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Quem coleciona o álbum da Copa do Mundo do Catar já percebeu que, especialmente neste ano, a Panini lançou 80 figurinhas extras, de 20 jogadores diferentes, que não fazem parte da coleção regular. Estes cromos viraram “febre” entre os colecionadores. Um, em especial, é o mais cobiçado: o Neymar ouro. No total, cada jogador aparece em fundos bordô, prata, bronze e ouro.
Diante disso, o A SEGUIR: NITERÓI procurou saber: onde está Wally? Quer dizer… Cadê o Neymar? Percebemos que a forma mais difícil de encontrá-lo é abrindo os pacotinhos. Conforme tabela da Panini, qualquer figurinha bordô, independentemente do jogador, aparece a cada 190 envelopes. A ouro, mais rara, a cada 1.900 pacotes. Ou seja, é como procurar agulha no palheiro.
Leia mais: O point das figurinhas: Tavares de Macedo recebe multidão de colecionadores do álbum da Copa
Em contrapartida, há um jeito mais simples de achar Wally, agulha e Neymar. Fomos, então, até a rua Tavares de Macedo, em Icaraí, bairro nobre de Niterói. O local é reconhecido por reunir colecionadores e comerciantes desde a Copa do Mundo de 2002. Se alguém poderia nos ajudar com essa empreitada, certamente estaria naquela esquina da Tavares com a Presidente Backer.
Não demorou para marcarmos presença. Esperávamos pessoas amontoadas em busca de completar o álbum, ainda mais num feriado de Dia das Crianças, mas a verdade é que o point das figurinhas não estava cheio como de costume. Talvez pela chuva, talvez porque a maioria já cumpriu essa missão. Fato é que, no meio de tantos especialistas, o Neymar lendário não parecia tão lendário assim.
À primeira vista, crianças tomavam a iniciativa. Mais que completar o álbum, elas buscavam o craque da seleção brasileira. Quem procura, acha. O ditado não deixa mentir. Em meio às lágrimas, um menino erguia uma figurinha como se fosse o próprio troféu da Copa do Mundo. Era o Neymar bronze. Uma dose de serotonina que custou a bagatela de R$ 180. Sorte para quem fez a venda.
– Normalmente eu vendo mais caro, até porque comprei por um preço elevado, mas fiquei emocionado porque ele tentava negociar com a mãe e já estava chorando por não conseguir a figurinha. Como hoje é Dia das Crianças, eu quis dar esse presente. E posso dizer que valeu a pena, porque ele ficou muito feliz – disse Maurício Ferreira.
Maurício não era o único colecionador/comerciante da Tavares de Macedo. Era o único, porém, que ostentava a figurinha ouro do Neymar. À reportagem, ele afirmou que comercializa o cromo lendário por até R$ 700.
– Eu cheguei a vender por R$ 800, mas tem saído menos. E posso afirmar que não estou ganhando muito em cima, porque comprei de outra pessoa por R$ 400. Não tem como abaixar mais o preço – completou.
Havia, nesta quarta-feira, cinco colecionadores vendendo figurinhas na Tavares de Macedo. Notamos que, apesar de não existir uma regulamentação formal para esse tipo de comércio, os preços eram praticamente tabelados conforme uma combinação prévia entre os comerciantes. A tabela:
O mesmo conceito serve para figurinhas comuns, avaliadas em R$ 1, cromos do Brasil, que variam entre R$ 3 e R$ 10, e outras figurinhas extras, como Messi, Cristiano Ronaldo, Mbappe, De Bruyne, entre outros. Spoiler: o A SEGUIR: NITERÓI se assustou com o preço e voltou para casa de mãos vazias. Afinal, a missão era encontrar a figurinha. Adquiri-la são outros 500, literalmente.
– A disputa tem que ser em igualdade com todo mundo. Não é justo vender por R$ 100, se o rapaz aqui do lado vende por R$ 120. Então fechamos esse acordo. A pessoa que comprar comigo tem que me escolher de forma natural e não por que eu vendo mais barato – concluiu.
O colecionador Wesley Martins adotou um discurso diferente em comparação aos seus colegas. Para ele, há uma espécie de “inutilidade” em torno das figurinhas extras, porque “não tem onde colar”. Martins acredita que, com o tempo, elas fiquem desgastadas por serem de papel.
– A Panini poderia ser mais objetiva nas extras. Ela lançou 80 figurinhas extras extremamente difíceis de adquirir, mas não tem utilidade, não tem onde colar, é só colecionável. Como é de papel, para desgastar é bem fácil. Eu acharia uma boa se eles lançassem um mini-álbum só para colocarmos as extras – disse.
Em um momento, durante nossa jornada na Tavares de Macedo, um garoto tentava convencer a mãe a comprar figurinha extra do Messi. Sabe quando dizem que amor de mãe é incondicional? Pois bem, ele voltou para casa com o Messi prata, o Mané ouro, oito figurinhas da coca-cola e o álbum de capa dura dourado completo. O preço? R$ 1,3 mil.
– O João consegue tudo o quer comigo. A gente veio comprar o Messi porque ele já tinha completado o álbum, naquele material mais simples, e faltavam só as figurinhas da coca-cola, uma figurinha extra prata e uma figurinha extra ouro. Quando eu vi, já estava passando o cartão e comprando um álbum completo – comentou Lúcia Mendes.
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