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Segundo colocado na disputa para o Governo do Rio, atrás do governador reeleito Cláudio Castro (PL), Marcelo Freixo (sem partido) vai assumir a presidência da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) durante o terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Freixo está como deputado federal desde 2007, mas vai deixar a Câmara em 31 de janeiro de 2023, quando termina o mandato legislativo, e ficará sem cargo eletivo.
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Aliado de Lula, o parlamentar fluminense, identificado com Niterói, onde cresceu e se formou, ficou de fora da lista de 37 ministros do primeiro escalão do novo governo. À frente da agência, no entanto, ele trabalhará com outra figura da política fluminense, a deputada federal reeleita Daniela do Waguinho (União), anunciada como nova ministra do Turismo. Foi a própria Daniela quem convidou o parlamentar para a função.
– Acabei de convidar o deputado Marcelo Freixo para presidir a Embratur e me auxiliar a reconstruir o turismo brasileiro, reforçando nossa imagem junto aos mercados internacionais e, assim, atrair mais turistas ao Brasil. O convite foi prontamente aceito – escreveu Daniela, em suas redes sociais.
Freixo, que se desfiliou do PSB na sexta-feira passada (30), deve migrar para o PT, segundo informou o jornal O Globo. Ele chegou a participar do grupo de transição de Turismo e era um dos cotados para assumir o comando da pasta. No PSB, porém, a prioridade foi dada a outros filiados, como Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), Márcio França (Portos e Aeroportos) e o vice Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio).
– Quero agradecer a Daniela e ao presidente Lula pela confiança. Vamos trabalhar juntos para reconstruir a Embratur e transformar o turismo num instrumento de desenvolvimento sustentável e geração de emprego. O Brasil voltará a ter protagonismo no setor – declarou, também por meio das redes sociais.
Ainda ressaltou que o presidente Lula é a “melhor imagem do país para o mundo” e pregou um turismo que dialogue com os valores do novo governo.
– A imagem do Brasil para fora é de outro Brasil. Da ciência, do diálogo, da democracia, da educação, do combate à fome. Essa é a imagem do Brasil que queremos colocar para o mundo e chamar as pessoas. O turismo é intersetorial, transversal – afirmou, ao chegar ao Congresso para a posse do chefe do Executivo.
Freixo deve entrar no lugar do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que foi nomeado pelo agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a chefia da Embratur em novembro de 2022. Apesar de o mandato ser de quatro anos, Lula poderá demiti-lo, agora que tomou posse da Presidência da República.
Freixo destacou a preservação da Amazônia e a geração de emprego como peças importantes para a promoção do país. O ainda deputado também mostrou interesse em dialogar com o primeiro escalão do governo, nos vários ministérios, na busca de políticas que favoreçam o turismo. Nesse sentido, citou nominalmente os ministérios do Esporte, Justiça e Meio Ambiente como potenciais parceiros.
– A questão ambiental é decisiva. Tem um vetor do turismo hoje que é o turismo climático. Só o Brasil tem a Amazônia. Então a gente consegue trazer gente, gerar emprego, gerar preservação da Amazônia com mais recursos – argumentou.
Em relação ao ministério da Justiça, chefiado por Flávio Dino, ele indicou uma parceria para aprimorar a segurança dos turistas, sobretudo as mulheres.
– O Brasil é o segundo país mais arriscado para mulheres viajarem sozinhas. Isso a gente tem que vencer, isso é uma vergonha. Então, (é preciso) ter um policiamento direcionado à segurança das mulheres que possam visitar o Brasil. Tem muito projeto, muita coisa e a parceria com todos os ministérios vai ser fundamental – completou.
Ele também destacou sua colaboração com Flávio Dino na construção de políticas públicas para combater a violência do Rio de Janeiro. Em 2008, já como deputado, ele foi presidente da CPI das Milícias do Estado. Por isso, tem sua atuação de longa data na área reconhecida .
– O Dino é meu amigo de longa data. Tudo que pude ajudar o Dino nesse processo, tanto de montagem da Polícia Federal, eu ajudei. E vou continuar ajudando, porque tenho muitos anos na minha vida dedicados a esse tema e vou sempre estar disposto a ajudar, ainda mais tendo o Dino à frente desse ministério tão importante.
O governo de transição avaliou, em relatório, que o governo Bolsonaro promoveu uma “brutal descontinuidade de políticas públicas (…) no Ministério do Turismo e na Embratur, nos últimos anos”.
De acordo com o documento, “o legado que se recebe é de um turismo que perdeu quase todas as conquistas obtidas nas últimas duas décadas, desde a criação do Ministério do Turismo e a transformação da Embratur na instituição responsável pelo marketing, promoção e apoio à comercialização do Brasil no mercado internacional, em 2003”.
Até o momento, a Embratur negou a ida de Freixo para a agência.
* Com Agência Brasil
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