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Em protesto por falta de luz, moradores de Niterói promoveram manifestações em vários bairros da cidade, na noite de domingo. Por volta das 20h, o pânico tomou conta de quem passava pelo túnel Charitas-Cafubá.
Na entrada do túnel, em Charitas, fogo e árvores jogadas no chão foram usados para bloquear a passagem. Carros tentaram voltar pela contra mão. As duas vias do túnel tiveram o tráfego interrompido. Houve bloqueio com fogo dentro do túnel. Antes, moradores promoveram um panelaço em protesto contra o apagão no bairro.
O engarrafamento tomou conta das ruas de Charitas até São Francisco
Leia mais: Niterói em estado de emergência
As manifestações aconteceram cerca de 24h após o temporal que caiu em Niterói, na noite de sábado (18) que, como consequência, deixou vários bairros sem luz.
No Engenho do Mato houve protesto na praça e na área conhecida como Goiabão. Também ocorreram manifestações no Sapê, em Pendotiba na altura da Pestalozi, em São Lourenço, em frente à Enel, Badu, Várzea das Moças e no Baldeador, na subida do Morro do Castro.
Em São Francisco, bares e restaurantes não abriram, neste domingo, por falta de energia elétrica.
O secretário executivo de Niterói, Rodrigo Neves, no seu perfil do Twitter, repostou várias reclamações de moradores da cidade contra o apagão da Enel. Alguns exemplos:
Roberto Tauil Filho – “15h sem energia no Vale Feliz, no Engenho do Mato”
Gustavo Anjos – “Sem luz há 12 horas em São Francisco. Não vejo um carro de emergência da Enel pelas ruas!!
Lucas Blaute – “Já estamos há 12h sem luz no Maceió (Niterói). Abri um chamado no app ontem a noite e a previsão era 3:30 da manhã… até agora nada. Pelo whatsapp diz que meu chamado já foi atendido e encerrado. E a luz cadê? Vamos trabalhar…
Neves, porém, não postou sobre providências a serem tomadas por parte do município. Também não se manifestou sobre os protestos violentos que se espalharam pela cidade por conta da falta de energia, até o fechamento desta edição.
Ainda no sábado (18), ele tuitou:
“A ENEL tirou a sede central de Niterói e hoje paga sua conta de luz à concorrente no Rio. Apesar dos esforços de seus trabalhadores, a reduzida equipe de manutenção e baixo investimento, nos últimos anos, tem prestado um serviço ruim na cidade, vários locais sem energia.”
No perfil do prefeito Axel Grael no Twitter não havia mensagem sobre o apagão e as manifestações, até o fechamento desta edição.
Às 22h30, a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-Niterói) expressou sua “indignação diante da Companhia de Energia Enel devido aos recentes problemas no fornecimento de energia elétrica no município”:
“Nos últimos dias, e especialmente nas últimas horas, temos testemunhado uma situação inaceitável, na qual os moradores têm enfrentado interrupções no fornecimento e pico de eletricidade, tornando-se mais crítico durante períodos tempestades chuvosas
em toda a cidade. A CDL tem se esforçado para entrar em contato com direção da Enel, enfatizando a importância da eletricidade para o bem-estar e qualidade de vida dos empresários e cidadãos, e reforçando a necessidade de uma prestação de serviço adequada por parte da empresa. Também cobraremos a bancada dos Deputados Federais e Senadores do Rio de Janeiro uma posição, já que a Enel é uma concessão federal e cabe aos legisladores cobrar e fiscalizar. A falta de fornecimento de energia por parte da Companhia é inaceitável e representa uma séria violação do compromisso que uma instituição de serviços públicos deve ter com a comunidade.”, afirmou a CDL por intermédio de nota.
Às 19h47, a Enel informou, por intermédio de nota que “84% dos clientes afetados pela intensa tempestade” na noite de sábado (18) já estavam com o serviço normalizado.
Diz a nota:
“O evento climático, com chuva, rajadas de vento e descargas atmosféricas, causou danos severos à rede elétrica de várias cidades fluminenses, interrompendo o fornecimento de energia. Neste momento, as cidades mais afetadas são Niterói, São Gonçalo, Saquarema, Petrópolis e Maricá. Dando sequência ao plano verão preparado para este período crítico, foi acionado imediatamente um reforço no número de equipes em campo, que atuaram durante toda a noite e o dia de hoje para agilizar o atendimento às emergências.”.
A Prefeitura de São Gonçalo informou que ingressou, na noite deste domingo, com ação civil pública contra a concessionária ENEL, “em decorrência da suspensão do fornecimento de energia elétrica no município”. A Procuradoria Geral apresentou, no ato, pedido de tutela de urgência em caráter liminar, para obrigar a concessionária a restabelecer totalmente a energia no prazo máximo de 24 horas, sob pena de multa diária no valor de R$ 1 milhão.
De acordo com a Prefeitura de São Gonçalo, após o temporal de sábado, 40% dos bairros da cidade permaneciam sem energia, na noite de domingo, “com prejuízos incalculáveis para milhões de gonçalenses”.
“A situação estaria praticamente normalizada, se não fosse a omissão da ENEL e a incapacidade de restabelecer a energia elétrica, afetando também os serviços de fornecimento de água, provocando uma situação caótica e que já tem como consequências vários protestos de moradores em diferentes pontos da cidade”, afirmou a prefeitura de São Gonçalo por intermédio de nota.
Até o momento do fechamento desta edição não houve manifestação por parte da Prefeitura de Niterói sobre o apagão ou sobre as manifestações.
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