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Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida participa de evento em Niterói

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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No Centro de Artes da UFF, ele relançou a Mostra Cinema e Direitos Humanos cuja produção está sendo feita pela universidade
O ministro ocupou o centro da mesa da cerimônia. Foto: Guina Ramos

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, participou do relançamento da Mostra Cinema e Direitos Humanos, nesta quarta-feira (6), em Niterói. O evento foi realizado no Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense. A UFF é a responsável pela produção da Mostra, por intermédio do seu Departamento de Cinema e Vídeo.

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– Temos que cuidar dos problemas do presente, mas também pensar no significado do que nos trouxe até aqui. Por isso, a memória é fundamental. A memória é um espaço de disputa do significado dos termos do presente. O espaço da memória é onde se projeta o futuro. Nosso papel é fazer uma política do imaginário. E a arte é fundamental para a construção do imaginário. A arte indica o que um país pode ser e o que ele não quer mais ser. Nisso, o cinema tem um papel fundamental de humanização. O que está em jogo é a definição do que é humano e o que não é – disse o ministro em sua fala com tom de voz baixo.

Segundo ele, será preciso considerar que Direitos Humanos está relacionado com saúde, educação, cultura e democracia “e nem sempre essas palavras andaram juntas”, afirmou ele que complementou:

– Será preciso abrir espaços democráticos e as universidades podem ser esses espaços.

Na composição da mesa da cerimônia, o reitor da UFF, Antônio Cláudio da Nóbrega afirmou que a Universidade “reafirma sua missão na promoção da inclusão e diversidade”:

– Acreditamos firmemente no poder transformador da educação e, por isso, nos orgulhamos de participar de iniciativas como esta, que são fundamentais na formação de cidadãos conscientes, atuantes e comprometidos com a luta pelos direitos humanos – disse ele que enumerou uma série de projetos que serão implementados como, por exemplo, o vestibular para indígenas e quilombolas.

Ainda na composição da mesa estavam a secretária do Audiovisual do MinC, Joelma Oliveira Gonzaga; a assessora especial em Educação e Cultura em Direitos Humanos no MDHC, Letícia Cesarino, e a Secretaria-Executiva do MDHC, Rita Cristina de Oliveira.

Na plateia, a primeira-dama, Christa Vogel Grael, representou o prefeito de Niterói, Axel Grael, que se encontra no exterior. O evento para convidados não chegou a lotar a plateia do Cine Arte UFF.

Luiz Gama

O selo em homenagem a Luiz Gama foi lançado no evento. Foto: Sônia Apolinário

Durante o evento, foi lançado um selo comemorativo em homenagem ao baiano Luiz Gama (1830 – 1882) – fruto de parceria entre o MDHC e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e o Prêmio Luiz Gama de Direitos Humanos, que terá 20 categorias. O edital ainda não foi divulgado.

A premiação será no próximo ano, em 24 de agosto, dia da morte do advogado, abolicionista, jornalista e escritor Luiz Gama. Nascido de mãe negra livre e pai branco, foi feito escravo aos 10 anos e só se alfabetizou aos 17 anos. O prêmio será dado a pessoas físicas ou jurídicas cujos trabalhos ou ações mereçam destaque especial nas áreas de promoção e defesa dos Direitos Humanos no país. As participações se darão por meio de inscrição neste formulário até o dia 1° de maio de 2024.

– Os selos divulgam nossa cultura. Agora, vai popularizar a vida desse jurista negro comprometido com os Direitos Humanos que foi Luiz Gama – afirmou a superintendente dos Correios do Rio de Janeiro, Clarissa Mazzon, primeira mulher a ocupar esse cargo.

Bastante emocionada, ela aproveitou a oportunidade para fazer um pedido ao ministro:

– É preciso dar dignidade postal para as pessoas que vivem em comunidade e não conseguem receber suas encomendas.

Silvio Tendler

O ministro entregou uma placa ao cineasta. Ao lado dele, Joelma Oliveira Gonzaga (Minc). Foto: Guina Ramos

O cineasta Silvo Tendler foi o homenageado do evento. Ele recebeu uma placa comemorativa das mãos do ministro Silvio Almeida e arrancou risadas da plateia ao dizer que gostava do prefeito de Niterói porque ele é sobrinho do seu dentista.

O encerramento da cerimônia foi com a exibição de uma prévia do seu novo filme, “Memória e Exílio”. Foi filmado no Chile em setembro de 2023, durante os eventos em torno dos 50 anos do golpe dado pelo general Augusto Pinochet.

Mostra

A Mostra – que teve a última edição em 2018, quando foi descontinuada na gestão passada –, volta na sua totalidade e em parceria com o Ministério da Cultura (MinC). A primeira Mostra foi realizada em 2006. Esta 13ª edição do evento tem como tema “Vencer o ódio, semear horizontes”.

A exibição dos filmes será apenas em março do próximo ano. Por enquanto, serão realizadas oficinas de Cinema e Educação para a formação de multiplicadores, apenas em cinco cidades: Niterói (RJ), Porto Alegre (RS), Porto Velho (Rondônia), São Cristóvão (Sergipe) e Palmas (Tocantins). A expectativa do MDHC é que alcancem cerca de 700 educadores, de todo o Brasil, que se especializarão no uso do cinema como ferramenta de ensino.

Em Niterói, as oficinas serão realizadas de 12 a 15 de dezembro das 18h30 às 20h30, na Sala de Projeção do antigo Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS) da UFF, que fica na Rua Prof. Lara Vilela, 126, em São Domingos. As inscrições já estão abertas para qualquer pessoa interessada nas relações que podem ser construídas entre cinema, educação e direitos humanos.

A produção da 13ª Mostra está a cargo do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF, sob a coordenação da professora Índia Mara Martins. Desde 2006, foram exibidos mais de 400 filmes sobre Direitos Humanos e destacados, por meio das Mostras temáticas, alguns temas como a igualdade na diferença, o direito à memória e à verdade, o cinema indígena e a promoção dos direitos de crianças e adolescentes.

– O relançamento da Mostra na sua décima terceira edição, depois de três anos sem ser realizada, é um marco da atual gestão do MDHC. O evento simboliza a retomada das políticas e participação social em direitos humanos, num horizonte de reconstrução e esperança renovada para o país – disse Letícia Cesarino, assessora especial em Educação e Cultura em Direitos Humanos no MDHC.

 

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