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Leste fluminense: começa a colheita de laranja em Tanguá

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Fruta da região recebeu, ano passado, o registro de Indicação Geográfica, no modelo Denominação de Origem
RJ 23-03-2023 - Tanguá Laranja - O doce sabor da Laranja do Estado do Rio. Fotos Luis Alvarenga
A expectativa dos produtores é que a safra chegue a 18,2 mil toneladas da fruta. Foto: Divulgação

Foi dada a largada para a colheita da laranja nos municípios de Tanguá, Rio Bonito, Araruama e Itaboraí, no Leste Fluminense. A expectativa é que a safra chegue a 18,2 mil toneladas da fruta.

A laranja da região recebeu, ano passado, o registro de Indicação Geográfica, no modelo Denominação de Origem (IG-DO), dado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Esse registro funciona como um selo de qualidade, reconhecendo fatores naturais e humanos exclusivos de uma determinada região. Em 2021, Tanguá recebeu o título de  capital estadual da laranja.

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A fruta dos municípios do Leste Fluminense são da espécie Citrus sinensis, das variedades Seleta, Natal Folha Murcha e Natal Comum. Na análise que resultou na obtenção do IG-DO foi identificada que a laranja da região tem uma “doçura intensa perceptível ao paladar e o maior rendimento de sucos”. De acordo com o “Laudo de Limitação da Área Geográfica da Denominação de Origem Região de Tanguá para Laranjas”, emitido pela Secretaria estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA), o que provoca a peculiaridade das laranjas de Tanguá é “o regime de chuvas e o clima da região que enriquecem o solo de fósforo e potássio e influenciam diretamente na composição físico-química dos frutos”.

Nos quatro municípios, existem cerca de 800 citricultores. Somente em Tanguá são cerca de 200 sítios com cultivo da fruta, em sua maioria, de agricultura familiar. Juntos, somam um milhão de pés de laranja plantados. Por dia, na região de Tanguá, são colhidas cerca de 1 mil caixas de laranjas.

– A Indicação Geográfica está agregando ainda mais valor ao nosso produto  – comemorou o produtor Delso Capistrano Gomes, de 65 anos, que, com a esposa, Ana Lúcia, 60, e um funcionários, colhe cerca de 2 mil caixas de laranja Seleta, por ano.

Claudionor Cardoso da Rocha, de 68 anos, contou que a Indicação Geográfica da fruta que produz no sítio da família é um “troféu” para ele, seus familiares e vizinhos, que sobrevivem dos pomares de laranjas:

– É uma alegria para nós. No meu caso, estou nessa labuta desde os 8 anos de idade, quando passei a trabalhar no campo com meu pai, Nicanor, que morreu em 2012 – contou Claudionor.

Ele construiu, na sua casa, um pequeno museu, que conta a trajetória dos agricultores da região.

Circuito da Laranja

Um pouco dessa história também pode ser conhecida no Circuito da Laranja. Criado em 2010, é a principal atividade turística de Tanguá. O passeio permite que o visitante conheça um pomar de laranja, realize a colheita, deguste a fruta e também veja algumas propriedades rurais importantes na história do desenvolvimento da cidade. Faz parte da programação também café da manhã rural, visitas a uma casa de farinha, cachoeira e feira de artesanato.

Em 2023, o Circuito acontece entre julho e outubro, durante o período de safra. A expectativa da prefeitura de Tanguá é receber cerca de 3 mil turistas.

 

Com Governo do Estado do Rio de Janeiro

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