4 de dezembro

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Falta d’água, crise no fornecimento de energia, transportes precários: o colapso dos serviços públicos

Por Redação
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Crescimento desordenado das cidades e falta de gestão dos serviços públicos ameaçam qualidade de vida nas cidade.
Furtos de energia explodiram no ano passado. Foto: Divulgação/Enel
Niterói tem problemas recorrentes de falta de luz; disputa com Enel foi parar na Justiça. Foto: aquivo

O início do ano não poupou Niterói de uma série de problemas que atrapalham a vida e o desenvolvimento das cidades brasileiras, e particularmente do estado do Rio de Janeiro. Neste curto período, a cidade teve falta de luz, falta d’água e crise dos transportes públicos. Não foi privilégio da cidade: até São Paulo ficou à mercê de um apagão da Enel no Centro da cidade.

O crescimento desordenado das cidades, com problemas de todo tipo que se avolumam nos últimos anos, e uma gestão ineficiente deixam os moradores sujeitos à falência múltipla dos serviços púbicos mais essenciais, com o agravante de que a operação foi entregue a concessionárias privadas, sem que os governos exerçam qualquer tipo de controle e tenham que reclamar ao bispo e à Polícia à cada vez que alguma coisa não funciona.

No caso mais recente, o estado, a Cedae e o Inea ainda não foram capazes de identificar, quase dez dias depois, o vazamento de tolueno que deixou dois milhões de pessoas sem água em Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá.

Leia também: Uma semana depois: quem provocou o desabastecimento de água de 2 milhões de pessoas? | A Seguir Niterói (aseguirniteroi.com.br)

Carro-pipa abastece hospital em Niterói, depois de três dias sem água na cidade. Foto: arquivo

As falhas no fornecimento de energia elétrica, por sua vez, têm sido mais constante e já motivaram queixas e denúncias até na Polícia sem medidas efetivas. Bairros sem luz, equipamentos queimados, demora nos reparos.  A Enel, uma concessão do estado, por sua vez, reclama do roubo de energia e do aumento do consumo sem aviso prévio, que ajudam a sobrecarregar o sistema. A cidade não tem muito controle do seu próprio crescimento.

Os problemas se arrastam, e talvez o mais evidente e dramático deles, em Niterói, esteja no trânsito. O desmantelamento do serviço de barcas, também responsabilidade do estado, reduzido a menos de 50 mil passageiros, um terço do que já transportou, deixou a cidade sem alternativa além dos ônibus. Aí foi a vez dos ônibus virarem problema, estes, de responsabilidade do município, com uma disputa que dura mais de dois anos com a prefeitura sobre o valor da tarifa, que as empresas resolverem da pior maneira, tirando ônibus de circulação e deixando os pontos de ônibus da cidade lotados a qualquer hora do dia.

O município, tampouco, consegue fazer cumprir os contratos que faz com seus fornecedores, como aconteceu no desabamento do palco dos 450 anos, em Icaraí, e poucas semanas depois a queda ruidosa da árvore de Natal de São Francisco. Apesar de dispor de contrato e do poder fiscalizador, a prefeitura não soube exercer as suas prerrogativas e entregou o caso à Polícia, que provavelmente tem mais o que fazer do que investigar o vento e os parafusos frouxos da árvore de Natal. Seis meses depois, o governo ainda não apresentou as causas do acidente e  continua contratando a mesma empresa para a montagem de seus eventos na cidade.

Sem solução para os desafios urbanos e sem gestão sobre os serviços públicos,  as cidades caminham para o colapso. Não foi à toa que os municípios da Região Metropolitana do Rio, Niterói entre eles, perderam população nos últimos anos, segundo o IBGE. E nem estamos falando de Saúde, Educação e segurança…

 

 

 

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