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Estado do Rio registra aumento de 300% em casos de dengue, com 14 mortes

Por Redação
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De acordo com o levantamento da SES, a incidência da chikungunya também cresceu no estado; Niterói está fora da área de risco
Dengue
Casos de dengue explodiram no estado do Rio em 2022. Foto: leitor

O estado do Rio de Janeiro registrou 10.471 casos de dengue, com 14 mortes, entre janeiro e outubro de 2022. O número representa um aumento de 300% em comparação ao mesmo intervalo de 2021. No ano passado, por exemplo, foram registrados 2.613 casos e quatro vítimas pela doença nos primeiros 10 meses. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Niterói está fora do mapa de risco, com apenas 66 casos e nenhuma morte, em função do trabalho pioneiro preventivo com a bactéria Wolbachia, que evita que o mosquito transmita as doenças.

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Segundo o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, a onda de casos registrada neste ano, em parte, pode ser explicada pelo retorno do sorotipo 2 do vírus da dengue, que não circulava no estado do Rio de Janeiro desde 2008. O sorotipo foi o responsável pela maior epidemia da doença já enfrentada pelo estado do Rio de Janeiro, em 2008.

– Quem nasceu depois de 2008 não tem imunidade para esse subtipo do vírus. Por isso, temos uma importante parcela da população suscetível, o que pode levar ao aumento da transmissão – explicou Chieppe.

De acordo com o levantamento, a incidência da chikungunya também cresceu no estado, porém com intensidade menor. Os casos aumentaram 24%, com 611 diagnósticos e nenhum óbito em 2022. Já a zika teve redução de casos em 2022. Consideradas arboviroses urbanas, as três doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Plano de contingência

Diante da alta de incidências para o verão, estação em que tradicionalmente aumenta o número de focos do Aedes aegypti devido às chuvas e umidade em abundância, a SES lançou, nesta segunda-feira (24), o Plano de Contingência para Enfrentamento às Arboviroses Urbanas causadas pelo Aedes aegypti 2022/2024.

A proposta visa extinguir qualquer possibilidade de uma nova epidemia. Nesse caso, a SES alerta a população para se engajar na eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, que depende de locais com água parada para depositar seus ovos e se multiplicar.

Como prevenir

Responsável pela transmissão da dengue, além do zika e chikungunya, o mosquito Aedes aegypti se prolifera em locais com água parada. Desse modo, é necessário seguir as recomendações abaixo:

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  • Evite o acúmulo de água parada em locais como vasos de plantas, pneus, garrafas, piscinas sem uso e sem manutenção, caixas d’água destampadas, e até mesmo recipientes pequenos, como tampas de garrafas;
  • Verifique se a caixa d’água está bem tampada; deixe as lixeiras bem tampadas; coloque areia nos pratos de plantas; recolha e acondicione o lixo do quintal; e limpe as calhas;
  • Cubra piscinas; tampe os ralos e baixe as tampas dos vasos sanitários; limpe a bandeja externa da geladeira; limpe e guarde as vasilhas dos animais de estimação; limpe a bandeja coletora de água do ar-condicionado; cubra bem a cisterna e os demais reservatórios de água.

Niterói controla doença

Niterói é a cidade do estado do Rio que tem o menor índice de casos de dengue desde 2016. O número de casos notificados da doença, que, naquela época, chegou a 3.369, hoje não passa de 66 registros, sem nenhuma fatalidade, até setembro. A queda de casos deve-se a um programa de controle pioneiro adotado pela prefeitura em parceria com a Fiocruz: o método Wolbachia.

O programa desenvolvido pela World Mosquito Program (WMP) consiste na captura e liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, para que se reproduzam, estabelecendo, aos poucos, uma nova população de mosquitos. Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, o que leva à redução destas doenças.

Devido a este método, que segundo a Fiocruz é totalmente natural e autossustentável, o município vem registrando redução no número de forma consistente há seis anos.

*Com Agência Brasil

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