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Restam oito dias para o segundo turno das eleições mais polarizadas desde a redemocratização do Brasil. Diante da proximidade do pleito, militantes do PT têm intensificado a campanha à eleição do ex-presidente Lula em Niterói. Neste sábado, por exemplo, líderes políticos, como o ex-prefeito Rodrigo Neves e o atual prefeito Axel Grael, ambos do PDT, além de milhares de pessoas, se mobilizaram por todas as zonas da cidade. Bolsonaristas também se manifestaram pela cidade, com carros com bandeiras e buzinaços.
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– Niterói amanheceu ocupada com milhares de pessoas nas ruas, unidas pela defesa da democracia e da construção de um Brasil mais justo e igualitário. Com o amigo Rodrigo Neves e demais lideranças da nossa cidade, estamos juntos para caminhar rumo ao desenvolvimento, com sustentabilidade, geração de empregos e oportunidades para todos. Somos Lula – destacou Axel.
A pauta central da campanha lulista foi a denúncia de um possível congelamento do salário mínimo cogitado pelo governo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a sugerir a proposta de desvinculação do reajuste do salário mínimo e das aposentadorias do INSS do índice oficial da inflação. A declaração gerou reclamação entre ministros e líderes do Centrão.
Na opinião do ex-candidato ao governo do Rio de Janeiro, Rodrigo Neves, a proposta econômica de Guedes justifica o voto em Lula que, segundo ele, “vai retomar a valorização real do salário mínimo, o fortalecimento das universidades, da educação e do SUS”.
– É fundamental eleger Lula presidente para reverter esse quadro de retrocesso. Com Lula, o salário mínimo teve ganho real, a geração de emprego foi recorde e o país avançou. Vamos resgatar uma agenda de desenvolvimento nacional e melhorar a vida do povo! Lula presidente – ressaltou Neves.
Os militantes também abordaram a educação, abandonada por Bolsonaro durante seu governo. Prova disso são os contingenciamentos (bloqueios temporários até que o governo decida se os cortes serão ou não definitivos) anunciados por Guedes logo após a votação do primeiro turno das eleições presidenciais. O bloqueio chegaria a mais de R$ 1 bilhão. Após pressão da sociedade, o governo anunciou recuo.
Porém, sem alarde, foi determinado corte de verbas de pesquisas em áreas como saúde, agronegócio e energia. Os recursos são fundamentais para o andamento dos projetos nas universidades públicas.
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– A educação no Brasil precisa de apoio, depois de vocês somos as pessoas mais preocupadas com seus filhos. O direito a uma educação pública de qualidade para crianças e jovens, desde bebês, não está garantido. Nos últimos anos, vimos se afastar o sonho de educação de qualidade para todos – disse Marta Maia, professora de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Os manifestantes se reuniram em diversos pontos da cidade. Na praia de Icaraí, da mesma forma que ocorreu no domingo passado, milhares de pessoas participaram de uma caminhada. A saga continuou pela Rua Ator Paulo Gustavo e pelo centro.
A militância também ocupou a Zona Norte, com carreatas em Pendotiba e outros bairros, além da região oceânica. Foram feitos adesivaços em Piratininga, Itaipu, Itacoatiara e Cafubá.
– O adesivaço hoje em Piratininga, na Caixa Econômica, foi excelente. Aceitação espetacular. Muitas pessoas parando os carros e pedindo para serem adesivados. Adesivar os carros é de suma importância. A visibilidade da campanha certamente influencia os indecisos que ainda restam – disse uma eleitora.
Em Niterói, Lula ficou com 46,56% dos votos totais no primeiro turno, à frente do presidente Jair Bolsonaro, (PL) que teve 42,90% da preferência do eleitorado. Foram 147.370 votos no petista, ante 135.810 em Bolsonaro.
A preferência dos eleitores pelo ex-presidente não é novidade no município. O petista também teve a maioria dos votos dos niteroienses nas últimas quatro vezes em que se candidatou à Presidência, inclusive quando foi derrotado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998.
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