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Quantas vezes você já ouviu falar em meios de transporte movidos a energia solar? Apesar do projeto ser raro no Brasil, estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, aplicaram o mecanismo em um barco. Inclusive, participaram de uma competição sustentável em março deste ano.
Bem visto pela comunidade científica, o programa foi contemplado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) em setembro. Professor de Engenharia Elétrica na UFF e coordenador do projeto, Daniel Nogueira comentou sobre a importância da proposta.
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– O Rio de Janeiro é um estado costeiro e, ainda assim, aproveitamos pouco a orla. O barco é um meio de transporte que tem uma interação grande com a sociedade. Então, o fato de a gente usar energia solar e motores elétricos nas embarcações permite que tenhamos alcance e divulgação maiores para aqueles que têm menos acesso a esse tipo de tecnologia – completou
A embarcação possui capacidade para uma pessoa, as placas solares estão localizadas na dianteira, e sua velocidade alcança, em média, oito milhas, o equivalente a 13 km/h. Por meio dessa estrutura, o veículo marítimo produz energia renovável sem agredir o meio ambiente.
Para Daniel, a humanidade sempre manteve uma relação histórica com a navegação a partir das energias renováveis.
– Barcos e navios sempre tiveram esse relacionamento com energias renováveis, principalmente a eólica. Quando desenvolvemos barcos movidos à energia solar, resgatamos um pouco disso, por usar motores elétricos que são muito silenciosos e uma fonte de energia renovável. Com isso, operamos de forma limpa e sustentável- explicou.
A instalação de placas que convertem energia solar em elétrica, na verdade, é um projeto esportivo da equipe Araribóia – organização estudantil da UFF que reúne discentes de diversos cursos. Em março deste ano, o time garantiu o segundo lugar no Desafio Solar Brasil (DSB).
De acordo com a estudante do quarto período de Engenharia Elétrica e atual capitã do Araribóia, Evelyn Galdino, a equipe, além da competitividade, promeve “um projeto de pensamento, que leva o que está dentro da universidade para o exterior”.
– Instigar esse tipo de questionamento nos jovens faz com que eles tenham mais interesse, que eles queiram aprender e desenvolver o senso de responsabilidade pelo meio ambiente, pois é uma energia limpa, renovável e que tem um grande potencial no Brasil graças à incidência solar – ressaltou a líder do grupo.
O Desafio Solar Brasil nada mais é que um “rali” de barcos movidos a energia solar. Como resultado, o campeonato costuma atrair representantes de diversas instituições educacionais e centros de pesquisa do mundo.
Além disso, é uma realização do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social/UFRJ (NIDES), em conjunto com o Laboratório de Fontes Alternativas de Energia da UFRJ (Lafae) e a Engenharia Mecânica da UFRJ/Macaé.
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