo após se mudar para o Rio de Janeiro, onde treina no clube de coração, o Fluminense, ainda manteve por anos o hábito de frequentar o Plaza e o Bay Market para comprar seus trajes esportivos.

Amanda Schott

Amanda é detentora do recorde brasileiro de levantamento de pesos na categoria até 71kg e bronze no Mundial de Halterofilismo de 2021. Nasceu no bairro Maria Paula e treinava no Parque Esportivo e Social do Caramujo, instalação pública da prefeitura.

Giullia Penalber

Lutadora brasileira profissional de wrestling na categoria até 57kg, Giullia foi medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2023, nos Jogos Sul-Americanos de 2018 e no Campeonato Pan-Americano de Wrestling de 2020 e 2021, além de chegar três vezes às quartas de final no Campeonato Mundial de Wrestling, nas edições de 2014, 2019 e 2021. É atleta da Marinha do Brasil (CDM) e titular da seleção brasileira de wrestling (CBW).

Apesar de ser carioca, Giullia escolheu Niterói para viver. Costuma participar das atividades do Budokan Conexão, projeto social que dá aulas de judô gratuitas para crianças no Cafubá. Ela identifica na cidade o potencial para a formação de novos atletas olímpicos, como é o caso do Niterói Wrestling, um clube que, segundo a atleta, desenvolve lutadores de alto nível nessa categoria no país.

Equipe brasileira

Pela primeira vez, a delegação do Time Brasil em Jogos Olímpicos é formada, em sua maioria (56%), por mulheres. Coincidência – ou não –, fato é que foi uma mulher a primeira atleta brasileira a competir em Paris 2024. Ana Luiza Caetano, do tiro com arco, faz sua estreia – e a do Time Brasil – nesta quinta-feira (25), às 4h30 (horário de Brasília), véspera da cerimônia de abertura.

 

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