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Wolbachia. Entenda porque Niterói é uma das raras cidades protegidas contra a dengue

Por Redação
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Projeto pioneiro do Programa Mundial do Mosquito controla transmissão de doenças pelo Aedes aegypti
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A vistoria dos focos de mosquito e a aplicação do método Wolbachia reduziram os casos desde 2016. Foto: Prefeitura/ Luciana Carneiro

Niterói é a cidade do estado do Rio  que tem o menor número de casos de dengue, desde 2016. O número de casos notificados da doença, que, naquela época, chegou 3.369, hoje não passa de 66 registros, até setembro. A razão para o controle da doença está na adoção de um programa de controle pioneiro adotado pela prefeitura em parceria com a Fiocruz: o método Wolbachia.

O programa desenvolvido pela World Mosquito Program (WMP)  consiste na captura e  liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, para que se reproduzam, estabelecendo, aos poucos, uma nova população de mosquitos. Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, o que leva à redução destas doenças.

Trabalho pioneiro

Às vésperas do verão, quando as autoridades de  saúde estão em alerta diante do aumento de casos de dengue,  no estado do Rio, Niterói mantém o risco sob controle. Além da redução dos casos de dengue, a Secretaria Municipal de Saúde do município  informa que, de janeiro até agora, foram notificados apenas 12 casos de chikungunya e não houve caso notificado de zika.

– A parceria entre a Prefeitura de Niterói e a Fiocruz para a implantação do mosquito com a Wolbachia na cidade foi uma inovação importante. Niterói tinha algumas condições geográficas favoráveis ao uso da tecnologia, por isso eles nos procuraram. Além disso, Niterói era uma opção por toda a sua tradição de ação na Vigilância Sanitária e no Controle de Zoonoses – explica o prefeito de Niterói, Axel Grael.

De acordo com a Fiocruz, o método é totalmente natural e autossustentável. A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, ela não permite o desenvolvimento dos vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana.  Com o tempo, a população de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações.

As primeiras liberações dos Aedes aegypti com Wolbachia ocorreram em 2015, no bairro de Jurujuba, em Niterói.  Em 2016, a ação foi ampliada em larga escala em Niterói.

A redução do número de casos ocorre de forma consistente há seis anos. Em 2016, os casos de dengue somaram o total de 3.369; os de zika, 6.958; e os de chikungunya, 289. Em 2017, foram 905 casos de dengue; 321 de zika e 598 de chikungunya. Em 2018, foram 1754 casos de dengue; 347 de zika e 2939 de chikungunya. Já em 2019, houve uma significativa diminuição, somando 388 casos de dengue; 89 de zika e 353 de chikungunya. Durante a pandemia, nos anos 2020 e 2021, os índices foram de 153 e 46 casos de dengue, respectivamente; 10 e 3 casos de zika; e 103 e 12 casos de chikungunya.

O município realiza também medidas de prevenção e controle da doença durante todo o ano, e não apenas na época de maior incidência, com o trabalho dos agentes sanitários que vistoriam imóveis em toda a cidade, localizando e exterminando possíveis focos do mosquito, aplicando larvicidas quando necessário, orientando moradores e distribuindo panfletos educativos.

 
 

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